• Explicações • (Min-ji) 🥊

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As palavras do meu irmão ecoaram na minha mente nos últimos dias, até porque ele não me deixou em paz

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As palavras do meu irmão ecoaram na minha mente nos últimos dias, até porque ele não me deixou em paz. Quase cuidou de mim como se eu fosse uma criança. Não que eu odiasse isso, mas era estranho pra caralho.

Claro que eu tinha dado um motivo para sua preocupação ficar tão evidente, mas eu não queria ser cuidada por ele, muito menos por causa do meu desmaio recente.

Meu irmão estava mais falante, algo que não era normal para ele. E em nenhum momento foi frio, como sempre é. Então, cheguei à conclusão de que ele estava prestes a morrer, já que as pessoas geralmente mudam nessas situações.

Só pedi a Deus que ele pelo menos durasse mais um mês antes de bater as botas, assim ficaríamos um pouco mais próximos.

E não que fosse importante, mas não tive mais nenhum sinal de vida do Pollak.

Pelo menos até eu passar na sorveteria de tarde e vê-lo com os amigos. Com certeza brigaríamos se nos esbarrássemos, e como eu estava sozinha, não podia baixar a guarda.

Respirei fundo antes de entrar e me preparei para ignorá-lo. Assim que abri a porta, os olhos dele caíram sobre mim, atraídos pelo som do sino.

Maldito sino!

Claro que nossos olhares se encontraram naquele momento, mas eu não me importei. Voltei a ignorá-lo e fui direto à atendente fazer meu pedido. Óbvio que tive que esperar alguns minutos, mas eu sabia que ele também estava me ignorando por uma força maior.

Peguei a casquinha e saí da sorveteria o mais rápido possível. Pena que, assim que o sino tocou pela minha saída, ouvi novamente o som da porta após alguns segundos, alguém tinha saído também.

Tentei acelerar o passo, ciente da presença atrás de mim, mas sabia muito bem que ele gostava de me seguir. Afinal, já fez isso várias vezes quando estava querendo se desculpar pelo nosso beijo naquele dia da luta do MMA.

Quando senti sua respiração se aproximar, me virei, quase batendo de frente com aquele cabelo lambido.

— O que você quer? — Perguntei com raiva.

— Minha casa fica nessa direção. — Ele me olhou de cima a baixo, como se estivesse me analisando.

— Poderia pelo menos usar o outro lado da rua então!

— Só porque você quer, né? Se enxerga, Mulan. Eu não faço as coisas por sua causa, e minha casa fica no final desta rua, logo ali na esquina!

Eu sabia muito bem de qual casa ele estava falando, mas nunca na vida imaginei que aquela mansão fosse da família do Pollak.

Ele tinha uma certa fama de "mauricinho" na escola, mas essa fama não era por suas roupas, que eram sempre largas, nada a ver com um "filhinho de papai". A reputação vinha pelo carro chique que usava para ir ao colégio, o celular do ano, e os boatos sobre ele pagar as coisas para os amigos. Enfim, riquinho.

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