ASLAN GRANT
Cada dia que passa, a recuperação de Clair é incrível.
No primeiro mês...
bastante fisioterapia e fonoaudióloga. Ela começou a movimentar o corpo pouco a pouco, mas quando tentava falar, apenas se esforçava e acaba emitindo um barulho e isso forçava ainda mais as cordas vocais.Eu não abro mão de está presente em cada etapa desse processo para saber que tudo está indo bem.
No segundo mês...
Clair está caminhando lentamente e sentando. Ela se alimenta sozinha, mesmo com muito esforço e a recuperação já é uma certeza.
Cheguei no quarto 12, bati na porta e Hillary abriu para mim. Quando entrei, olhei para a cama e Clair não está. Sempre que isso acontece, eu fico muito feliz, pois foram meses observando-a deitada naquela cama. Olhei para o lado e ela está sentada na poltrona, quando me olha, abre um lindo sorriso.
— Como se sente essa manhã? Não pude vir ontem, mas Hillary me manteve informado.— me aproximei, parando perto dela.
— Eu...
A voz dela me faz ficar surpreso. É a primeira vez que escuto uma palavra com tanta clareza. Me agacho, ficando frente a Clair e olhando-a com fascinação. É incrível o quanto ela foi forte em todo esse processo.
— ... estou bem!
— Clair, você está falando? Que maravilha!
Me empolguei, indo até ela e abraçando-a. Foi inevitável, mas quando percebi que passei dos limites, me afasto envergonhado. Ouvir a voz dela com clareza, pela primeira vez, foi uma sensação indescritível. Desenvolvi um sentimento de afeto muito intenso durante todos esses meses.
— Doutor Grant, Clair tem algo para relatar.- Hillary informa.
Olhei para Hillary e percebi que ela está apreensiva. Pelo tom de voz, não é algo bom. Olhei para Clair novamente e ela respira fundo, se preparando para falar.
— Eu... não lembro...— ela aponta para a cabeça — ... De nada!
Passei alguns segundos paralisado, processando o que ela esta me falando. Respirei fundo e desviei o olhar. Fiquei de pé e caminho um pouco, refletindo no que ela afirmou. Clair perdeu a memória, essa foi a principal sequela do acidente. Estava imaginando que agora ela poderia enfim voltar para o local onde mora, após a alta e se recuperar com ajuda de alguma família adotiva, ou seja, lá quem fizer parte da sua vida.
— Não lembra do dia do acidente, Clair?— olhei para ela, ainda surpreso.
— Não...
— Lembra onde mora?
— Não... eu não... lembro de nada. Vocês... me chamam de Clair e eu... acostumei. Mas não sei se é... o meu nome.
Passei as mãos no rosto, num gesto de completa frustração. Sei que não é minha responsabilidade, poderia entregar esse caso a polícia, mas como ela seria tratada? Até poder recuperar a memória, ainda existe a hipótese de ser irreversível. Pobre garota, o que a vida lhe reservou.
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UMA EMERGÊNCIA DE AMOR
RomanceUma paciente chegou ao hospital, ela está inconsciente após um grave acidente. O doutor Aslan Grant fez tudo que podia para salvar a vida da garota e ela ficou em coma. Como não encontraram nenhum documento, ou registro para encontrar os familiares...