49 - Casa de memórias

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Saí do escritório mais cedo naquele dia, estalando meus dedos no caminho. Fui para o meu espaço, naquela pequena cabana. Para a minha surpresa, a elfa realmente estava lá, sentada na cadeira.

'Então realmente, não foi apenas um sonho louco.'

Eu ainda estava cética em relação a existência de Izar, naquele momento, não mais. Seus cabelos brancos eram lindíssimos, senti vontade de tocá-los por um instante.

"Qual é o seu nome?"

"Diana."

Eu sorri, me aproximando dela. Seus olhos eram lindos e brilhavam de forma sobrenatural. Então eu tinha agora alguém para fazer as coisas por mim, alguém que eu poderia confiar.

Peguei as linhas e as agulhas de crochê

"Diana, quero te ensinar uma coisa."

E assim, eu comecei a ensiná-la a fazer crochê. Se eu ensinasse os outros, eles poderiam tirar proveito e criar uma nova empresa. Enquanto elfos são conhecidos pela sua lealdade e não tem interesse em dinheiro.

Era seguro confiar nela, nem que seja um pouco. Me abracei, pensando estar de alguma forma segura naquele momento.  A sensação mais próxima do que eu teria de uma amizade naquela vida, pois eu nunca poderia confiar em alguém. Não quando meu destino era a morte.

Como eu queria poder me lembrar exatamente sobre a vida posterior de Luella, sobre como tem sido. Raramente eu me lembrava de algumas coisas, mas tudo era muito confuso. Talvez... Isso pudesse ser desbloqueado com magia.

"Diana."

"Sim?"

"Depois de um acidente, eu tive uma amnésia em relação ao meu passado... Será que você..."

"Você quer que eu reative suas memórias?"

Os olhos dela se tornaram escuros e profundos. Abaixei a minha cabeça.

"Você consegue fazer isso?"

Ela maneou a cabeça, erguendo as mãos. Vi uma magia azul me envolvendo. Meus olhos se encheram de horror conforme as memórias tomavam conta de mim, como... Por quê?

Diana se afastou, seus olhos arregalados com a imagem.

"Porque seus cabelos estão crespos? Você realizou migração de alma?"

O que?

Eu toquei meus cabelos, o mesmo aspecto que eu tinha quando era Camilla. Aquela sensação durou apenas um segundo, pois logo eles se desmancharam em ondas.

"O. que. significa. isso? Luella Everett."

"Eu... Me perdoe. Não é o que você está pensando, Diana. É apenas algo que acontece por causa da minha magia."

A fúria dela se dissipou, se afastou. Desviando o olhar para a janela, para as lindas árvores cheias de olha.

"Eu nunca vi isso antes."

Algo estava me dizendo que ela não estava acreditando em minhas palavras. Não importava, não parecia que ela realmente iria fazer barulho sobre isso, depois de tudo.

"É por causa da minha linhagem... Eu sou uma feiticeira de sangue selvagem."

"Cada feiticeiro é único."

Seus olhos cada vez mais frios e distantes, como um tipo de muro se exercendo entre nós. Me arrepiei.

"Sim. Ah. Bem. Você aprendeu a fazer crochê, não é mesmo?"

Ela assentiu vagarosamente.

"Eu tenho uma empresa onde vendo isso, é claro, só eu sei realmente como fazer isso. Então é bastante difícil para mim realmente fazer uma boa renda, espero que você possa me ajudar com isso."

"Farei o meu melhor."

"Ótimo."

Ensinei alguns modelos à ela, deixando as anotações por escrito. Ao menos nisso podia confiar em relação a ela, estava com medo de como nossa relação iria se desenrolar após ela ter testemunhado esse meu lado.

'Não importa quem seja, tenho que manter o pé atrás. Um passo, um mínimo passo errado pode me levar para a cova. E não existe outra segunda chance para mim.'

Eu suspirei profundamente, tocando meus cabelos. Sentindo os cachos densos que uma vez tive.

I became the duke's evil wife Onde histórias criam vida. Descubra agora