Capítulo 23

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Acordar nos braços de Lucien era, sem dúvida, uma das melhores sensações que eu poderia descrever. Era como se todo o mal que já vivi desaparecesse por completo. Ele me despertava com um carinho leve nos cabelos, passando os dedos entre os fios de forma quase preguiçosa, como se o tempo parasse ali, sem pressa, sem preocupações. Seu único foco parecia ser em mim, nos meus cabelos, como se cada segundo ao meu lado fosse precioso.

Eu sorri antes mesmo de abrir os olhos, já sabendo que ele estaria me observando, e quando finalmente os abri, não me decepcionei. Lucien estava ali, escorado em um dos braços, me encarando com aquele olhar que sempre fazia meu coração bater mais rápido. Ele continuava com os dedos nos meus cabelos, completamente imerso na tarefa, como se meu despertar não fosse algo que exigisse interrupção.

— Você tem um gosto peculiar — provoquei, sorrindo arteira. — Estou completamente descabelada e mesmo assim você parece fascinado.

Lucien inclinou-se um pouco mais para mim, fazendo com que meu rosto queimasse com a proximidade. Ele levou uma de suas grandes mãos até a lateral do meu corpo, me mantendo presa sob seu olhar intenso e sua presença avassaladora. Sua voz grave e rouca reverberou no ar entre nós.

— Eu sou fascinado por você, Isabelle — disse ele, os olhos queimando nos meus. — Por tudo que é relacionado a você... até o cheiro da sua pele. Eu sou fascinado pela minha Isabelle.

Meu coração disparou como se ele pudesse ouvir cada batida desesperada. Lucien se aproximou ainda mais, nossos rostos a milímetros de distância. Minha mão se apoiou em seu peito nu, tentando encontrar um ponto de ancoragem enquanto eu me sentia cada vez mais tonta com o peso da sua presença, do seu cheiro, da intensidade de seus olhos. Ele sorriu, um sorriso convencido e provocador, descendo o rosto até que seu nariz estivesse no meio dos meus seios, encaixando-se devagar sobre mim.

Soltei um arfar involuntário, meu coração batendo tão forte que parecia querer saltar do peito. Lucien riu, triunfante, murmurando com uma satisfação evidente.

— Eu adoro como seu coração acelera por mim, ma belle.

Antes que eu pudesse responder, ele levantou o rosto, seus olhos fixos nos meus novamente, e eu, frustrada com a provocação, deixei escapar, sem filtrar meus pensamentos:

— Você é minha droga, Lucien... Não importa quanto eu tenha de você, eu sempre vou querer mais. Mais desse jeito que você me deixa... tonta, quente... e molhada.

O sorriso de Lucien se alargou com minha confissão, e ele se inclinou mais, pronto para capturar meus lábios com os seus. Mas antes que pudesse completar o movimento, a porta do quarto se abriu com um estrondo, e Madalena entrou, claramente exasperada.

Nós dois nos afastamos rapidamente, meu rosto queimando de vergonha por ter sido pega em um momento tão íntimo. Lucien, no entanto, apenas olhou para Madalena com tédio e uma pitada de frustração.

— Vocês dois são impossíveis! — Madalena disparou, a voz alta e irritada. — Lucien, você não deveria estar fora da cama! Quase morri de preocupação quando não te vi esta manhã! E você, Isabelle, não pode ceder aos caprichos dele desse jeito, acobertando-o assim!

— Desculpe, eu... — comecei, tentando me justificar, mas Lucien me interrompeu com um aceno de mão.

— Você está exagerando, Madalena. Estou ótimo — respondeu ele, a voz tranquila.

— Ótimo? — Ela quase gritou, os olhos estreitos e irritados. — Você está ferido, Lucien! E se recusa a seguir o repouso que precisa. Isso não é "estar ótimo"!

Lucien, com um ar de quem não se importava com a repreensão, sentou-se calmamente na cama. Arregalei os olhos, preocupada, quando ele começou a desenfaixar o ferimento. Não havia qualquer sinal de dor em seu rosto, o que só aumentava minha ansiedade.

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