Capítulo 40

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ASLAN GRANT

A vida que idealizei chegou ao fim. Mesmo me sentindo devastado, me recordo de tantos pacientes que estão, ou estiveram nos leitos, alguns tiveram uma nova chance, outros não tiveram. Levando isso em consideração, não posso esnobar o fato de estar vivo, preciso continuar, mesmo doendo, mesmo sabendo que não irei amar alguém como eu amo Clair.

A esperança ainda prevalece, sinto que ela pode amenizar seus pensamentos conturbados e voltar para mim.

Estou de folga, pois havia informado que estaria viajando junto de Clair após o casamento. Adoraria que estivesse trabalhando e ocupando minha mente. Peguei um livro qualquer e tentei ler, sentado na poltrona do escritório.

Não consigo fixar a leitura, jogando o livro sobre a mesa. Ouvi batidas na porta e autorizo sem paciência.

— Aslan...— Sandra abre uma fresta da porta. — O senhor Stell está aqui.

Respirei fundo ao saber que o investigador solicita uma reunião. Fiz um gesto indicando que ela traga ele até o escritório. Essa vinda é realmente necessária, pois darei um basta às investigações.

— Olá, doutor Grant.

— Olá, senhor Stell. Entre por favor. — me ajeitei na cadeira. — A sua vinda foi em boa hora, eu ...

— Descobri o nome do homem que morada com a senhorita Lemay.

Silenciei imediatamente ao ouvir essa informação. A curiosidade de saber de quem se trata é maior que eu.

— Quem é ele?— respirei fundo, tentando conter a tristeza.

— Taylor Collen, ele trabalhava em uma loja de carros importados há um tempo. Tem 28 anos, mas as informações são vagas. Muito estranho tudo que envolve esse caso.

Enfim, eu sei o nome do homem que teve a sorte de estar com Clair por anos. Maldito não foi capaz de procurá-la, pois eu iria mover céus e terras se estivesse no lugar dele. Respirei fundo, absorvendo a informação e me sentindo satisfeito.

— Pode encerrar essa investigação. Clair recuperou a memória e... está dando seguimento a vida dela. — suspirei e desviei o olhar.

— Oh, nossa. Quem sabe um dia eu possa ouvir um pouco dessa história. Me aprofundei muito nesse caso.

Ele se empolga, mas quando percebeu que o meu semblante não está nada amigável, ele fica de pé, estende a mão para mim em cumprimento de despedida. Retribui o gesto e observei a porta sendo fechada.

Olhei para o porta-retrato sobre a mesa e observei a foto com Clair. Foi uma viagem inesquecível nas Maldivas, ela está com um sorriso incrível. Fechei os olhos, respirando fundo e sentindo a saudade doer.

Meu telefone tocou, abri os olhos, ansioso para saber se poderia ser Clair, mas percebi que se tratava do meu gerente. Atendi mesmo assim.

— Alô...

" Olá, doutor Grant. Sou Adam, o gerente de transações. Gostaria de informar sobre a transferência feita pela senhorita Lemay."

Uni as sobrancelhas sem entender o motivo da ligação. Mesmo que a conta de Clair tenha sido integrada a minha ao ser feita, não há motivos de ser informado, ela faz com o dinheiro o desejar, é dela. Além disso, eles só informam grandes transações.

— A senhorita Lemay tem autonomia de movimentar a conta como desejar. Aliás, quero transferir um valor a mais para ela.

" Se desejar repor a retirada, foi no valor de 200 mil dólares canadenses, para a conta do senhor Taylor Collen."

UMA EMERGÊNCIA DE AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora