nova vida.

109 12 12
                                    

Eu entro na sala, me sento à mesa, e o delegado Thompsom encosta nela, em pé. 

— Não vamos ser formais, já sabemos que tipo de pessoa é você.— ele afirma, com um tom de voz que mistura indiferença e desafio.

Eu levanto uma sobrancelha, soltando um riso sarcástico, e pergunto:

— E que tipo de pessoa eu sou, Thompsom?

— Uma assassina — ele responde, a expressão séria e os olhos penetrantes. — Uma egoísta que matou o pai e inventa histórias sobre ele.

Sinto meu coração acelerar, uma onda de indignação percorrendo meu corpo. 

— Eu não matei meu pai, porra! — exalo, a voz carregada de emoção, enquanto me inclino levemente para frente, desafiadora.

Ele apenas me observa, como se estivesse estudando cada movimento meu, cada nuance da minha expressão. O silêncio se instala por um momento, pesado e recheado de tensão. A sala, com suas paredes desgastadas, parece vibrar com a adrenalina do confronto. 


Thompsom cruza os braços, mantendo o olhar fixo em mim. 

— Então me diga — ele provoca, um sorriso cínico nos lábios —, qual é a verdade, se é que existe uma? 

Eu respiro fundo, ciente de que a batalha apenas começou. 

Eu não falo nada. O detetive então sai da mesa e vai até um armário que havia na sala. Ele abre o armário e tira uma algema.

— Olha, Rozfer, você pode ser presa hoje mesmo. — Ele sorri de forma provocativa.

Eu sorrio e solto um leve riso. 

— Qual a graça? Não entendi. — Thompsom questiona, franzindo a testa.

Lembro do que disse a Lyle mais cedo, quando afirmei que não seria presa porque iria seduzir o detetive. A lembrança me faz querer rir mais.— Nada. — Falo, ainda sorrindo.

Thompsom se irrita, seus olhos queimando com frustração.

— Fala logo, porra! Confessa o que você fez! Você tem noção do quanto isso está sendo estressante? 

Eu respiro fundo, tentando manter a calma. 

— Eu não fiz nada! Porra! Eu não sei o que aconteceu, como aconteceu, ou quem fez isso acontecer! — A minha voz ecoa pela sala, cheia de indignação e desespero.

O detetive atravessa o olhar, e a tensão na sala fica palpável, como se o ar estivesse carregado de eletricidade. Sinto meu coração acelerar, mas me recuso a ceder. É apenas um jogo, e eu não sou a única jogadora.

— Quer saber? Cansei! — exclamou Thompsom, pegando a algema de forma agressiva e prendendo meu braço. — Você está presa por matar seu pai brutalmente.

— O que?! Vocês nem prova disso têm! — respondi, a indignação transbordando em minha voz.

— Sofia! Você desapareceu na hora do assassinato do seu pai — ele continuou, com uma expressão dura. — E vocês tinham brigas constantes. Por que outro alguém mataria o seu pai? Tudo indica que é você!

Neste momento, eu não rebati. Fiquei quieta, mas não pude evitar um sorriso sarcástico que se formou em meus lábios, uma mistura de desespero e ironia. Eu estava fodida mesmo, infelizmente toda a história indicava que era eu a culpada.


Enquanto Thompsom me conduzia para a viatura, minha mente estava longe das acusações. Eu sabia que Lyle e Erick, os verdadeiros assassinos, tinham conseguido se livrar do peso que estava nas costas deles. Eles estavam livres, enquanto eu enfrentava a tempestade que se aproximava. A adrenalina pulsava nas minhas veias, e, de certa forma, eu estava feliz. A verdade era que eu não era a única nesse jogo macabro.

Lyle menendez, ódio ou amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora