Meu maior medo naquele momento era que talvez Min-Ji também tivesse acordado junto com a Estella.
Em menos de dois segundos, já estava pegando minha camiseta do chão e indo em direção à minha irmã, vestindo-me às pressas.
— Oi, Estrelinha, o que está fazendo aqui?
— Quero usar o banheilo — disse ela, coçando os olhos e errando as palavras por causa do sono.
Ela estava com muito sono, então acho que não tinha visto nada de mais. Dei alguns passos para trás, observando o ambiente. Precisava verificar como Ji-Hoon estava depois de tê-lo derrubado da cama com um único empurrão, por causa do susto.
Isso mesmo. Antes de Estella entrar no quarto, Ji já estava no chão, resmungando de dor pelo tombo que eu o fiz tomar. O som da queda se misturou ao meu desespero, e percebi que devia ter doído bastante, a julgar pelo seu rosto contraído e pela sua mão que massageava as costas.
— Pode ir na frente, Estella. A Titi já vai te ajudar — disse, apontando para a porta do corredor.
— Tá bom, não demora, Ti.
Assim que minha irmã saiu do quarto e foi para o banheiro, corri até Ji-Hoon e o ajudei a se levantar, estendendo a mão, embora ele não precisasse.
— Meu Deus! Me desculpa por isso — sussurrei, me sentindo culpada.
Passei a mão pela sua nuca, fazendo carinho para aliviar a dor, e ele se abaixou um pouco para eu alcançar melhor.
— Não foi culpa sua, foi minha. Aqui em casa não costumo trancar a porta.
— Hoje você devia ter trancado, Ji — brinquei, fingindo repreendê-lo.
— Eu sei, isso não vai acontecer de novo. Vou criar esse hábito para não deixar você desconfiada de mim logo de cara.
— Bom mesmo.
Parei o carinho e, antes que o silêncio ficasse constrangedor, começamos a rir juntos da loucura que estávamos fazendo por causa da chama que acendia sempre que ficávamos sozinhos.
Eu gostava da intimidade que estávamos criando, especialmente em situações constrangedoras como aquela, quando ele sorria para mim de um jeito que não fazia com ninguém e deixava meu coração mais tranquilo.
— Acho melhor não fazermos mais nada aqui na sua casa.
— Essa hipótese ainda não está totalmente descartada — respondeu ele com um sorriso travesso.
— Deixa eu ir lá ajudar a Estella antes que ela volte e nos veja.
— Vai voltar depois? — Ji quase me devorou com os olhos. — Depois que sua irmã dormir?
— Acho melhor não abusarmos, o universo já foi bem generoso hoje.
— Então me dá meu beijo de "boa noite" — disse ele, sorrindo de um jeito que mexeu com todas as células do meu corpo.
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Mergulhando em Tintas
RomanceCONTEÚDO ADULTO Bethany é uma jovem de 17 anos que está no último ano do ensino médio carregando um segredo como todos os jovens da sua idade. Ela é apaixonada por Ji-Hoon, um atleta da equipe de natação, totalmente estudioso, focado, inteligente e...