Acordei ainda envolvido nos lençóis, meu corpo pesado pelo cansaço, mas minha mente agitada, lembrando dos acontecimentos da noite passada. Lorenzo tinha sido tão carinhoso, tão cuidadoso... era difícil acreditar que aquele era o mesmo homem que todos temiam. Seus beijos, o toque dele sobre minha pele, o jeito como me envolvia por inteiro... e como ele tinha ido fundo dentro de mim. Eu não conseguia evitar o sorriso que surgiu em meus lábios enquanto minha mão deslizava pelo lado vazio da cama, ainda quente de onde ele havia estado.
Abri os olhos lentamente, e lá estava ele, sentado à beira da cama, de costas para mim. Mesmo à distância, eu podia sentir a presença imponente de Lorenzo. Ele usava apenas uma cueca, os músculos largos e bem definidos à mostra, e seus olhos fixos em algum ponto distante, além da janela com vista para o jardim. Suspirei de alívio ao vê-lo ali, ainda comigo.
Por um momento, fiquei apenas observando suas costas, notando os arranhões que eu havia deixado durante a noite. Meu rosto corou ao lembrar de como eu me entreguei a ele, de como as coisas ficaram intensas. Então, algo me chamou a atenção: a fênix tatuada em suas costas. Era impressionante, como sempre, com suas asas abertas, quase tocando os ombros de Lorenzo. As chamas que envolviam a ave pareciam vibrar em tons de vermelho e dourado, como se a tatuagem estivesse viva, pronta para saltar da pele dele. Era uma obra de arte.
Mas havia algo mais. Uma cicatriz, longa e profunda, cortava a tatuagem, atravessando as costas de Lorenzo. Como eu não tinha visto aquilo antes? A marca era irregular, como uma ferida feita em um momento de violência. Fiquei ali, fascinado e ao mesmo tempo inquieto. Aquela cicatriz contava uma história que eu ainda não conhecia.
Sem pensar muito, me ajoelhei na cama, o lençol deslizando pelo meu corpo. Envolvi meus braços ao redor do pescoço de Lorenzo, deixando meu queixo descansar em seu ombro. Ele estava tão quente, tão firme... Eu podia sentir a força dele, mesmo nesse momento de quietude. Lorenzo beijou minha mão suavemente e virou a cabeça, seus lábios encontrando minha bochecha em um beijo suave.
"Bom dia" murmurei, minha voz rouca pelo sono.
"Bom dia, anjo. Dormiu bem? Está com dor?" A voz dele, sempre tão firme, tinha um tom de cuidado que eu ainda estava me acostumando a ouvir. Não era o Lorenzo que eu conhecia... não o capo. Era outro lado dele. Um lado que eu estava começando a gostar mais do que admitiria.
Soltei uma risadinha antes de responder. "Estou bem... só um pouco dolorido lá embaixo."
Corri para corar de novo, lembrando do tamanho de Lorenzo, de como ele tinha sido... intenso. "Como consegui aguentar tudo aquilo?" pensei, ainda um pouco surpreso. Ele sorriu, aquele sorriso malicioso que fazia meu coração acelerar.
"Então, nada de aulas hoje, certo?" disse ele, me puxando para seu colo. Ainda envolto no lençol, me deixei levar, pensando no quanto seria desconfortável sentar em uma cadeira depois da noite que tivemos.
"Verdade... e a culpa é toda sua" brinquei, notando o sorriso dele se alargar.
"Não me culpe se você é tão tentador, meu anjo... Já que não vai às aulas, que tal passarmos o dia juntos?" ele sugeriu, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Meus olhos se arregalaram. Quem diria que Lorenzo poderia ser tão... carinhoso? Ele, o temido capo, sugerindo que passássemos o dia juntos?
"Quem é você e o que fez com o capo?" provoquei, tentando esconder meu espanto com uma risada.
Ele riu, e por um momento, parecia uma pessoa comum, alguém com quem eu poderia compartilhar mais do que apenas aquele lado sombrio da máfia. "Ele está aqui... ou prefere que eu seja o capo que todos conhecem?"
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Meu Mafioso...
KurzgeschichtenLorenzo Bianchi, com 22 anos, conheceu seu anjo em um baile de gala da máfia. Aqueles olhos e rosto tão angelicais e inocentes chamaram a atenção do Diavolo. Lorenzo usou seu poder como futuro capo para ter seu anjo em um casamento arranjado, e Fabr...