Proposta Perfeita

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Heloísa chega ao resort com a família, após algumas horas de voo. O lugar é deslumbrante, os proprietários são uma família negra poderosa, porém Carlos e Valentina ficam no controle para recepcionar os hóspedes. Assim que a família chegara, eles foram calorosos na recepção, pedindo aos funcionários que levem as malas dos hóspedes para a mansão e as coloquem nos respectivos quartos.

A casa é imponente, com quinze quartos espaçosos e tem uma varanda no exterior que oferece a vista para a praia. Heloísa, como a matriarca da família, lidera o grupo num tour pelo lado externo da propriedade. Ela caminha de mãos dadas com o marido Bernardo, ao lado de Carlos e Valentina, absorvendo cada detalhe do lugar.

Logo atrás, seus filhos e as esposas seguem conversando sobre estarem juntos para mais uma festa em família. Contudo, mesmo entre sorrisos, há um clima de tensão. Os eventos familiares eram uma montanha-russa emocional, sempre terminavam em discussões. A principal fonte das tensões é Ricardo, o patriarca conservador da família Cavalcante.

Para ele, o casamento é sagrado e uma regra inegociável. Todos seus netos devem estar casados antes dos 30 anos com mulheres dignas de sua aprovação. Heloísa não pôde deixar de pensar na dureza das palavras de Ricardo sobre ela e seus filhos, frequentemente critica como ela os criou e diminui seu valor como mãe. 

A pressão para seguir os costumes tradicionais pesa sobre eles, Heloísa sabe que lidar com as expectativas do pai será sempre um desafio. Com o mar ao fundo e o sol começando a sair das nuvens, ela decide que fará o possível para garantir que a festa em família seja diferente, talvez cheia de risadas e menos brigas.

— Vou explodir esse lugar se aquele velho homofóbico me atacar! Tô pronto pra guerra — Thomas segura no braço do seu ficante.

— Se tivesse avisado antes, eu traria explosivos pra te dar uma mãozinha — Natália ajeita seus cabelos loiro-escuros meio achocolatados.

— Esse resort é a oitava maravilha do mundo! — Eleonor olha ao redor. — Sintam a natureza falando com a gente.

— Tô ouvindo um esquilo zumbindo no meu ouvido, parece um mosquito — Thomas provoca e leva um tapa na cabeça como resposta. — Ai, porra!

— Até que não é tão ruim tá aqui — Vinícius se intromete, um tanto pensativo. — O problema mesmo é a presença de quem chegará depois.

— Começando com nossos avós, os baba ovo deles e Fernando — Daniel abraça a cintura da esposa.

— Não fale do meu irmão favorito! — Thomas arqueia as sobrancelhas.

— Desde quando você virou advogado do diabo? — Daniel rosna.

— Não tô te defendendo pra ser advogado do diabo — Thomas sorri.

— Vadio! — Daniel o empurra levemente — quais são as atividades que podemos fazer aqui?

— Temos atividades como trilhas pela nossa ilha principal; tirolesas, bungee jumping, paraquedismo e jet-ski — Carlos diz, enquanto distribui panfletos informativos para cada um.

— Você nem pensa em pular de alturas, Daniel Duarte... — Natália resmunga.

— Não prometo nada, neguinha — Daniel dá um beijo no pescoço dela, que revira os olhos em resposta.

— Quero fazer trilha, mas vamos verificar os horários. Meu marido é dorminhoco e não acorda cedo. Sabiam que acampar é uma forma de se conectar com a natureza? — Eleonor agarra o braço de Ícaro.

— A patrulheira vai dar aula sobre a natureza? — Thomas zomba.

— Seu negócio é a água, piranha! — Eleonor revira os olhos. — Tem restaurantes veganos por aqui?