013.

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( 013. rick grimes )

' JACKSON HILL'S POV '

NUNCA GOSTEI DE VER MARJORIE MACHUCADA. TODA VEZ que ela saía para brincar e voltava ralada, arranhada ou o que fosse, com aqueles olhinhos pequenos e cheios de lágrimas dramáticas, meu coração se apertava dentro do peito.

Só que a sensação de vê-la baleada era pior. Mil vezes pior. Meu coração podia esmagar o peito a qualquer instante. Vi quando Margy se deixou levar pela fraqueza, perdendo a consciência nos braços das melhores amigas.

- Ela foi mordida? - ouvi uma voz junto ao som de rangidos. Um senhor, com muletas nos braços e barbas brancas gritava em nossa direção, enquanto um homem arrastava as grades, nos dando passe para entrar.

Um garoto de chapéu de cowboy surgiu também, atirando nos errantes que tentavam se aproximar de nós. Apressados, eles gesticulavam para que passássemos rápido, porque corria o risco dos mortos-vivos entrarem por entre o vão das grades abertas.

- Não - respondi, andando até a figura desacordada de minha irmã mais nova. - Foi baleada.

Tirando o peso dos braços das garotas, peguei o corpo mole de Marjorie nos meus braços. Então corremos os cinco para o local seguro. O homem, parecendo ter um instinto maior de liderança, acenou com a cabeça para que eu o seguisse depressa. O garoto fechou os portões, nos seguindo e ajudando o senhor de barbas brancas.

Não demorou para estarmos de fato dentro do enorme presídio, próximos à um dos vários blocos distribuídos pelo lugar. Parei abruptamente quando o homem fez o mesmo, colocando uma das mãos no ar para me impedir de ir mais longe.

- Carl, traga um cobertor! - exclamou. O garoto do chapéu fez o que lhe foi pedido, jogando o tecido no chão com rapidez. - Coloque-a aí - pediu. Na verdade, ele mandou que eu fizesse. Eu teria me irritado, se não estivesse preocupado demais com a baixinha desacordada. - Beth! Traga água e uma toalha - voltou a gritar. - Quem são vocês?

- Ninguém - Michonne respondeu, neutra.

Melissa revirou os olhos, vendo o homem encara-la com raiva.

- Não somos pessoas más - Pandora afirmou. Ela parecia nervosa, seus olhos sempre pousando no cowboy mirim. - Minha amiga precisa de ajuda. Não somos pessoas más... eu não sou. Você sabe disso, não é, Carl?

Franzi o cenho, vendo o garoto devolver seu olhar.

Uma garota loira aparece correndo, a água e a toalha em mãos. Ela se abaixa ao meu lado, pedindo permissão com o olhar para tocar em Marjorie. Assenti, me arrastando para que ela pudesse ter espaço para analisar a ferida.

- Pensei que você estava morta - Carl Grimes sorriu de lado. - Sua família... sua mãe e a Sophia sofreram muito. Elas sentem a sua falta, Pandora, é bom ver você.

- Pandora? - o homem pareceu surpreso de repente, deixando a feição carrancuda de lado. - Pandora Peletier?

Dora assentiu.

- Sentem? - sussurrou. - Sentem... tipo, agora?

- A bala está dentro dela ainda, papai - a loira ao meu lado disse, chamando a atenção do senhor de muletas que nos analisava em silêncio. - Consegue tirar?

- Coloquem-na na mesa - pediu calmamente. - Eu faço o resto.

- Alguém pode me explicar o que está acontecendo? - Melissa gesticulou para Dora e Carl, um sinal de interrogação pairando acima de sua cabeça. - Vocês se conhecem? Carol e Sophia, tipo... as suas Carol e Sophia?

₀₁ 𝐂𝐇𝐀𝐎𝐒. ! ༉ 𝘁𝗵𝗲 𝘄𝗮𝗹𝗸𝗶𝗻𝗴 𝗱𝗲𝗮𝗱 Onde histórias criam vida. Descubra agora