𝓐𝓷𝓰𝓮𝓵...

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A tensão no carro era palpável. O silêncio entre nós falava mais do que qualquer palavra. Dante, sentado no banco da frente, conversava baixinho com o motorista, enquanto eu e Rafaella compartilhávamos o banco de trás. Dois carros cheios de seguranças nos seguiam de perto, um à frente e outro atrás, formando uma muralha impenetrável que protegia cada movimento, como ordenado por Dante. Olhei de relance para Rafaella, tentando captar se realmente estava tudo bem com ela, mas seu olhar distante me deixava em dúvida.

"Você tem certeza de que está tudo bem?" perguntei a ela, minha voz quase um sussurro.

Ela apenas concordou com a cabeça, sem dizer uma palavra, mas algo em seu olhar não me convencia. Desde o momento em que subi para trocar de roupa e deixei Rafaella sozinha com Dante, eu sentia que havia algo diferente. E essa sensação estava crescendo.

O carro parou em frente ao edifício imponente. Bianchi Group S.A., a multinacional bilionária de Lorenzo. Eu havia ouvido falar da empresa várias vezes, mas nunca tinha vindo até aqui. A fachada era uma mistura elegante de vidro espelhado e aço, uma obra de arquitetura moderna, imponente e fria, que refletia o poder e a riqueza de Lorenzo. Eu não consegui esconder o quão impressionado estava. Era o tipo de lugar que exalava autoridade e controle.

Dante saiu primeiro, abrindo a porta para mim. "Vamos, Angel" ele disse de forma tranquila. Saí do carro seguido por Rafaella, que observava tudo ao redor com curiosidade.

Entramos no prédio e fomos recebidos por um saguão amplo e luxuoso. O piso de porcelanato polido brilhava, refletindo as luzes dos lustres modernos que pendiam do teto, criando um contraste entre o clássico e o moderno. As paredes eram revestidas de madeira escura, dando um toque de sobriedade ao lugar. A recepção era dominada por um balcão longo de granito preto, atrás do qual uma recepcionista digitava freneticamente.

"Me deem um minuto, preciso atender uma ligação importante. Com licença por um momento" disse Dante, ao ouvir o celular tocar. Ele se afastou para atender, deixando-me a sós com Rafaella.

Aproveitei o momento. "O que aconteceu enquanto eu estava lá em cima?" perguntei diretamente.

"Não aconteceu nada." ela disse, virando-se para mim sem hesitar, mas eu conhecia minha irmã. Algo estava sendo escondido.

"Rafaella, eu te conheço. Não parece nada bem."

Ela suspirou, evitando meus olhos. "Está tudo bem, Angel. De verdade."

Eu revirei os olhos, frustrado, mas decidi deixar para lá. "Certo, vou descobrir, seja como for."

Antes que eu pudesse pressioná-la mais, Dante voltou. "Eu preciso resolver uma emergência" ele disse rapidamente, entregando-me uma pilha de documentos. "Você pode entregar isso para ele?"

Assenti, pegando os papéis. "Claro, com prazer."

Dante indicou o elevador privativo com um gesto. "Último andar. Lorenzo estará lá." Ele nos deixou com um aceno de cabeça, saindo pelas portas de vidro. Vi-o desaparecer enquanto pessoas passavam ao nosso redor, apressadas, carregando pastas e celulares. Era óbvio que este era um ambiente sério e eficiente, cada detalhe gritando profissionalismo.

Bati os documentos no braço de Rafaella, sorrindo de leve. "Vamos?"

Caminhamos até o elevador privativo, e enquanto apertava o botão, Rafaella comentou: "Esse lugar é gigantesco."

Eu dei de ombros. "Tudo fachada. Um show bonito para esconder o verdadeiro Lorenzo Bianchi, o mafioso cruel que é" brinquei com um tom de sarcasmo, fazendo-a rir.

O elevador chegou e entramos. O espaço era luxuoso, claro, com painéis espelhados e música suave tocando ao fundo. Rafaella olhou ao redor, desconfortável. "Odeio lugares apertados."

Meu Mafioso...Onde histórias criam vida. Descubra agora