incertezas.

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Eu finalmente saí da delegacia e estava livre. Fiquei lá por duas horas, mas pareceu uma eternidade.

Quando saí, vi Lyle e Erick brigando impacientes; eles não me viram saindo.

— Qual é a briga da vez? — entrei no meio, tentando aliviar a tensão.

— Sofia! — Lyle e Erick me abraçaram aliviados.

— Eu falei que ela tava nessa delegacia! — disse Erick, soltando o abraço e olhando para Lyle com um ar desafiador.

Lyle apenas revirou os olhos, claramente frustrado.

— E aí? Você descobriu o que tá rolando? — perguntou Lyle, com uma expressão preocupada.

— Aí, nem me fale disso! — coloquei a mão na testa, tentando afastar a dor de cabeça que começava a se formar.

Erick olhou para Lyle, confuso. — O que rolou?

— Vocês acreditam que eu sou a principal suspeita? — enfatizei o "principal", como se fosse um absurdo. — Na verdade, o correto seria dizer: vocês acreditam que eu sou uma suspeita? — enfatizei o "sou" dessa vez, sentindo o peso da acusação.

Os olhos de Erick se arregalaram em surpresa. — Isso é sério? Como assim?

— É uma loucura! Eles acham que eu estou envolvida nisso tudo. Eu só estava no lugar certo na hora errada!

Lyle já começou a xingar no meio da rua.

— Que porra é essa! Esses filhos da puta, quem eles acham que são? — ele gritou, a raiva transbordando.

As pessoas que passavam olhavam torto, algumas até parando para cochichar entre si.

— Calma, Lyle! — falei, tentando disfarçar o nervosismo e sorrindo para os curiosos.

— Vamos pra casa. Preciso beber água — acrescentei, sentindo a tensão aumentar.

Estávamos a caminho de casa, a pé, quando um homem de aparência desleixada e olhar desafiador se aproximou de mim, bloqueando nosso caminho.

— Oi, moça? Você é a assassina do seu pai, né? Coitado! Imagina o desorgulho! Ele te tirou da pobreza e uma vagabunda mata ele! — disse ele, com um sorriso sarcástico nos lábios, seus olhos brilhando com um misto de desprezo e diversão.

Senti meu coração disparar. Eu ia rebater, mas Lyle foi mais rápido, percebendo a tensão no ar.

— Escuta aqui, seu filho da puta! — ele se virou para o homem, seus olhos cheios de fúria e o rosto vermelho de indignação. — Peça desculpas pra ela antes que eu te mate aqui mesmo!

O homem hesitou por um momento, mas então soltou uma risada desdenhosa, como se estivesse se divertindo com a situação.

— Olha só quem tá falando! Um defensor da assassina!

Lyle avançou um passo em direção ao homem, seus punhos cerrados e o corpo tenso como uma corda prestes a estourar. A rua estava quieta ao nosso redor, e eu já sabia que aquilo não ia dar bom.

— Se você não calar a porra dessa boca agora mesmo, vai se arrepender pra caralho! Sofia não é nada disso! E eu quebro esses seus dentes um por um!

Eu puxei Lyle com força, já preocupada com a situação que estava se desenrolando diante de nós.

— Lyle, vamos. Isso não vale a pena!

— Não, não vamos, Sofia! Esse arrombado vai te pedir desculpas!

Erick reforçou meu apelo:

— Lyle, vambora! Nós sabemos que não foi ela. Essa provocação não vale a pena!

Lyle menendez, ódio ou amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora