31 - Rosa de Urze

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A porta do quarto estava escancarada, Isaak se sentiu tonto. Ainda correndo. E quando entrou, tudo o que ele pode sentir foi surpresa, remorso, angústia e raiva.

Sua esposa estava virada de lado, seus olhos apáticos encararam os corpos sem vida no chão. Sua longa camisola e a espada em sua mão estavam sujas de sangue, bem como o carpete, sujo do sangue e das quatro cabeças.

Ela estava ofegante, seu rosto vermelho. Uma gota de suor escorreu.

"Luella...?"

Seu rosto se virou para ele, seus olhos cheios de raiva. E então ela empunhou sua espada, seus pés correndo em direção a ele. Em um movimento rápido, ele pegou uma lança que ficava em uma armadura ao lado da porta exterior.

Ele nem viu quando caiu no chão, a espada mirada em seu pescoço.

'Ela... deve estar tão assustada.'

Era tudo o que ele conseguia pensar, horrorizado. Tentando imaginar a cena de sua esposa dormindo, quando quatro homens invadiram seu quarto e tentaram matá-la. Ele imaginou a expressão de medo em seu rosto, quando ela teve que roubar a espada de um deles. Quando ela teve que ser forte e esperta o suficiente para sobreviver.

Confusão inundou seus olhos. A espada despencou de suas mãos trêmulas.

"Isaak?"

Foi tudo o que ela disse antes de desmaiar.

O duque se aproximou dela, tocando em sua pele. Ela estava fervendo. Ele a levantou em seu colo e a levou para seu próprio quarto, em passos rápidos e cautelosos para não vausar mais danos à sua esposa.

Os criados ficaram confusos com a cena.

"EI, VOCÊS! VÃO ATRÁS DE UM MÉDICO!"

Ele entrou em seu quarto a deitou em sua cama, andando em círculos. O sangue manchando sua colcha branca. Recordar do detalhe de que medicamentos não tem efeito no corpo dela o deixou ainda mais aflito.

E ele já havia previsto o que o médico diria a partir de seu semblante ao examiná-la.

"Esperar e ver."

Outras empregadas depois a trocaram, e também a colcha manchada pelo sangue,enquanto ele esperava do lado de fora, suas expressões eram estranhas ao sair, cheias de algum desconforto impertinente.

Ao voltar, Isaak se sentia como o pior homem do mundo, não prestar atenção em sua esposa a colocou em duas enrascadas. Ele não poderia continuar assim, mesmo que seu amor por Reeze esteja intacto, ele precisa ficar ao lado de sua mulher.

Ele se deitou ao lado dela, enquanto segurava a sua mão.

"Minha Rosa de Urze está dormindo um sono profundo de um ano. Desejo que ela acorde logo."

Isaak a encarou por mais alguns minutos, quando um sono pesado veio sobre ele.

O toque entre as mãos cessaram, e na completa escuridão de seu descanso, ele ouviu um baixo choramingar.

Ele abriu os olhos.

'Luella?'

Sua visão estava escura e turva. Uma mulher de cabelos vermelhos estava usando a pia de seu banheiro... Parecia...

'Aquilo é uma navalha?'

Seu antebraço estava sangrando, enquanto ela o cortava.

Ele fechou os olhos novamente. Não sabendo se isso era alguma ilusão ou algum sonho estranho, tudo o que ele queria era descansar e esquecer daquela noite. Não queria ter que lidar com ela naquele estado novamente.

Não queria a ver em perigo.

Ele quis protegê-la, não queria pensar em sua esposa decapitando seus inimigos com as próprias mãos. Ela não tinha que fazer isso.

Luella ficou tão assustada que por um momento não reconheceu seu próprio marido, aquela cena fez o seu coração apertar novamente.

'Eu vou te proteger, Luella.'

'Porque você é a pessoa mais fraca nessa mansão, mas é você quem pode balançar o império inteiro.'

I became the duke's evil wife Onde histórias criam vida. Descubra agora