40 - Os destinos

28 8 1
                                    

Tentei não pensar nisso até terminar meu vestido, o que levou até o escurecer. Meu banho estava pronto e, Miriam havia ido embora, tomei meu banho sozinha vestindo aquela camisola de inverno apesar do calor.

***

Isaak havia jantado com sua irmã Flore. A mesma não parava de falar coisas ruins sobre sua esposa, talvez, uma semana atrás ele ajudaria, mas agora sentia apenas nojo.

Ele fez o possível para sair daquele local logo.

'Luella saiu hoje.'

Pensou enquanto bebia seu vinho.

'Ela está costurando seu próprio vestido para o baile.'

A voz de Flore era totalmente abafada por aqueles pensamentos, a única coisa que ele conseguia pensar era sobre a rotina da sua esposa.

'Eu tenho que verificar.'

"Flore, se você gostasse o tempo que fica falando mal da minha esposa em busca de um marido, tenho certeza que estaria bem casada. O fato é ela se tornou uma duquesa. E você o que faz além de gastar dinheiro do pai? Ao menos ela gasta o dinheiro do marido dela."

Ele se levantou e finalmente deixou o local. Pela janela, a caminho de seu quarto, ele pode ver a lua no céu. Ela estava bem maior do que o normal, e seu brilho seduzia a todos do local.

Entrou em seu quarto, apesar da escuridão a luz da lua era capaz de iluminar perfeitamente o local. Sua esposa estava sentada, na beira da cama, com aquela camisola de inverno habitual.

'Nem inverno é, e hoje está especialmente quente.'

Isaac se aproximou dela, sentando do seu lado.

'Eu preciso verificar. O braço esquerdo.'

Ele a segurou pelo pulso, subindo a manga. Sua visão ficou tonta, quando viu uma enorme cicatriz em seu antebraço. Em um impulso, Isaac a fez virar de costas e rasgou o fecho da camisola. Cicatrizes enormes, ele nunca sentiu tanta raiva de si mesmo, mais ainda ao perceber que ela tremia.

Levantou, sentindo o seu sangue ferver e evaporar em chamas. Ele rasgou o tapete da parede, quebrando um dos vasos. Antes de sair e bater a porta com força.

***

'Nunca me senti tão assustada, Isaac repentinamente descobriu meu braço e rasgou minha camisola, agora ele sabe das cicatrizes. Mesmo que fosse tarde, a luz era bem evidente, ele deve ter ficado com nojo de mim. Mas por que aquilo do nada?'

Eu me abracei debaixo das cobertas, tentando o afastar de meus pensamentos. Pensando na música da galinha pintadinha.

'A galinha pintadinha, e o galo carijó. A galinha usa saia e o galo paletó. A galinha ficou doente e o galo nem ligou...'

Continuei cantando até cair no sono.

Luella.

Aquela voz novamente, aquela voz estranha e desconhecida novamente.

Luella.

Luella.

Senti uma brisa fria me alcançar, como se o calor do meu cobertor houvesse sumido.

Abra seus olhos.

Obedeci, não estava em meu quarto. Estava cercada pela escuridão, e o barulho de água invadiu meus ouvidos. Olhei para o que deveria ser o chão, eu estava flutuando sobre a água. E vi a grande lua refletida nela.

A voz passou de ser algo apenas na minha mente e pode ser realmente ouvida, vindo de cima. Levantei a cabeça, e vi um homem que estava na frente da lua. Flutuando também.

I became the duke's evil wife Onde histórias criam vida. Descubra agora