Zoe Smith e Damian Williams eram inseparáveis desde a infância, até que um evento misterioso os separou abruptamente. Anos depois, o destino os coloca frente a frente novamente, desencadeando segredos do passado e reascendendo uma paixão ardente e p...
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Sento-me na beira da pia, tentando processar o que estou vendo. As marcas são um lembrete constante do que aconteceu, do que ele fez comigo, mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim se sente estranhamente excitada.
Tento afastar esses pensamentos, mas é como se uma voz sussurrasse em minha mente, me provocando, me desafiando a me lembrar de cada toque, de cada suspiro que escapei.
— Eu preciso me controlar —murmuro para mim mesma, enquanto lavo o rosto com água fria, na esperança de que isso me ajude a clarear a mente.
O reflexo que vejo não é apenas meu, é também o de uma mulher que se sente dividida entre a razão e a paixão.
Coloco uma blusa que esconde as marcas, mas isso não apaga a sensação de que Damian ainda está presente, em cada canto da minha mente.
Saio do banheiro e sigo em direção à sala, o coração acelerado. O que vou dizer a ele? Como vou agir quando nossos olhares se cruzarem?
Ainda atordoada arrumo minhas coisas de pintura em minha nova bolsa, Damian me deu ela na semana passado junto do novo telefone.
Será que ele acha que consegue me conquistar com coisas matérias?...
Só agora percebo a burrada que cometi, estou ferrada.
— Só não se apaixone, Zoe, apenas isso. — murmuro para mim, sentindo meu rosto esquentar de tanta vergonha que sinto de mim agora.
— Falando sozinha, Zoe? — Leonor, questiona.
Respiro fundo, ainda não tinha o notado. Estou muito chateada por ele não acreditar em mim, e jogar em minha cara, todo o dinheiro que gastou comigo anos atrás.
— Stacy apareceu por aqui ontem à noite, procurando por você. Ainda não contou a ela que está trabalhando?
— Não acho que seja necessário. — respondo, levanto-me rapidamente com minhas coisas em mãos.
— Zoe, quando estará com o salário em mãos? — pergunta, deixando o tom de voz mais dócil.
Sei bem o que ele quer e o que está tentando fazer com isso, estou tão cansada de suas manipulações.
— No começo do próximo mês, por quê?
— Estou precisando de dinheiro para pagar algumas drogas que comprei, já estão me cobrando. — diz, seu tom de voz se tornando fraco e triste. — Sei que se você pedir, sua amiga pode te dar um dinheiro. Não seja maldosa com o seu querido pai, filhinha.
Sinto uma onda de raiva subir pela minha espinha, enquanto as palavras dele ecoam em minha mente.
Ele não mudou.
Sempre tentando me puxar para baixo, como se o peso das suas expectativas fosse meu fardo a carregar.
"Filhinha", como se isso o fizesse parecer menos egoísta.
