CLAIR LEMAY
Quando o avião aterrissou em solo canadense, senti arrepios. Um misto de sensações que não consigo explicar. Estou ansiosa para tantas coisas, e devendo me controlar para não fazer outras coisas também.
Estamos no mês de novembro, próximo ao natal e também me trazem lembranças. Está começando a nevar nessa época do ano, então nos preparamos para sair do avião com sete graus de temperatura.
Zyan treme, mesmo coberto por muita roupa e luvas. Como estava habituada a essa temperatura, sinto que estou em meu habitat natural, rindo ao ver meu amigo tentando se aquecer.
— Também neva em Nova York, Zyan.— zombei.
— Aqui é bem mais frio.
Ele afirmou e seguimos em direção ao carro que nos aguarda. Observar a neve caindo me deixa eufórica, sentindo uma enorme nostalgia. Seguimos para a casa que pertencia a minha mãe, e agora é minha. A mesma que fui antes de partir para os Estados Unidos.
Meu pequeno Bill está confortável em meus braços e aqueço com um cobertor adequado, além do aquecedor do carro. Duas horas depois, chegamos na casa, observo com boas lembranças a sorrir.
— Graças a Deus, preciso de chocolate quente.— Zyan comenta a comemorar.
— Você logo irá se acostumar. Quero apenas cumprimentar os funcionários, deixar Bill confortável e irei fazer uma surpresa as minhas amigas.
— Posso lhe acompanhar até...
— Eu agradeço, Zyan, mas não é necessário. Preciso ter um momento com elas, faz muito tempo.
— Tudo bem.
Ele dá nos ombros, concordando com o que disse. Descemos do carro em direção à casa, a porta principal é aberta pela funcionária.
Sou recebida com gentileza e tratei todos da mesma forma. Entrar nessa casa, por mais que tenha ficado pouco tempo até partir para Nova York, me traz boas lembranças. Minha mãe mudou a minha vida quando eu não tinha a mínima ideia de como recomeçar e se ela não estivesse aparecido, talvez nem eu mesma estaria aqui ainda.
Sempre evito chorar ao lembrar dela, pois o que mais me pediu foi que, ao lembrar dela, desse um sorriso e é justamente isso que eu faço nesse momento.
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Após um banho quente, me alimentei da deliciosa refeição com o sabor canadense que sentia tanta falta.
Aproveitando que ainda é fim de tarde, me preparei para visitar as minhas amigas. Sarah está grávida do seu segundo filho e Hillary continua trabalhando no hospital, mas acabou o casamento após descobrir uma traição. O que me alivia é saber que ela está bem e leva esse assunto como um livramento.
Usando calças de couro, casaco de gola alta, botas e um sobretudo preto como todas as outras peças de roupas, sigo para o carro onde o motorista me aguarda.
Segui primeiro para a casa de Sarah. Estou ansiosa para dar um abraço. Ela mora num bairro tranquilo, uma rua onde as casas tem um gramado à frente, porém, está com neve sobre ele. Desci do carro e sigo em direção à porta, antes ordenei que o segurança fique relativamente distante.
Entrei na varanda, observando as luzes acesas e apertei a campainha. Não demorou muito até que Sarah abra a porta, arregalando os olhos ao me ver.
— Santo Deus, como você faz isso com uma grávida? Amigaaa...
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UMA EMERGÊNCIA DE AMOR
RomansUma paciente chegou ao hospital, ela está inconsciente após um grave acidente. O doutor Aslan Grant fez tudo que podia para salvar a vida da garota e ela ficou em coma. Como não encontraram nenhum documento, ou registro para encontrar os familiares...