capítulo 8 - corra!

246 63 9
                                    

EMMA MAVERIC

A semana correu de maneira lenta enquanto permaneci trancada dentro da casa da minha amiga, sem sinal do meu pai ou do mascarado.

Sei apenas o que Arya me conta, e ela disse uma semana atrás que um dos soldados mais leias do meu pai estava desaparecido e tudo me levou a crer que quem sumiu com ele foi o cara sem rosto que vinha me assombrando mesmo sem entrar em contato.

__ Emi? Está tudo bem?__ a voz de Ary me faz piscar atordoada e prestar atenção no caixote de legumes que estamos transportando para a barraca da sua avó.

Meu pai disse a senhora Evangeline que ficasse de olho em mim, depois de quase implorar para ver a luz do sol, porra! Estava me sentindo um dos detentos do sanatório mais alguns dias e eu iria até lá para me trancar em uma das celas e esperar pelo destino cruel que os cerca.

__ estava pensando no cara que sumiu.

__ ele estava fazendo a ronda quando desapareceu, tenho certeza que foi o seu mascarado.

Infelizmente eu tinha contado a Arya o motivo de estar em choque quando me encontrou no quarto, logo depois de descobrir sobre a morte do detento que ajudei a fugir.

Desde então ela vem criando fanfics sobre nós dois, não sei de onde ela tira tanta imaginação.

__ Arya eu já disse que mal trocamos duas palavras, ele não é meu mascarado e não vou voltar a vê-lo.

__ você que pensa, não consigo acreditar que o cara que ajudei, ficou de quatro por você. __ declara e eu gargalho.

__ você está criando fanfics de novo Arya, isso não é saudável.

__ é melhor do que imaginar minha vida com a minha avó metida a freira... quando ela descobrir o que ando fazendo vai tirar o meu coro.

Minha amiga estava se envolvendo com o filho do prefeito da cidade e só consigo pensar que isso vai cair como uma bomba no colo da megera.

__ desejo de todo o coração que a velha nunca descubra e se descobrir que tenha um infarto e morra. __ disparo e mal consigo acreditar nas palavras que saem da minha boca, Arya me encara perplexa e segurando o riso.

__ meu Deus! Arya... eu... não quis dizer isso, que crueldade.

__ eu também espero isso Emi, ainda tenho esperanças que ela vire camisa de saudades. __ declara e mordo os lábios ao nos aproximarmos da barraca e deixar os caixotes sobre a mesa onde ela expõe frutas, legumes e verduras.

__ do que estavam rindo? Por acaso se perderam no caminho para demorarem tanto? Já perdi clientes enquanto esperava por vocês, duas incompetentes.

Tenho vontade de pegar no seu pescoço e enforca-la.

Velha maldita!

Precisa ser tão cruel?

__ de nada vovó, nós apenas conversávamos como duas pessoas normais fazem. __ Arya alfineta e não presto atenção no que a velha diz porquê meus olhos estão presos em uma sombra próxima ao beco à alguns quilômetros daqui.

Sinto meu sangue gelar ao identificar a máscara com dois X onde deveriam ser os olhos e um risco simulando uma costura onde deveria ser a boca, aposto que o cretino está sorrindo de mim, mesmo coberto pelo capuz que usa.

Sin Whit Me Onde histórias criam vida. Descubra agora