confusão, de novo?

88 12 7
                                    


Mais um dia começa. O alarme toca e, com isso, a raiva se instala como uma sombra indesejada.

- Eu definitivamente preciso estudar à tarde - murmuro, ainda sonolenta, enquanto me arrasto para fora da cama.

Levanto-me e coloco uma roupa qualquer para ir à escola. A preguiça ainda me acompanha, mas o café da manhã é um ritual que não posso pular. Desço as escadas e vejo todos sentados à mesa: meu pai, a mulher dele, Maggie, e Archie. Parecia até uma família boa, mas a aparência esconde muito mais.

- Bom dia, Archie! - foi o único cumprimento que consegui dar. Ignoro totalmente a presença do meu pai e de Maggie.

- Fala bom dia para a Maggie também! - meu pai diz, com um tom autoritário que sempre me irrita. Ele se refere à esposa dele como se fosse uma figura materna na minha vida.

- Não precisa. Acho que ela já tem um esposo para isso - respondo, colocando uma torrada na boca e subindo as escadas novamente. Eram 6:45; eu tinha que ir logo ou ia levar reguada.

Quando desço as escadas, pronta para sair de casa, meu pai me barra na porta.

- Ou você fala bom dia para ela, ou você vai se foder na minha mão - ele diz, olhando nos meus olhos com uma intensidade que me faz tremer por dentro. A irritação cresce em mim; conheço bem o temperamento dele.

- Não precisa disso, Aaron - Maggie tenta intervir, sua voz é suave, quase como um pedido de paz.

- Não! Ela vai aprender a te respeitar! - ele volta a me encarar com firmeza. - Fala bom dia para sua mãe agora!

- Ela não é minha mãe - retruco, fixando meu olhar no dele. O desafio está lançado; sabemos que somos iguais nesse aspecto: filhos de peixinho, peixinho é.

- Sua vagabunda, repete agora o que disse - ele fala em um sussurro ameaçador.

Olho para Maggie e decido provocar um pouco mais.

- Tem certeza que esse é o homem da sua vida, Maggie? Quer dizer, pelo menos eu não casaria com um homem assim.

A tensão na sala aumenta; o ar fica pesado. Vou em direção à porta para sair e paro por um momento.

- A propósito, bom dia, Maggie - digo com ironia antes de sair.

*Saio.*

Quando saio de casa, vejo Erick e Lyle esperando.

- Que demora, hein! - Erick fala, com um sorriso no rosto que mistura impaciência e brincadeira.

- Bom dia, meninos! - respondo enquanto entro no carro.

- Bom dia, insuportável - Erick diz brincando.

- Dia! - Lyle completa, já ligando o carro.

Ele dá partida e logo chegamos à escola. Antes que eu possa abrir a porta, Lyle me lança uma provocação:

- Vê se não bate em ninguém hoje.

- Deixa de ser otário! - reviro os olhos, saindo do carro com um ar desafiador.

- A propósito, eu fui trocada de sala, Erick! Estamos na mesma sala! - anuncio com entusiasmo.

Erick me abraça como se tivéssemos ganhado na loteria. Lyle apenas observa, com uma expressão neutra que não esconde sua indiferença.

Antes que possamos entrar na escola, um vendedor aparece do nada, chamando Lyle:

- Lyle!!! - ele grita, fazendo-nos parar abruptamente. - Então, você vai querer levar os perfumes ou não?

Lyle menendez, ódio ou amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora