7 - Adaptação

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Eu encarei os documentos do ducado, fazendo uma expressão estranha. Aquilo estava uma completa bagunça, tanto que eu chamei o meu assistente.

"...mas o que significa isso?"

Apontei para uma aglomeração de números e sinais que constava no papel.

"É o valor que as pessoas pagam a nós caso atrasem o pagamento."

"Juros, você diz?"

"Não sei do que está falando..."

Aquilo fez minha cabeça girar, se fossem ao menos letras... Eu definitivamente entenderia.

"O empréstimo são 500 moedas de ouro correto?"

"Sim..."

"E o valor caso atrase.....?"

Eu sorri para ele.

"10 moedas de ouro a cada semana."

Eu anotei por cima da aglomeração de números.

"Dois porcento."

"Que?"

Então, eu tive que buscar minhas memórias do sexto ano para ensinar meu assistente a porcentagem. Até descobrir que essas pessoas nem sabiam divisão e multiplicação, tendo novamente, que, reencarnar como minha professora do quarto ano.

Após isso, os olhos de meu assistente brilharam, como se eu fosse uma espécie de gênio. Ou uma bruxa. Bem, se eu estivesse na Era Medieval, com certeza uma bruxa.

'Vou ficar bem longe das fogueiras.'

Após ter uma visão geral do meu trabalho e bancar-me de professora, meu assistente, chamado Ezekiel. A casa em si era bastante simples, não refletia a riqueza do duque. Que por sinal era rico, só não mais rico do que meu eu daqui cinco anos.

O mordomo nem mesmo havia feito questão de apresentar a casa... Seus rudes!

'Se eu pudesse...'

Suspirei, apertando meus punhos quando cheguei à área de treinamento. Meu marido estava lutando com um homem alto, eu o encarei, sem demonstrar muito.

'Escorregue.'

PAFT

Risos foram ouvidos.

"DO QUE ESTÃO RINDO BASTARDOS?!!"

"HAHAHAHA! Não esperava que meu senhor fosse derrotado de uma forma tão envergonhosa, eu nem havia começado os ataques..."

"Arrrrghhh, seu patife! Eu apenas escorreguei, eu não perdi!"

Sorri interiormente.

'Cadê sua arrogância agora que te encantei para escorregar?!'

Minha visão ficou turva de repente, eu não devia ter feito aquilo. Pousei minha mão sob minha testa.

"Tudo bem, duquesa?"

"Ha... sim. Me perdoe, vamos continuar."

Então, eu e o duque nos reunimos na mesa de jantar para o desjejum. Minha cabeça estava trincando de tanta dor, e não conseguia comer nada com aquele clima pesado. Então, o conde, a condessa e Flore chegaram. Ambos me encarando com preconceito.

"Ainda de jejum, duquesa?"

Flore me provocou, sorrindo.

"Pelo visto, minha nora come menos que um passarinho."

Meu sogro comentou.

Não contive o suspiro ao responder.

"Peço que me perdoem pela a minha grosseria."

Queria silêncio, minha mente poderia explodir a qualquer momento. Que não seja nesse. Eu não sabia como funciona as minhas crises pelo sangue selvagem, eu apenas havia lido sobre isso no manual de D&D na minha vida passada.

Claro, eram coisas mínimas. Como fazer objetos aleatórios levitar e entre outras coisas, tinha certeza que não seria assim nesse mundo.

Eu encarei meu antebraço coberto pela luva de seda, bem naquele lugar, eu sabia que tinha uma cicatriz... Que deveria ser aberta logo quando eu chegasse ao meu quarto.

Tentei comer um pouco, dando pequenas mordidas. Pareciam cinzas se desfazendo em minha boca, nada comparado com as comidas da minha vida passada.

Talvez fossem as cinzas das páginas desse manhwa.

Estava me esforçando para não vomitar aquilo, quando percebi os olhos de Isaak sob mim. Aqueles olhos vermelhos.

'Você deve estar doido pra me matar né?!'

Pensei ter visto-o sorrindo para mim, mas com certeza, não era real. Até porque, Isaak nunca sorriu para Luella na história original.

'Não vou me alimentar com mentiras, não mais.'

I became the duke's evil wife Onde histórias criam vida. Descubra agora