Riches of love - Ellie Williams

ℂ𝕒𝕡𝕚́𝕥𝕦𝕝𝕠 𝟙𝟚𝟞

𝑬𝒍𝒐𝒅𝒊𝒆

     Estou sentada em um dos bancos de madeiras da capela na qual uma das amigas de Nancy comentou que estava enterrado o pai da mesma. Meu pai organizou e arcou com toda a questão do funeral e enterro, visto que eu não tinha condições alguma de fazer isso. Sinto meu peito doer ao olhar para a menor ao meu lado cabisbaixa com todo aquilo.
      Luna segurava minha mão enquanto assistia a missa sem entender nada do que estava acontecendo, Tess me ajudou a explicar para ela e por mais que ela não consiga compreender com clareza tudo o que estava acontecendo, foi possível perceber a tristeza em seu olhar por saber que nunca mais veria sua mãe de novo.
        Fomos para a parte de trás daquela pequena capela em conjunto com todas as pessoas presentes. Tudo isso me faz lembrar do dia na qual eu perdi a nona e estar presente em um sepultamento me causa ansiedade, e a vontade imensa de sair correndo. Minhas mãos suavam e vez ou outra solto a mão da pequena para secar a palma em meu vestido.

Eu preciso ser forte!

     Após o fim do sepultamento, todos se descolam em direção à capela novamente para ir embora. Fico alguns minutos ali com a pequena que não disse nada desde que chegamos aqui. Ela encarava a foto da sua mãe e é como se esperasse que ela voltasse a qualquer momento. Pra uma criança de cinco anos, a palavra morte na maioria dos casos não faz sentido, a não ser aquela imagem de capa que aparece em desenho ou jogos onde é possível reiniciar e tudo volta ao normal.
   Luna é esperta e por saber de toda a realidade na qual vivia com sua mãe, sei que ela tem um breve conhecimento dessas coisas e por saber disso me faz ficar ainda mais preocupada.

- Tem uma praça aqui do lado, o que acha de irmos pra lá e tomarmos um sorvete, hum!? - Sugiro tentando transparecer calma chamando sua atenção que apenas assente com a cabeça em resposta

     Enquanto Luna corre em direção ao playground respiro fundo enquanto me sento no banco de madeira. Ser criança é tão bom, olhando para ela brincando como se não tivéssemos acabado de sair de um enterro é curioso, sorrio fraco e aliviada por vê-la brincar, tive medo dela ficar pra baixo o resto do dia. Olho para a barraquinha azul de sorvetes animada, vou em direção sua sem tirar a atenção da criança.
     Haviam algumas pessoas em minha frente, espero calmamente enquanto respondo as mensagens da Williams. Ela queria ter vindo para nos acompanhar porém tinha um assunto pendente com Joel, eu não questionei muito pois todas as vezes na qual eu toquei no assunto ela inventava algo que não fazia o menor sentido, prefiro evitar alguém estresse que seja, no momento.

- Fico feliz por vê-la assim... - Escuto uma voz grave e feminina atrás de mim chamando minha atenção

- Desculpe? - Olho para a mulher de cabelos curtos e castanhos

- A Luna. - Aponta para a criança

- Conhece ela?

- Eu vi ela nascer! - Confessa

- Nossa... Então você conhecia Nancy?

- Éramos como irmãs, ela era minha melhor amiga... - Admite me surpreendendo - Ah eu acho que não me apresentei, meu nome é Meire!

- Eu sou a Elodie! - Falo com um sorriso meigo no rosto que logo se desfaz ao ver o semblante da mais velha mudar

- É você! A princesinha intocável... A filha do Phillip aquele filho da puta desgraçado! - Diz me pegando de surpresa com sua reação

- Eu... - Olho para o lado oposto de Meire tentando assimilar - Eu sinto muito pela Nancy...

- Você sente muito? - Pergunta de forma irônica me deixando confusa com a mudança de humor - Você sente muito!?