𝓛𝓾𝓬𝓬𝓪...

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Deixei a mansão do Capo com um turbilhão de emoções dentro de mim. A frustração, a raiva e a impotência me consumiam enquanto dirigia em direção à mansão da nossa família. A conversa que acabara de ter com Lorenzo ecoava na minha mente, e a arrogância em seus olhos enquanto falava do casamento de Angelo me deixava ainda mais furioso. Ele pode ser o capo, mas isso não lhe dá o direito de tratar meu irmão como uma mercadoria.

Cheguei em casa e fui direto ao escritório do meu pai. Não podia perder tempo, precisava contar a ele tudo o que havia acontecido. Quando entrei, ele estava sentado à mesa, mas a expressão cansada e preocupada no seu rosto mostrava que ele já pressentia que algo estava errado.

"Pai, precisamos conversar." eu disse, tentando controlar a minha voz. Ele olhou para mim, assentindo lentamente, e eu fecho a porta atrás de mim.

Comecei a falar, contando cada detalhe da conversa com Lorenzo. A cada palavra, via a culpa e o ressentimento crescerem nos olhos do meu pai. "Nunca deveria ter aceitado aquele acordo com o pai de Lorenzo. Nunca deveria ter entregado nosso puro e doce Bambino para as garras de um homem cruel como Lorenzo." ele disse, a voz cheia de amargura.

"Não tivemos escolha, pai.." respondi, tentando aliviar um pouco de nossa culpa. "Não podíamos ir contra as ordens do capo. Se você não tivesse aceitado, teríamos morrido. Angelo também."

Essas palavras pareciam feri-lo ainda mais. Num acesso de raiva, ele jogou tudo o que estava sobre a mesa no chão. Papéis, canetas, um porta-retratos com uma foto da nossa família - tudo caiu com um estrondo. Fiquei parado, observando a cena, entendendo perfeitamente a raiva e seu desespero.

"Precisamos contar para a mamãe primeiro.." sugeri, minha voz baixa e firme. "Ela pode ajudar a amenizar a situação quando contarmos para ele."

Meu pai balançou a cabeça, os olhos fixos no chão. "Quando contei sobre o casamento arranjado, anos atrás, ela ficou revoltada." ele murmurou, como se falasse consigo mesmo. "Tentou entender que não podíamos desobedecer ao capo, mas não conseguiu. Ficou dias sem falar comigo, dormia no quarto de Angelo. Peguei-a várias vezes chorando, e eu tentava confortá-la, pedindo desculpas repetidamente. Demorou algum tempo até que tudo voltasse ao normal. Esse instinto de proteção que todos temos por Angelo só se fortaleceu desde então."

A dor nas palavras do meu pai era evidente, e isso só aumentava a minha determinação. Coloquei uma mão no seu ombro, apertando-o confortavelmente. "Você precisa contar para ela, pai. Ela merece saber."

Ele assentiu, levantando-se lentamente. "Vou falar com sua mãe.." disse, a voz baixa. Com um último olhar de compreensão e tristeza, saiu do escritório, deixando-me sozinho com meus pensamentos.

Enquanto ele se afastava, fiquei ali parado, o ódio por Lorenzo fervendo dentro de mim. Jurei que, se Lorenzo fizesse algo de ruim contra Angelo, haveria vingança. Meu irmão mais novo não merecia esse destino, e eu faria tudo ao meu alcance para protegê-lo, mesmo que isso significasse enfrentar o próprio Diavolo.

Sentado no silêncio do escritório, remoí meus pensamentos, planejando cada passo para garantir a segurança de Angelo. Lorenzo pode ser o capo, mas ele ainda não viu do que um irmão é capaz para proteger aqueles que ama.

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Autor
Eu odeio aquele tipo de escritor que enrola muito para chegar ao ponto que mais me interessa, mas acabei me tornando o que mais detesto kkk. No entanto, peço um pouco de paciência. Sou do tipo de pessoa que é bem detalhista, e é por isso que, a cada página que posto deste livro, acabo lendo e corrigindo alguns erros, sem mudar absolutamente nada ao longo da história. Peço desculpas por isso e agradeço por lerem.

Meu Mafioso...Onde histórias criam vida. Descubra agora