capítulo 9 - maçã envenenada

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ROMAN MONTOVANI

Revil City
11:00 PM

__ então você veio __ falo o óbvio e a garota bufa parecendo irritada com ela mesma.

__ ao que tudo indica Eva não foi a única tola a se deixar levar por uma serpente. __ diz sentando-se na canoa e ainda mantenho minha máscara e o capuz.

Fiz uma vistoria pelos arredores e parece que o pai dela anda bem ocupado com o sumiço misterioso do capanga dele enterrado próximo a sua propriedade. E isso fez o desgraçado baixar a guarda o que facilitou a minha saída com a filha dele sem correr o risco de levar um tiro.

Mas, mesmo correndo o risco, eu com certeza daria um jeito de buscar o meu pequeno corvo.


__ você disse que estaria sem a máscara. __ fala se aquecendo no casaco e sorrio.

__ curiosa pequeno corvo?

Ela morde os lábios e suspira.

__ não gosto de mentirosos.

__ hum... ouvir isso vindo de uma, me deixa um pouco confuso.

__ vai me falar o que sabe sobre minha mãe ou vou ter que dar um jeito de arrancar de você?

Sorrio malicioso e ela bufa.

__ ah pequeno corvo, vou adorar descobrir de que maneira você quer arrancar a verdade de mim.

__ talvez eu use uma faca bem afiada que pode ou não, estar guardada na minha bolsa. __ tenta ser ameaçadora, mas tudo que consigo enxergar é uma coisinha pequena e atraente para caralho.

__ gosto de facas, podemos fazer uma troca.

__ o quê? Do que está falando?

__ um corte em mim e outro em você.

__ você é maluco.

__ eu achei que nosso encontro no sanatório já tinha deixado isso bem claro.

Ela riu, mas logo fechou o rosto e se beliscou.

__ definitivamente não gosto de você. __ declara e começo a mover a canoa em direção ao rio que nos levará até a minha residência abandonada

__ isso é uma coisa que podemos resolver e eu tenho todo o tempo do mundo para você meu bem.

__ pare de ser um cretino maluco e me diga aonde estamos indo.

__ para a minha casa.

__ e você tem uma?

Curvo os lábios num sorriso lascivo arrumando o capuz e ela encara os meus dedos machucados.

__ não se preocupe, foi apenas eu descontando a raiva que sinto do seu genitor em uma árvore.

Lembro de terminar de enterrar o meu pai, olhar para a árvore e descontar nos dedos o que senti naquele momento e quase quebrá-los e só parei quando já estavam em carne viva.

__ não estou preocupada.

__ claro que está.

__ não, não estou.

__ se você diz... alguém sabe que está aqui?

__ não!__ diz rápido demais e sorrio através da máscara.

__ um pequeno corvo que adora mentir.

__ mas, não estou mentindo.

__ tudo bem.

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