Capítulo 21

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IMPORTANTE!

Esse capítulo possui cenas de violência e agressão!

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Meu corpo gritava de dor, cada músculo, cada fibra, enquanto Damien avançava com uma fúria implacável. Eu sentia minhas pernas latejarem, as costelas queimarem, mas não podia me dar ao luxo de ceder. Com a espada erguida, eu me preparei para enfrentá-lo, mesmo sabendo que minha força estava se esvaindo a cada segundo. Quando o primeiro golpe dele veio, foi como uma tempestade, feroz e impiedoso. Eu bloqueei o ataque, mas o impacto reverberou pelas minhas mãos, quase me derrubando.

A dor na costela se intensificou quando ele me acertou de novo, no mesmo lugar que havia chutado antes. Meu rosto ainda ardia do tapa que ele me dera, mas não desviei o olhar. Eu precisava manter o foco, mesmo que tudo dentro de mim gritasse para parar. O som do aço das espadas se chocando enchia o ar noturno. Ele era mais forte, isso era óbvio. Cada movimento seu era mais pesado, mais preciso, e eu sabia que estava lutando contra o tempo, contra o meu próprio corpo que falhava.

Num último esforço, consegui cortar o braço dele com a lâmina. O grito de dor que ele soltou foi satisfatório, mas durou pouco. Ele avançou com ainda mais ódio, e minhas pernas, exaustas, não aguentaram mais. Caí de joelhos, ofegante, lutando para me levantar, mas meu corpo não me obedecia mais.

Damien não perdeu tempo. Num instante, arrancou a espada das minhas mãos e a jogou longe. Antes que eu pudesse reagir, ele já estava sobre mim, imobilizando-me com seu peso, seu rosto distorcido em um sorriso cruel.

— Vai ser rápido — ele murmurou, e o som de sua voz me enojou. — Mas eu vou garantir que você nunca se esqueça de mim.

Meu coração disparou e as lágrimas começaram a escorrer sem controle. Eu murmurava, implorando para que parasse, mas ele ignorava meus apelos. Com movimentos rápidos e brutais, ele puxou minha capa, expondo-me sem o menor traço de humanidade. Tudo ao redor parecia ter desaparecido. A batalha, os corpos mortos, o sangue que ele derramava — nada mais importava. Ele estava completamente consumido pela vontade de me possuir, de me destruir.

Eu queria que o mundo acabasse ali. Queria que a dor, o horror, tudo desaparecesse. Virei a cabeça, tentando não olhar para ele, tentando fugir de qualquer forma que pudesse. E então meus olhos encontraram o lugar onde Lucien havia caído… mas ele não estava lá.

Por um momento, uma esperança tímida surgiu no meu peito, mas logo foi esmagada. Damien começou a forçar-se contra mim, provocando-me de forma cruel, sem penetrar de imediato, mas o suficiente para prolongar minha agonia. Soltei um grito, completamente tomada pelo desespero.

— Agora você é minha de novo — ele sussurrou, sua voz carregada de satisfação.

Fechei os olhos, meu último fio de esperança escorrendo por entre meus dedos, e sussurrei o nome de Lucien, como uma prece silenciosa, uma súplica desesperada. Eu sabia que a dor insuportável estava prestes a me atingir, mas, em vez disso, algo diferente aconteceu. O impacto que eu esperava nunca veio.

Abri os olhos devagar, o coração preso na garganta. E foi então que o vi.

Lucien estava ali, atrás de Damien, sua expressão fria, implacável. Antes que Damien pudesse reagir, uma espada atravessou seu corpo, cravando-se profundamente nas costas e saindo pelo tórax. O sangue manchou a lâmina, brilhando diante dos meus olhos.

Damien congelou, seu corpo enrijecido pelo choque, sem tempo para processar o que havia acontecido. Eu não conseguia respirar, mas, de repente, a dor que eu tanto temia desapareceu, e a figura de Lucien se tornava minha única âncora na realidade.

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