Algo novo está brotando

23 1 0
                                    

  Neste tempo, já havia se passado dois meses e meio. Eu e Gustavo nos tornamos amigos de voluntariado e faculdade. Gustavo sempre me acompanhou nas projetos da ong, com grande coragem e orgulho! Ele havia se tornado o amigo dos cafés após as aulas, o amigo de comer uma pizza em alguma lanchonete, o amigo para reclamar das coisas ruins do curso. Eu ainda não havia contado a ele sobre meu episódio sofrível de amor, também não achava conveniente pois éramos só amigos. Gustavo nunca havia visitado minha casa e nem eu a dele, nossos encontros eram sempre fora. Eu já sabia que ele era um cara família, sempre falava com carinho de seu irmão e como ele fez a melhor escolha em ter voltado pra cidade. Eu percebia que o conforto em estar do lado dele estava crescendo, eu podia falar sobre meus sonhos, metas profissionais, trocávamos indicações de livros.

Confesso que havia um encanto muito genuíno pela personalidade dele, era muito espontâneo e sereno o sentimento. Mas eu ainda tinha medo de encarar a possibilidade de um novo alguém, então eu nunca ultrapassava a linha da amizade e nem tentava. Ele sempre tão respeitoso também nunca havia tentado nada. Mas começamos a viver grudados um no outro, claro que o voluntariado passou a ser algo que ajudou nessa aproximação frequente. Eu gostava da forma que ele me fazia rir e a facilidade que tinha em fazer outras pessoas rirem.

É um novo sentimento, estar perto de alguém cheio de vida e tão alegre, alguém que seja família e bom amigo. Eu sentia que por influência de Gustavo eu estava me tornando um alguém alegre, é como se sua energia me contagiasse. Eu estava aceitando aos poucos essa energia, colocando na minha cabeça que mereço coisas boas também. Que meu passado não determina meu futuro.

Desejo visceral (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora