Capítulo 42

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CLAIR LEMAY

Uma semana depois...

Estou em meu apartamento provisório tirando os pertences da mala. Aluguei um lugar para ficar e estou decidida a tentar conseguir um emprego. É um espaço pequeno, mas o suficiente.

Cada dia que passa, a dor da saudade é ainda mais insuportável. Muitas vezes pesquisei sobre Aslan apenas para ver a foto dele, lágrimas não foram poupadas em alguns momentos.

Devo aceitar o meu destino doloroso.

— Tem certeza que ficará bem? Poderia ficar em meu apartamento por mais tempo. — Hillary se preocupa.

— Está tudo bem, seu marido está voltando e vocês precisam de privacidade.

— Isso não é nenhum pro...

— Hillary, obrigada por tudo. Você é incrível, mas não se preocupe, irei ao seu apartamento, que é tão perto.

Abri um sorriso para confortá-la sobre a minha saída do apartamento. Sarah também está conosco ajudado a desarrumar as malas e também afirmou:

— Também estou morando em um bairro não tão distante, estarei aqui sempre que possível.

Dou um sorriso para que elas se sintam seguras da minha escolha. Isso não quer dizer que não tenho medo de Sean, mas devo tentar recomeçar de qualquer forma e quando ver uma oportunidade, talvez consiga me livrar dele, colocando-o atrás das grades.

As minhas amigas se foram e fiquei sozinha a concluir a organização do lugar. Para quem não tem perspectiva alguma, nem sabe o que pode acontecer amanhã, morar sozinha é um grande passo, além de arriscado. Não posso colocar mais pessoas em risco, como fiz com Aslan.

Quando finalizei, concluí com um banho e resolvi ir até a loja de conveniência mais próxima para comprar alguns mantimentos. Desci as escadas do pequeno prédio de três andares e quando cheguei na calçada, senti uma mão segurar o meu braço. Olhei para o lado assustada.

— Está de casa nova, meu bem?

Sean está de volta e fico surpresa. Foi apenas uma semana e quando achei que estava livre ao menos por um tempo, ele aparece novamente.

— Me larga!— puxei o braço.

— Quero mais dinheiro.

— Não tenho mais dinheiro!

Exclamei para me afastar. Ele está impaciente e coloca as mãos nos bolsos da calça como sinal de nervosismo. Sean olha para os lados,

— Não me faça de idiota, eu sei que você tem. — ele fica ainda mais irritado.

— Tenho o suficiente para me alimentar, já chega!

Me sinto sufocada e nervosa, enquanto ele olha para os lados como se estivesse com medo de alguém nos ver ou sendo observado. Um senhor que é síndico do prédio se aproxima da entrada, ele passa por nós e percebe a movimentação.

— Precisa de ajuda, senhorita?

Quase gritei para que prendam esse hoje de uma vez por todas, mas o gesto de Sean em colocar a mão na cintura, me fez lembrar do que é capaz.

— Estou resolvendo uma questão com a minha namorada, velhote.

Sean fala com arrogância e o homem dá uma última olhada para mim, seguindo para a entrada do prédio a sumir de vista.

— Não me provoca. Amanhã nesse mesmo horário estarei lhe esperando aqui, quero, no mínimo, 100 mil dólares. Posso ir para num hospital, você sabe disso.

Sean correu e atravessou a rua, alguns carros buzinaram furiosos por ele atravessar inesperadamente. Observei ele sumir de vista, com a minha respiração ofegante e o coração acelerado. Não aguento mais, minha cabeça gira e por mais que eu tente pensar em algo que afaste esse imbecil, o medo me consome ainda mais.

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Mesmo com as pernas trêmulas, segui para a loja de conveniências, pois preciso me alimentar. Comprei o suficiente e

e básico, quando retornei para o apartamento a caminhar, me lembrei de todos esses meses quando a minha vida era tão perfeita ao lado de Aslan. Não é uma questão de interesse, mas como tudo que o envolvia, me fazia sentir a mulher mais amada do mundo.

Me aproximei da entrada e me assustei quando vi dois policiais a me aguardarem. Eles conversam com o síndico e isso me fez temer que fosse algo relacionado a Sean, e ele acabasse se vingando.

— É ela!— o síndico apontou. 

Meu coração está extremamente acelerado e me aproximo temerosa. Os policiais me olham atentamente.

— Em que posso ajudar?

— Você é Clair Lemay?— um deles perguntou.

— Sim, sou eu...

— Pode nos acompanhar até a delegacia, temos uma solicitação para que a senhora nos acompanhe.

— O que aconteceu? O que ele fez?— arregalei os olhos.

— Senhorita, não se preocupe, apenas nos acompanhe, por favor!

Eles não estão sendo grosseiros, mas muito educados e cordiais. Apertei os lábios, tão apreensiva que chego a tremer.

— Me dê um minuto, preciso deixar isso no apartamento.

Solicitei ao indicar as sacolas em meus braços. Caminhei em direção a entrada do prédio, sendo acompanhada pelo síndico.

— Senhorita Lemay, sinto muito informar, mas a senhorita tem dois dias para procurar um novo local. Infelizmente não valorizamos essas movimentações em nosso prédio, os outros moradores podem ficar assustados.

Eu não consigo acreditar, após conseguir deixar tudo organizado, sentir ao menos uma pitada de esperança para recomeçar, as coisas começam a desmoronar novamente. Sinto que a minha vida tente a ser de desgraças.

— Eu sinto muito, senhor. Não queria causar nenhum transtorno.

Suspirei e o vejo se afastar depois do comunicado, além de explicar o valor que será parcialmente devolvido. Entrei no apartamento, deixando as sacolas sobre uma pequena mesa e voltando a descer as escadas para acompanhar a polícia.

Suplico em pensamento para não ser mais uma coisa ruim, sendo que a tendência é justamente essa.

Cheguei na calçada, observando um policial no carro enquanto o outro abre a porta para mim. Não estou sendo levada como uma ladra, ou alguém que cometeu um crime, isso me conforta, mas ainda me preocupa.

Sentei no banco traseiro e observei os dois policiais à minha frente. Eles conversam entre eles, comentando sobre coisas que farão ao receber esse dinheiro. Começo a sentir que isso é sobre mim, aí o desespero me atinge completamente.

Quando tudo isso irá acabar de uma vez por todas? 

UMA EMERGÊNCIA DE AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora