OLÍVIA SMALL
Após encontrar aquela garota na casa de Aslan, fiquei extremamente abalada. São anos que nos conhecemos, saímos e dormimos juntos, mesmo com todas as minhas tentativas, ele nunca oficializou o nosso relacionamento e muito menos, pensou nisso.
Fiquei sabendo que ele tirou dois meses de férias, algo que Aslan jamais havia feito, mesmo que eu tenha o convidado diversas vezes para viajar juntos nas férias.
Não pensei duas vezes, saindo do apartamento dele e sigo para a casa da mãe de Aslan, ela precisa saber do que está acontecendo. Os seguranças permitiram a entrada ao me reconhecer e quando parei o carro, uma governanta me acompanha até a entrada.
— Olívia, que surpresa agradável.
Dora vem ao meu encontro, sempre elegante e gentil. Nós aproximamos, dando dois beijos em casa lado do rosto num cumprimento carinhoso.
— É sempre bom vê-la, Dora, mas presumo que dessa vez a minha vinda para cá não seja para abordar um assunto muito agradável.
A mãe de Aslan mudou semblante imediatamente, apertou os lábios, mas logo após, manteve o sorriso singelo.
— Me acompanhe.
Ela indica o sofá da sala e solicita para que uma das suas funcionárias tragam algo para que eu possa tomar, optei por apenas água assim irá me acalmar, pois ainda estou nervosa.
— Achei que estava vindo para me dar a notícia que finalmente você e o meu filho estejam noivos, ao menos um passo ate lá.
— Infelizmente, ainda não …
Suspirei ao ouvi-la falar isso, pois sem dúvidas, seria um dos meus maiores sonhos. Abaixei o olhar, pensando em como começar esse assunto desagradável.
— Não sei se… você sabe, mas… Aslan estava cuidando de uma garota misteriosa que chegou no hospital após um acidente.
— Sim, ele conversou comigo sobre isso.
— Dora, essa garota está morando com ele, sobre o mesmo teto. Você não vê o quanto isso é perigoso?
Segurei as mãos dela, olhando fixamente nos olhos da minha possível futura sogra e percebi que ficou preocupada após a minha revelação.
— Não imaginava que Aslan chegaria a tanto. — Ela suspirou.
— Nos não fazemos ideia da magnute do problema que isso pode ser. Essa garota é órfã, chegou no hospital depois de acidente e ainda por cima, alega que perdeu a memória. Isso é muito conveniente.
— O que quer dizer?— Dora arregalou os olhos.
— Se ela estiver mentindo? Se ela está fugindo de algo e afirmando que perdeu a memória? Pode haver algum interesse em Aslan, no dinheiro dele, algum cúmplice. Não sei… mas… é tão estranho.
Falei rapidamente, respirando fundo ao terminar a frase. São tantas suposições em minha cabeça atrelada ao ciúmes intenso que sinto em saber que, quem deveria estar naquele lugar, seria eu e não ela.
— Levando em consideração tudo que está me falando, é muito estranho.
Ela abaixou o olhar e observei a funcionária me servir a água. Tomei uma boa quantidade de uma só vez, respirando fundo e corrigindo a minha postura.
— Dora, eu não quero o mal de Aslan. Eu amo o seu filho, mesmo que ele não sinta o mesmo por mim, ao menos na mesma intensidade, mas eu sinto que essa garota é um perigo.
Ela ficou muito pensativa, é nítida a expressão de preocupação em sua face. Sei que Dora é uma mãe compreensiva, mas ao mesmo tempo, extremamente protetora.
— Ele tem um enorme coração. — ela suspirou.
— Existem abrigos, ele poderia ajudar ela de outra maneira. Não vê que essa garota está o deixando enfeitiçado ?
Falei com mais nervosismo ao lembrar do olhar de Aslan para ela. Ele ousou me deixar sozinha para acolher a “pobre-coitada”.
— Olívia, não poderia estar exagerando?— ela tenta se confortar.
— Ele pegou férias, de dois meses para ficar ao lado dela. Isso é mesmo uma ajuda?
— O quê? Aslan? Ele nunca optou parar!
— Exatamente.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, perdidas em nossos próprios pensamentos. Percebo que preciso descobrir algo sobre essa garota, e conseguir tirá-la daquele apartamento o mais rápido possível.
— Eu preciso ir, mas… espero que você também tente alertá-lo.
Solicitei com urgência, pois ele precisa parar com essa loucura. Aslan sempre foi extremamente centrado, focado no trabalho e desde que essa garota apareceu, só tem olhos para ela
— Eu irei conversar com meu filho. Sei que isso lhe preocupa, eu também sinto o mesmo e espero que tudo termine bem.
— Obrigada, Dora!
Nós abraçamos em despedida e ela me acompanhou até a porta. Caminhei apressadamente até o meu carro e antes de ir para meu apartamento, decido ir até a delegacia onde estão cuidando do caso dessa órfã estranha. Tentarei descobrir o que for necessário para abrir os olhos de Aslan.
Liguei para um amigo que é delegado e solicitei que abrisse as investigações para mim, mesmo estando em sigilo. Ele não me confirmou de imediato, mas solicitou que fosse até lá para que pudesse tentar.
Antes de partir, aproveitei para mandar uma mensagem para Aslan, esperando que ele leve em conta o meu convite.
Olívia: Mesmo magoada com o que aconteceu, você sabe que o meu aniversário irá acontecer tem três dias, espero que você esteja presente como todos os anos.
Enviei a mensagem e fiquei um bom tempo com o carro parado, olhando para a tela do celular, mas nenhuma resposta aparece. Troquei os dentes , sentindo muita rápida só de imaginar que deve estar tão ocupado com aquela garota.
— Droga!— xingue, jogando o celular no banco do passageiro.
Segurei o volante, dando a partida no carro movida a toda a frustração. Me dediquei a ser a pessoa perfeita para estar ao lado dele, sendo resumida a nada por uma estranha que apareceu entre nós.
Sigo diretamente para a delegacia. Chegando no local, sou recebida pelo meu amigo que me leva para sua sala. Falei sobre o caso e ele ficou apreensivo por me dar essas informações, porém acabou cedendo.
Descobrir que é órfã, filha de uma mulher que a abandonou por conta de vícios e drogas, só demonstra que essa garota não tem uma boa história. Aliás, o acidente está sendo investigado como criminoso, isso é extremamente perigoso.
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UMA EMERGÊNCIA DE AMOR
RomansaUma paciente chegou ao hospital, ela está inconsciente após um grave acidente. O doutor Aslan Grant fez tudo que podia para salvar a vida da garota e ela ficou em coma. Como não encontraram nenhum documento, ou registro para encontrar os familiares...