Duplamente traída

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   Assim que Otávio saiu por aquela porta, Luna começou a ter acesso a tudo que ele fazia pelo celular, até mesmo em tempo real! Se algo ligasse pra ele, ela conseguia ver quem estava ligando e pior: conseguia escutar a conversa!

Começou a olhar todas as mensagens, e-mails, chamadas e nada! Não havia achado nada! Por algum motivo Otávio estava apagando o histórico de chamadas no últimos dias em que me ligava. Não trocávamos mensagens, geralmente apenas ligações. Claro que uma hora ela iria descobrir!

Luna achou a localização do local em que Otávio estava hospedado, bom, pelo menos isso ela já tinha como informação. Se ele desviasse caminho pra minha casa, provavelmente ela iria deduzir que era a casa da amante dele. Por outro lado, ela não sabia meu endereço pois nunca tinha me visitado ou coisa assim.

Ela passava absolutamente o dia todo espionando Otávio, estava esperando uma ligação ou uma mensagem suspeita, sua maior vontade era descobrir o nome da mulher que fez Otávio sair de casa. Ela se torturava ao imaginar Otávio chamando a amante pelo nome, é como se fosse um fetiche masoquista e bizarro.

Luna sabia que seu mundo estava prestes a desabar, talvez ela tivesse preparada mas nem tanto para o que estava por vir...

Durante a tardezinha, com o sol já indo embora, recebeu a notificação de que Otávio estava discando um número afim de realizar uma chamada. Ela observava tudo, em tempo real, sequer tirava o olho da tela do celular.

Quanto mais Otávio digitava um número, mais a tensão dentro de Luna aumentava, a cada digito Luna começava a pensar no quão familiar aquele número estava se tornando, pensou consigo mesma tentando se lembrar: "eu conheço esse número de algum lugar"...

Assim que Otávio discou todos os números, apareceu meu nome bem explícito na tela "Elisa".

No mesmo momento Luna começou a ficar confusa se questionar: "Elisa"???????

Claro que Luna pensou em mim, essa Elisa aqui mesmo. Então foi na agenda de seu celular e procurou meu número pra comparar ao número que Otávio havia discado. Bingo! Era meu número!

"O que o Otávio quer com a Elisa? Será que é pra falar sobre o Gustavo?" pensou Luna.

Então resolveu colocar o celular no ouvido para ouvir a conversa entre nós dois:

🧔🏻 - Meu amor, você quer que eu leve alguma coisa gostosa pra gente comer? Esse bebêzinho está com desejo de comer alguma coisa diferente?!

Na mesma hora Luna deixou o celular cair no chão de tanto impacto com o que tinha acabado de ouvir:

"Elisa? A Elisa é a amante dele? A Elisa? Aquela Elisa que eu coloquei dentro da minha casa?"

Luna não conseguia acreditar, parecia demais para seus ouvidos. Então se jogou no chão a chorar em posição fetal enquanto passava um filme pela sua cabeça:

"A Elisa? Ela deixou aquela calcinha aqui? Ela estava o tempo todo com meu marido?!"

Luna se fazia mil questionamentos, estava incrédula, machucada, com sentimento de ter sido duplamente traída. Sua cabeça girava, era coisa demais pra processar. Luna estava tão confusa que mal conseguia se lembrar que Otávio citou um "bebêzinho" durante a ligação, ou achou que ele estava se referindo a mim de forma carinhosa.

Desejo visceral (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora