𝓐𝓷𝓰𝓮𝓵...

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Ao chegarmos ao escritório, fechei a porta atrás de nós e me virei para ele, sentindo a pressão aumentar novamente. “Lorenzo.” comecei, a voz um pouco trêmula, mas firme. “Por favor, não faça uma cena. Não aqui, não hoje.”

Seus olhos estavam escuros, cheios de uma fúria silenciosa que eu ainda não entendia completamente. “Ele acha que pode falar com você assim, na minha frente?” Sua voz era baixa, mas carregada de uma ameaça implícita.

“Marco é só um amigo..” tentei explicar, sabendo que aquilo não seria o suficiente para acalmá-lo. “Ele não significa nada.”

Lorenzo deu um passo à frente, sua presença dominando o pequeno espaço entre nós. “Não importa o que ele significa. A partir de hoje, ninguém ousa olhar para você sem saber que você é meu.”

A tensão entre nós parecia quase palpável, e a cada segundo que passava, ela só aumentava. Lorenzo estava parado diante de mim, aquele olhar arrogante e possessivo que sempre me tirava do sério. Quando ele afirmou que eu pertencia a ele, um nó de revolta se formou no meu estômago.

“Como assim seu?” Minha voz saiu mais alta do que eu esperava, quase cortando o ar entre nós. Dei um passo em sua direção, incapaz de conter a raiva crescente. “Não venha me dar uma de macho dominante pra cima de mim, Lorenzo! Eu não sou sua propriedade! Você acha que, só porque diz que eu te pertenço, isso vai acontecer? Nunca vai!”

Eu estava pronto para explodir, mas ele não se abalou. Ao contrário, seus olhos escureceram ainda mais, e eu soube naquele momento que havia cutucado a fera. Ele deu um passo à frente, cada movimento dele tão calculado, tão controlado. Cada centímetro que ele avançava, eu recuava, como se meu corpo soubesse o perigo que estava se aproximando. Meus batimentos aceleraram, e senti o suor começar a se formar em minha testa.

Meu corpo bateu contra a porta, e percebi que não havia mais para onde fugir. Lorenzo estava diante de mim, tão perto que eu podia sentir sua respiração quente em meu rosto. Seus olhos, aqueles olhos verdes penetrantes, estavam fixos em mim como se estivessem me devorando por dentro. Ele se inclinou ligeiramente, seus lábios a milímetros dos meus, e uma corrente elétrica percorreu meu corpo.

“Você já me pertence...” O sussurro dele foi como uma sentença, cada palavra carregada de posse, como se meu destino já estivesse selado. Eu senti um tremor percorrer minha espinha. Nossos lábios estavam perigosamente próximos, e, por um breve momento, pensei em ceder. Pensei em deixá-lo tomar o que ele tanto queria. Mas então, num movimento rápido e decidido, abaixei-me e escapei de por debaixo do braço dele, afastando-me para o lado.

Caminhei até a mesa, tentando recuperar o fôlego e o controle da situação. Meu coração ainda batia forte, e minhas mãos tremiam levemente. Eu precisava tirar Lorenzo daquela posição de vantagem. Eu precisava de uma distração.

“Vamos voltar a falar do nosso acordo.” falei, tentando soar firme, embora soubesse que Lorenzo estava longe de ser controlado por palavras naquele momento. “E então, já pensou sobre eu poder cursar minha faculdade de artes aqui mesmo?”

Ele me encarou, sua expressão fechada. Eu sabia que aquele assunto o irritava, mas não podia deixar de insistir.

“Não vamos voltar a esse assunto, Angelo.” ele disse, com a voz cortante. “Minha paciência já está no limite.”

Minhas mãos cerraram em punhos. “E o que espera que eu faça? Ficar trancado em casa 24 horas por dia, sem fazer nada? Como um prisioneiro?” Cruzei os braços, tentando manter minha postura firme, mas a raiva me tomava.

Lorenzo deu um sorriso lento, frio, como se estivesse se divertindo com minha revolta. “Até que não seria uma má ideia...” Ele murmurou, provocativo.

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