Capítulo 14 - estranho no ninho

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EMMA

As minhas saídas estavam ficando cada vez mais arriscadas, percebi isso ao voltar para casa de Arya e dar de cara com a velha rabugenta, ela me encarou por minutos que pareceram uma eternidade e senti meu corpo travar enquanto esperava pela sua fodida acusação, mas tudo que perguntou foi aonde eu estava indo ou vindo e pensei rápido ao responder que só precisava  de um lugar silencioso para pensar, se engoliu a mentira não sei, porque assim que obteve o que queria a senhora Evangeline virou-se de costas e saiu sem dizer mais nada. 

duas horas depois o meu pai me liga pedindo que eu vá até o sanatório, porque precisava de mim e se não fosse, correria o risco dele desconfiar e aqui estou eu de frente para o verdadeiro monstro desse sanatório.

mas ele veste a máscara de pai preocupado e me abraça com os olhos cheios de lágrimas, lágrimas tão falsas quanto ele, recebo o seu abraço e respiro fundo tentando fingir que ele ainda é o meu porto seguro,

__ filha, graças aos céus você está aqui, encontraram o John, meu segurança. __ lamenta e pisco fingindo estar em choque e me preparo para ser tão sem escrúpulos quanto ele.

__ meu Deus pai! você some por todo esse tempo me prometendo segurança e agora está me dizendo que um dos homens mais bem treinados da sua segurança estava desaparecido.

__ desculpe... eu não queria te preocupar com meus problemas filha... ele está morto e temo que quem fez o que fez com ele volte para fazer mais vitimas.

__ pai... __ finjo tão bem que meus lábios tremem ao murmurar. __ estou com medo o senhor me prometeu que não ia acontecer nada quem fez isso com o John pai? porquê acabou com a vida dele. 

fungo em seu peito e ouço sua respiração pesada, como se estivesse pensando no que falar e principalmente como falar.

__ não se pode ser dono de um lugar como este sem obter inimigos no caminho... desconfio que seja o paciente foragido, ele é um perigo para sociedade e não deveria estar a solta... querida preciso que me ouça eu te amo, te amo mais do que qualquer coisa nesse maldito mundo e tudo que desejo é que esteja segura. __ afirma e suspiro parecendo encantada, mas estou mais para dissimulada, se fosse em outra época eu cairia tão fácil nesse papo de bom pai.

__ eu sei disso pai, eu também te amo... o senhor é o único que consegue me entender. __ entro no seu jogo  e ele beija minha cabeça. 

__ preciso te mandar para longe disso filha, preciso te proteger, você é a coisa mais valiosa que possuo não me perdoaria se algo te acontecesse por minha causa. 

ergo o rosto para encará-lo e pergunto.

__  e o senhor tem alguma culpa nisso pai? 

busco algum sinal de que irá me contar algum dos seus segredos sujos, mas tudo que vejo são mentiras. 

__ claro que não e me magoa que pense assim.

tão cínico que até o capeta fica espantado.

__ não foi uma acusação pai, apenas uma pergunta.

__ me desculpe, te chamei aqui para implorar que volte para a sua mãe. __ ao ouvir a última palavra me afasto bruscamente e finjo um choro digno de atriz de novela.

__ não vou! __ declaro e antes que tente argumentar eu o corto. __ não irei deixa-lo no olho do furacão, o senhor precisa de todo o suporte que conseguir e estarei aqui sempre pai.. não irei te deixar jamais. __ minto com os olhos lacrimejando e ele engole em seco me encarando com um misto de raiva e orgulho. 

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