CLAIR LEMAY
Chegamos em um prédio muito iluminado. Quando descemos do carro num estacionamento privado, já havia uma funcionária a nós aguardar.
— Senhor Grant, senhorita Lemay, sejam bem-vindos. Irei guia-los.
— Obrigado!
Aslan agradeceu e eu fiz o mesmo. Segurando o braço dele, caminhamos lado a lado, seguindo a mulher até um elevador. Estou começando a ficar curiosa, ainda mais nervosa. Não sei o que ele planejou.
Os botões do elevador me indicam que chegamos no último andar do prédio. Quando as portas se abrem, observo uma recepção que está praticamente vazia. Voltamos a seguir a mulher e chegamos a um local aberto. É o restaurante ao ar livre, no topo do prédio. Sinto o vento bater em meu rosto quando subi alguns degraus. O que mais me chamou a atenção foi perceber que está vazio.
— Seremos só… nós?— perguntei ainda sem acreditar.
— Sim, fechei esse restaurante para o nosso jantar. Quero que seja um momento a sós.
Não posso negar a vontade que sinto em me jogar nesses braços fortes, fazer tudo aquilo novamente, mas me contenho.
Somos levados até uma mesa próximo ao parapeito com lindas flores. As luzes da cidade se espalham no horizonte, a melodia de piano deixa o ambiente ainda mais envolvente e agradável.
— Você foi muito… detalhista. Jamais imaginei que alguém faria isso por mim. Quer dizer, não me recordo, mas…
— Entendi o que você quis dizer.— ele sorri.
Um dos funcionários se aproxima, mostrando o vinho para Aslan.
— Perfeito. Para a senhorita pode preparar um coquetel sem álcool. Ela irá escolher.
Observei o cardápio requintado, optei por um coquetel de frutas vermelhas. Pelo que posso observar, ele já escolheu tudo antes mesmo da nossa chegada, incluindo a entrada e o jantar.
— Esse lugar é incrível. Como conseguiu fechar um restaurante como esse ? — perguntei ainda surpresa.
— Eu tenho ótimos contatos. — ele sorri e pega a taça do vinho, levando aos lábios.
— Eu tenho certeza que sim. Não imaginava que você era tão… romântico.
Falei sem pensar e levei os dedos até a boca para me calar. Arregalei os olhos, ficando corada e abaixei o olhar para evitar o contato visual.
— Romântico ? Então isso quer dizer que vivemos um romance?
— Aslan, não foi isso que eu quis dizer… é…
— Eu gosto dessa hipótese. Quero conversar sobre isso, essa noite.
Fiquei confusa com o que ele está alegando. Pelo que posso entender brevemente, ele irá aproveitar o jantar para falar sobre nós.
— Clair, eu desejo viver isso ao seu lado, mesmo que seja temporário, ou… não.
— Eu não estou entendendo…
— Seja a minha namorada. Já que o destino me trouxe você, me deixe apreciar.
Fico paralisada, nem ao menos me importei quando o homem depositou o drink sobre a mesa. Não consigo acreditar que, um homem como ele, está me pedindo em namoro. Sei que os meus sentimentos são extremamente recíprocos. O desejo com a mesma intensidade, me apeguei a ele da mesma forma e são meses de contato, além da noite quente que passamos juntos.
— Você está falando sério ?— continuo sem acreditar.
— Nunca falei tão sério em toda a minha vida.
Peguei o coquetel e dei um gole caprichado, sentindo o sabor delicioso das frutas vermelhas e uma mistura peculiar.
— Aslan…— respirei fundo, sentindo a mesma insegurança que senti ao Ir embora . — Eu não lembro do meu passodo, não sei como será o meu futuro e…
— Podemos viver o presente.
Ele completou as minhas palavras e isso me fez calar. Sinto a mão dele sobre a minha, e esse simples toque me faz arrepiar. A nossa conexão é indescritível.
Não sei quando posso recuperar a memória, ainda mais por ouvir que existe a possibilidade de ser irreversível. Eu poderei viver apenas evitando as oportunidades e sentimentos, ou deixar que o destino me leve até onde desejar.
— Não me responde agora.
Ele ficou de pé, me oferece a mão e segurei, também me levantando da cadeira. As mãos de Aslan envolvem minha cintura, as minhas deixei sobre os ombros dele. A melodia do piano embala o ambiente e começamos a dançar lentamente. Nossos rostos se aproximam, posso sentir a respiração dele e isso é tentador.
— Quero cuidar de você lhe proteger e aproveitar momentos, até o dia que isso for possível. — ele falou quase num sussurro.
Com uma das mãos, ele tocou meu rosto e nossos lábios se aproximam, colando uns nos outros. O selo demorado se transformou num beijo lento e envolvente. O gosto do vinho em sua língua me faz imaginar muitas coisas. Deixei me levar pelo beijo, também pelos toques que ele distribui pelas minhas costas e cintura.
Quando a música parou, também paramos de nós beijar e encostamos a testa um no outro.
— Eu aceito!— afirmei.
Ele abre um largo sorriso e distribui muitos beijos nos meus lábios. Isso né arrancou risadas, percebendo que foi a minha melhor escolha. Ele continua a declarar:
— Faremos muitas coisas juntos, recriar uma história e que seja inesquecível.
— Já é inesquecível, Aslan. — afirmei, me sentindo feliz e tranquila desde que sai daquele hospital.
— Me fale quando se sentir desconfortável, ou se recordar algo que seja relevante. Irei estar aqui para lhe amparar.
Essas palavras me trazem a segurança que preciso. Naquele abrigo, me sentia como uma pessoa qualquer no mundo, mas quando estou com Aslan, me sinto cuidada, protegida e feliz.
Percebemos que o garçom se aproximou e com auxílio de uma funcionária, eles preparam a mesa para o jantar. Retornamos para nossos respectivos lugares, mas Aslan não deixou de me olhar.
— O que sente vontade de fazer? Qualquer coisa.— ele perguntou enquanto é servido.
— Eu? Nossa… visitar um parque de diversões e ir para a praia, o mar.
— São coisas simples para serem resolvidas. Faremos isso, programarem uma viagem.
— Isso será incrível. Sinto como se estivesse vazia, mas, preciso de coisas que me preencham,
Começamos a apreciar o jantar servido, percebendo que ele tem um ótimo gosto e fez uma escolha dívida. Me deliciei na comida tipicamente italiana. Chego a conclusão que muitas coisas são novidade para mim, mas não apenas pelo fato de perder a memória, mas sinto que minha vida não era maravilhosa antes do acidente.
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UMA EMERGÊNCIA DE AMOR
RomanceUma paciente chegou ao hospital, ela está inconsciente após um grave acidente. O doutor Aslan Grant fez tudo que podia para salvar a vida da garota e ela ficou em coma. Como não encontraram nenhum documento, ou registro para encontrar os familiares...