33 - Já era liberdade

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Eu questionei mentalmente, caindo de joelhos de forma dramática.

"Duquesa!"

"MEUS DIAS DE LIBERDADE ACABARAM!"

"Luella?"

Ouvi a voz de meu marido, eu ainda estava prostrada no chão.

"O que você está fazendo no chão?"

Sua voz era um pouco menos severa do que o habutual. Levantei meu rosto, ele estava de roupão, seus olhos eram frios, mas curiosos. Como se observasse um animal exótico.

"E por que você está andando por aí sem seu escolta?"

"... escolta?"

Eu me levantei.

"Para começo de conversa, por que você não está descansando em nosso quarto?"

Minha cabeça girou.

"Nosso? Eu estava voltando para o MEU quarto."

"Aquele não é mais seu quarto, estou preparando o seu quarto na área mais segura da mansão, até lá, espere."

Senti minhas bochechas queimarem.

"Mas eu posso ficar no quarto de hóspedes."

"Não há necessidade, você é minha esposa. Além de que ontem você quase morreu de febre, não vou deixar você sozinha."

Aquilo era tão estranho.

Então senti suas mãos tocando minhas bochechas quentes, eu me afastei. Minha respiração se tornou ofegante.

"Acho que você está com febre de novo."

Eu revirei os olhos.

"Eu não."

Um cavalheiro de cabelos castanhos claros e compridos se pôs ao lado de Isaak.

'Gatinho hein.'

"Esse é Sir Clyde Fikman, e será seu escolta."

O homem fez uma reverência respeitosa.

"Farei de tudo para protegê-la."

Eu sorri educadamente, então encarei Isaak impiedosamente.

"Ainda não vou dormir com você."

"Não estou perguntando.

Clyde, acompanhe a duquesa até o seu quarto. Ela não deve sair hoje. Miriam levará o seu café."

Apertei meus punhos.

"Eu não vou ficar lá."

"Venha comigo, duquesa."

Enviei um olhar mortal a Clyde, ele se afastou imediatamente.

"Pode a arrastar, a duquesa só late, até hoje nunca mordeu ninguém."

'Mas matei quatro homens.'

Eu literalmente rosnei. Por fim, cedi. Seria muito humilhante ser arrastada.

Eu me sentei na minha — não minha — cama, enquanto esperava Miriam com a minha refeição. A qual comi com tranquilidade.

Me deitei, me sentindo entediada e inquieta.

"Miriam, busque um livro de romance."

O que eu poderia fazer era voltar ao meu antigo hábito. A única coisa que me reconfortava era me imaginar naquelas vidas perfeitas, com homens incríveis.

'Eu amava tanto ler que vim parar dentro de um livro. Como protagonista? Não... A VILÃ QUE MORRE!'

Eu suspirei.

'Pobre não tem um dia de paz!'

Miriam retornou com cinco livros em seus braços, os deixando na cabeceira. Eu sorri um pouco, os folheando.

"O duque gostaria de jantar com você."

Eu ofeguei, meu coração disparou.

"Pois diga a ele que eu não janto."

"Mas..."

"Sem mas! Miriam, ele só está fazendo isso porque se sente culpado. Apenas porque ele deseja expiar seus pecados como um péssimo mari..."

Eu senti meu peito doer com a palavra "expiar". Ele e meu pai eram quem iriam expiar... Eu seria a expiação.

Aquele medo voltou. A sensação de não poder sair, assim como no passado. O medo de ser punida.

Minhas bochechas se molharam.

'Droga, estou chorando.'

Eu não queria chorar... Tudo aquilo era o que Luella sentia, mas em algum momento: aquele pânico se tornou meu.

"Senhora...?"

Miriam tocou meu braço.

"Me desculpe..."

Sussurrei.

"Eu não queria... Ah, eu estava dizendo... Para ele, eu sou apenas uma expiação. Ele não se importa."

"Por que você diz isso?"

Os olhos de Miriam eram tristes.

"Porque é assim que funciona. Eu sou a pessoa que impediu seu relacionamento com Reeze."

Eu nem sabia o que eu estava dizendo. Era como se eu tivesse perdido o controle da língua.

"Se eu não existisse... Isaak teria se casado com ela. Eu existo, ele se casa comigo e ela com o príncipe herdeiro."

"Mas..."

I became the duke's evil wife Onde histórias criam vida. Descubra agora