Capítulo 20

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ATENÇÃO!

Esse capítulo possui cenas de violência e agressão!

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A visão de Lucien, parado no batente da porta com a pesada madeira despedaçada aos seus pés, era aterrorizante e hipnotizante ao mesmo tempo. Eu senti um misto de alívio e temor ao olhar para ele. Não havia medo em meu coração, apenas uma esperança intensa de que ele me libertaria daquele pesadelo. Mas uma coisa era inegável: aquele Lucien era um ser que eu nunca havia conhecido, completamente tomado por sua escuridão.

Seus olhos, que normalmente eram um profundo tom de cobre, agora brilhavam em um vermelho vivo, intenso e penetrante, como as rosas do jardim sob a luz da lua. O rosto dele, antes tão gentil e protetor, era agora sombrio e animalesco, com as presas saltando para fora da boca em um aviso mortal. As unhas longas e pontudas, parecendo garras afiadas, acrescentavam uma ferocidade indescritível à sua figura. O sangue que manchava suas mãos e braços, e o brilho escarlate em seu rosto, contavam a história de uma luta feroz. Ele não apenas chegara ali; ele havia exterminado os homens de Damien, limpando o caminho com a mesma intensidade que a fera dentro dele exigia.

Murmurei o nome de Lucien, meu amado e salvador, meu coração batendo descontroladamente. A dor pela brutalidade que Damien havia infligido a mim era opressiva; meu corpo latejava após o tapa que recebera. Eu só queria me jogar nos braços dele, sentir sua proteção e a segurança que apenas ele poderia oferecer.

Damien, no entanto, ainda me mantinha presa, olhando fixamente para Lucien. A tensão no ar era palpável, como se um rugido de batalha estivesse prestes a eclodir. Lucien permanecia imóvel na porta, seus olhos vermelhos avaliando o cavaleiro, como se estivesse pesando sua próxima ação. Ele não se apressava; em vez disso, parecia absorver cada detalhe da cena, esperando por uma fraqueza que pudesse explorar para me libertar.

Quando Lucien finalmente falou, sua voz não era a mesma que eu conhecia e amava. Era um rugido primal, como se a própria morte estivesse se manifestando através dele.
— Tire suas mãos da minha mulher. — A ameaça em sua voz era clara, um aviso que reverberava nas paredes do quarto.

Damien hesitou, sua expressão uma mistura de estranhamento e determinação. Com um riso baixo, ele desafiou Lucien, suas palavras cortantes.
— Ela é uma vadia. Vadias como ela não pertencem a ninguém.

O ar ficou denso com a raiva de Lucien. Ele avançou um passo, o rosto retorcido em uma expressão de fúria pura, rosnando como uma besta prestes a atacar.
— Tire as mãos dela, ou se arrependerá.

Mas Damien estava determinado a manter seu controle, mesmo enquanto me usava como refém. Deslizou as mãos sujas pelo meu corpo, provocando uma onda de agonia que me fez estremecer. Ele olhou para mim com um sorriso sádico, suas palavras venenosas.
— Estou decepcionado, querida. Você escolheu esse monstro em vez de mim. Não se preocupe; quando eu matar a fera, serei o herói do reino.

As palavras dele cortaram em mim como uma faca. Eu balançei a cabeça, a angústia crescendo dentro de mim ao imaginar Lucien sendo ferido. O medo do que Damien poderia fazer a alguém que eu amava era paralisante, um eco sombrio que me fazia pensar no que havia acontecido com Léa.

Em um momento de clareza, algo dentro de mim se acendeu. Juntando todas as minhas forças, acertei o cotovelo em Damien, um movimento rápido e eficaz. Ele me soltou com um grunhido de dor, e segundos foram o suficiente para eu me afastar dele, girando para encarar Lucien.

No instante em que eu estava fora de alcance, Lucien se lançou contra Damien como um animal faminto por sangue. A fúria em seu corpo era quase palpável, e o quarto parecia vibrar com a energia de seu ataque.

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