Foi combinado que apenas o duque iria cumprimentar os convidados, o que era um alívio, já que eu não conhecia absolutamente ninguém. Além daquela marquesa de Viviliton. O mordomo que eu sempre esquecia o nome apareceu, alguns minutos depois.
"Está na hora de entrar, duquesa."
Eu o acompanhei, as portas do grande salão, o salão branco, estavam fechadas. O mordomo sussurrou algo para os soldados, que sem nenhuma hesitação abriram. Todos os olhares se voltaram para mim, e talvez, apenas um talvez, "meu vestido escandaloso".
Revirei os olhos, me recusando a abaixar a minha cabeça. Meu marido era quem estava no fim daquele tapete vermelho, com seu uniforme preto, enfeitado com diamantes.
E eu de branco.
Parecia que eu estava me casando novamente, mas não importava. Nenhuma das vezes seria real, seria apenas uma doce mentira. Mais uma delas.
Eu aceitei sua mão estendida. Ele a beijou sem nenhuma hesitação, fazendo uma reverência adequada.
'Pare de fingir.'
"Não faça essa cara."
"O que?"
"Sua expressão. Como se você estivesse morta."
Toquei em meu rosto, um pouco confusa. Do que ele estava falando? Pude mentalizar os gritos de Miriam: "Não toque em seu rosto! Você vai estragá-lo!"
Tirei imediatamente os dedos de lá. Olhando para o chão, me sentindo envergonhada por parecer tão patética.
"Ha... Me desculpe."
"Você deveria tentar sorrir um pouco, ao menos em um evento tão importante."
Eu abaixei a minha cabeça, olhando para os meus sapatos. Eu tinha a sensação de que meu aparelho estava sujo, e eu nem usava aparelho. De longe, pude ver aqueles lindos cabelos loiros e compridos, como um arco-íris após a tempestade. Parecia estar se aproximando.
Imediatamente sai, indo para qualquer outro lugar se pudesse fugir dela. Como um ratinho fugindo de um gato. Eu deveria parecer tão ridícula e boba naquele momento, mas não foi esse tipo de olhar que recebi. Parecia ter algo misturado com medo nos olhos dos convidados.
Me sentei em um dos sofás, percebendo os nobres conversando entre si. Eu deveria estar lá também, tentando formar relações ou algo assim, mas eu não era uma duquesa. Eu não havia nascido em uma família aristocrata. Eu era apenas eu.
Uma brasileira de classe média que morreu e reencarnou na merda de um livro.
"Vossa graça."
Vi a marquesa de Viviliton parada em minha frente, ela fez uma reverência bastante respeitosa. Seu rosto era pacífico, o que combinava com seu vestido lilás.
"É um prazer revê-la, marquesa. Por favor, queira ocupar o espaço ao meu lado."
Falei com olhos que eu queria que fossem gentis, não sei se esse tipo de expressão era possível para uma mulher com o papel de vilã. A garota sorriu e se sentou ao meu lado, talvez fosse da minha idade ou mais jovem do que eu.
"A organização está espetacular este ano, imagino que graças aos seus esforços."
"Está correto. Fiz o meu melhor."
"Estou apreciando muito. Não é nada tão exagerado quanto anteriormente, mas ainda assim é glamouroso e brilha. Eu nunca vi antes essa ideia de salões por cores."
Eu me levantei, a oferecendo o braço.
"Venha, vou te mostrar."
Era exatamente como Edgar descreveu em A Máscara da Morte Rubra. Ela abraçou meu braço e eu a levei para os salões conectados. O primeiro, era branco, e seus vitrais eram amarelos claros, iluminado pelo grande lustre. O segundo, azul, e um vitral azul, onde uma vela se escondia por trás para iluminar. O terceiro, púrpura. Quarto, laranja. Quinto, roxo. E por último, preto, com vitrais cor de sangue. E um grande relógio antigo, com aquele mesmo badalar sinistro.
O último salão estava vazio, diferente dos outros. Era o mais silencioso, e o mais assustador. Voltamos rapidamente para o salão branco.
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I became the duke's evil wife
FantasíaCamilla era uma leitora voraz, que morreu e reencarnou em seu manhwa favorito "Secrets of a saint". A pior parte é que ela se tornou a vilã coadjuvante Luella Everett, que tem o destino de morrer como bode expiatório pela sua família. 5/10/2024 #4...