um dia quase perfeito.

28 4 7
                                    


O sol estava no meu rosto. Eu acordei devagar, espreguicei-me e, ao olhar pela janela, dei um grito:

— Lyle! Vem aqui! Me ajuda! Por favor!

Lyle apareceu correndo, sem camisa,  vindo da cozinha, com um pano de prato no ombro, e seu rosto estava uma mistura de preocupação e curiosidade.

— O que? O que tá acontecendo? — ele perguntou, com a voz alta e rápida.

Eu apontei para a janela, meu coração acelerando.

— Tira ela daqui! — exigi, quase implorando, enquanto me encolhia sob a coberta, deixando apenas uma frestinha para espiar o que estava acontecendo.

Lyle olhou para a janela e, ao ver o que havia me deixado em pânico, soltou uma risada sarcástica. 

— Sofia, é uma largatixa! — ele disse, como se fosse a coisa mais comum do mundo.

  

— Sim, e esse é exatamente o problema! — respondi, fazendo uma careta e me escondendo ainda mais sob as cobertas. O pânico misturado com a indignação fazia meu tom de voz subir.

Lyle, divertindo-se com a situação, pegou a largatixa com uma mão, como se estivesse segurando uma pena, e se aproximou de mim.

— Sai daqui, filho da puta! Eu me levanto rapidamente da cama e corro para o corredor, me afastando de Lyle. grito, sentindo o coração acelerar. Ele vem atrás de mim, segurando uma lagartixa na mão, com um sorriso largo no rosto. 

— Vem ver, ela é bonitinha! —  Ele diz, rindo, como se isso fosse a coisa mais engraçada do mundo. Eu me viro, desesperada:

— Lyle, sai daqui! Para de vir atrás de mim!"

Apressadamente, eu sigo em direção ao banheiro e me tranco lá dentro. O silêncio é ensurdecedor. O único som que consigo ouvir é o meu coração batendo tão rápido que parece que vai sair pela boca. Esperando que ele perca o interesse, conto os segundos que passam: um, dois, três... Seis minutos se arrastam até que eu finalmente reúno coragem para sair.

Com cuidado, abro a porta do banheiro, fazendo o menor barulho possível. A adrenalina pulsa nas minhas veias enquanto me movimento lentamente pelo corredor. Meu objetivo é claro: pegar um travesseiro para me defender. Eu consigo pega-lo porém,  assim que me viro, Lyle surge como um fantasma na minha frente, a lagartixa ainda em sua mão. 

Eu dou duas travesseiradas nele. Ele ri e fala:

— Tudo bem, tudo bem, eu vou jogar fora!

— Então passa! — digo, me afastando dele e subindo na cama, ficando em pé nela.

Ele passa por mim, abre a janela e joga a lagartixa lá para fora.

— Lyle! — falo, repreendendo-o.

— O que? — ele pergunta, com a expressão inocente.

— Você matou a coitada! — respondo, nessa mistura de indignação e preocupação.

— Não matei não! Eu só joguei ela pela janela. — Ele dá de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Então, eu olho para ele, colocando a mão na cintura e arqueando uma sobrancelha.

— Lyle, a gente mora no 6º andar. 

Ele, então, volta o olhar para a janela, como que percebendo a gravidade da situação.

— Esqueci que lagartixas não voam... pobre lagartixa. — Ele murmura, com ironia.

Eu solto uma leve risada, a tensão se desfazendo no ar. O jeito como ele se preocupa de forma tão desastrada sempre me faz sorrir.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 13 hours ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Lyle menendez, ódio ou amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora