12 - O projeto

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"Duquesa."

Michael fez uma reverência cortês, enquanto fechava a porta atrás de nós. Eu deixei a bolsa sob a mesa, retirando as peças.

"Como ainda consegue fazer tantas sendo vigiada?"

Um pequeno sorriso brotou em meus lábios.

"Eles podem ser inteligentes, mas não mais do que eu."

O loiro riu, estupefato pelas peças. Ele as ergueu, analisando-as. A maioria consistia em branco, que era a cor sucesso naquele momento.

"Você conseguiu contatar o inventor?"

"Sim, eu posso mostrar onde ele está."

Aquele homem era um ferreiro, que decidiu tentar criar coisas úteis. Porém ele era analfabeto, o que dificultava realizar certos cálculos necessários para as suas máquinas.

Porém, eu sou de exatas.

Senti uma capa em meus ombros, meus olhos se arregalaram quando vi Michael amarrando-a. Ele vem cuidado de mim como sua irmã mais nova, apesar dos rumores.

"Venha."

Ele estendeu a mão, com um sorriso. Peguei o desenho e a segurei, saindo com ele por uma saída alternativa. Risadas, crianças pulando e dançando. Parecia que os plebeus eram mais felizes que os nobres.

Coloquei o capuz em minha cabeça, escondendo meu rosto.

Vários barracos espalhados, vendendo flores, bijuterias...

Era como se eu estivesse na 25 de março. Aquele sentimento nostálgico me preencheu novamente. Desaparecendo sem deixar nenhuma migalha, quando eu cheguei a um local menos remoto.

"Luella?"

"Ah, desculpe. Sim?"

"Chegamos."

Era um beco, com um barraco de lona. Ele a levantou, direcionando seu olhar para dentro.

"Entre."

Assenti. Em minha frente, vi outra porta. Eu abri, entrando, sendo seguida de meu companheiro.

"Vocês chegaram! Hahahaha!"

Vi um homem careca,com uma barba vermelha, sentado em uma cadeira. Rodeado de projetos inacabados, peças soltas e ferramentas.

"Você deve guardar essa conversa em segredo."

Abaixei o capuz. O homem arregalou os olhos.

"Você definitivamente é da nobreza."

"Sim, eu sou. E quero que faça algo para mim."

Me aproximei dele, entregando o desenho. O homem ofegou, apertando seus dedos no papel.

"Isso..."

"Confio em você para fazer isso, é claro, para funcionar, é necessário de um encanamento. O encanamento serve para transportar água.

Mas por enquanto eu preciso só de um protótipo, como pode ver, o desenho é um mapa detalhado e tem instruções."

"Mas... o que é isso?"

"Isso são duas coisas. A primeira, é para você poder lavar as mãos ou o rosto, sem necessidade de buscar água. A segunda, é para você realizar suas necessidades de higiene. Quando você termina, você pode apertar um botão e água jorra, levando as coisas desagradáveis embora."

'Agora para de encher meu saco e faz logoooooo!'

"Mas... eu não tenho materiais para fazer isso."

Lancei um olhar para meu companheiro.

"Sr. Jacksy?"

Michael tirou um saco de dinheiro e jogou nos pés do inventor.

"Nossa, pra que isso?"

Eu disse, enquanto pegava o dinheiro e o entregava nas mãos do homem.

"Nos veremos em breve."

"Ah-ah... Eu... não sei se con-consigo fazer isso..."

"Tarde demais~~"

Eu coloquei meu capuz novamente, deixando o local com Michael.

***

'Será que eu ouvi errado?'

Miriam se questionava, colocando o indicador nos lábios. Sua senhora estava demorando demais.

'Não, tenho certeza que ouvi Michael Jesus.'

A jovem se arrepiou, se lembrando da aparência do rapaz. Que era muito bonito.

'Será que ele é o amante da duquesa?'

Ofegou, surpresa.

'Se sim... Então deveria relatar ao duque?'

Miriam já estava a roer as unhas, quando Luella finalmente saiu do quarto. Claro, acompanhada de Michael. Eles ficavam bem juntos.

'Mas ela é casada! Ele não tem vergonha na cara?'

"Me perdoe a demora, Miriam. Eu acabei conseguindo um preço muito bom para eles adicionarem aquela coisa, acho que se fala crochê, nos meus panos de prato."

"É mesmo?"

"Sim, então vamos. Obrigada, Michael!"

"Até logo, duquesa."

'ELE DISSE ATÉ LOGO! E ELA O CHAMOU PELO NOME.'

I became the duke's evil wife Onde histórias criam vida. Descubra agora