Capítulo 12

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Meu sono estava longe de ser tranquilo. Eu me mexia inquieta, o corpo suado sob as cobertas, enquanto meu subconsciente me arrastava para um pesadelo angustiante. No sonho, eu estava em um lugar pequeno e sufocante; as paredes pareciam se fechar ao meu redor, e o ar estava denso e pesado. Sentia meu corpo mole, os membros pesados como chumbo, e uma dor lancinante latejava em meu rosto, cada pulsação um lembrete da violência que havia sofrido. Olhei ao redor, mas a escuridão envolvia tudo, até que uma figura começou a emergir da penumbra.

Damien.

Ele se aproximava, a expressão de raiva deformando seu rosto, tornando-o quase irreconhecível. Meu coração acelerou, batendo forte contra meu peito, mas não havia para onde fugir. Estava presa naquele espaço estreito, cercada pela presença opressora de Damien, que agora estava diante de mim, os olhos queimando de ódio. O pavor era sufocante, e eu sabia que não tinha escapatória. De repente, o cenário do sonho mudou bruscamente.

Damien estava sobre mim.

O peso de seu corpo esmagava o meu contra o chão, a sensação era aterrorizante, um pânico que me tomava por completo. Tentei gritar, mas a voz estava presa na garganta, abafada pela impotência. Tentei, desesperadamente, empurrá-lo, mas meus braços não obedeciam, minha força parecia drenada. As palavras escapavam, mudas, dos meus lábios: *"Não... pare... por favor, pare..."* As lágrimas começavam a escorrer por meu rosto, um rastro quente e salgado que parecia não ter fim. A sensação de ser esmagada, de ser violada, me sufocava, até que o horror do sonho me arrancou da escuridão.

Acordei com um sobressalto, o corpo banhado em suor, o rosto ainda molhado pelas lágrimas. O quarto estava escuro, mas senti a presença de Lucien ao meu lado, a respiração pesada dele como um eco distante do terror que acabara de vivenciar. Meus olhos, ainda ajustando-se à penumbra, encontraram os dele, e o que vi me fez congelar. O rosto de Lucien estava manchado por uma raiva explosiva, mas havia algo mais: uma tristeza profunda, uma dor que refletia a minha.

— Isabelle... — A voz dele era baixa, quase um sussurro, mas carregada de um cuidado que contrastava com a intensidade de sua expressão. Ele se aproximou, segurando-me com firmeza, tentando tranquilizar-me. — Estou aqui. Ele não pode te machucar... não mais.

Mas logo o tom de sua voz mudou, tornando-se mais sombrio, carregado de uma fúria que fazia o ar ao nosso redor parecer mais pesado. — Você foi... tocada. — As palavras saíram como um rosnado, roucas e carregadas de uma ameaça velada, que me fez recuar levemente. — Quem fez isso com você, Isabelle? Quem te machucou?

Tentei acalmá-lo, tomando consciência de que minhas súplicas do sonho haviam sido ditas fora de meu subconsciente, minhas mãos tremendo enquanto tocava o braço dele. Mas Lucien me pressionava, a exigência em sua voz tornando-se insuportável. — Quem, Isabelle? Eu preciso saber... agora!

Sentindo-me encurralada, cedi, mas evitei mencionar o nome de Damien. Comecei a falar, a voz baixa e entrecortada, descrevendo o que havia acontecido, mas sem detalhes, sem revelar a verdadeira identidade do agressor. — Foi... foi um cavaleiro. Ele... me atacou, mas eu consegui fugir.

A raiva de Lucien era palpável, uma energia perigosa que parecia tomar conta dele. Incapaz de se conter, ele se levantou abruptamente e, com uma força sobrenatural, virou a mesa de cabeceira, que caiu com um estrondo ensurdecedor. O barulho ecoou pelo quarto, deixando um silêncio pesado e cortante.

Lucien voltou a se aproximar de mim, sua expressão um misto de fúria e ódio puro. Ele segurou meu rosto com firmeza, mas com uma delicadeza que parecia quase impossível em meio a tanta raiva. — Diga-me quem foi. Diga quem fez isso com você, Isabelle, ou eu juro que irei atrás de todos os cavaleiros, um por um, e os colocarei diante de você antes de matá-los.

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