Lyle menendez, ódio ou amor?

entre a lealdade e o desespero.

Eu fico sem palavras; apenas olho para Lyle e Erick com um olhar que só dirigi a uma pessoa em toda a minha vida, e essa pessoa foi meu pai.

— Não nos olhe assim, Sofia, por favor — afirma Erick, tentando suavizar a tensão.

Era um olhar de desprezo.

— Sofia, vocês se odiavam! — grita Lyle, a frustração transbordando em sua voz.

— Não é questão do meu pai ter morrido nessa história, Lyle! — grito de volta, com lágrimas nos olhos. A dor é tão palpável que mal consigo conter a emoção. — É questão de vocês terem feito isso! Vocês já pararam para pensar no que vai acontecer com vocês dois? — insisto, minha voz tremendo, enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto.

O silêncio se instala por um momento, e sinto que minhas palavras pairam no ar, pesadas como a culpa que todos nós carregamos. O olhar perplexo de Lyle e a expressão de Erick revelam que, no fundo, eles sabem que não há resposta fácil para a verdade que acabo de expor.                                                                                                                                                                                                                                 — Que merda vocês fizeram com a vida de vocês? Mas que porra! — minha voz ecoa de raiva e desespero.

Lyle e Erick só me olham, o olhar perdido e triste; eles estavam chorando em silêncio, um peso invisível pairando entre nós.

— Por que fizeram isso? — questiono, com a cabeça baixa, tentando conter a tempestade de emoções que se agita dentro de mim.

Erick e Lyle trocam um olhar, e o silêncio toma conta de tudo ao nosso redor, como se o mundo exterior tivesse desaparecido.

— Porque é inaceitável ele fazer tudo isso com você — finalmente responde Lyle, sua voz trêmula, e eu percebo que a preocupação com meus sentimentos está presente em suas palavras. Mas eu sabia que eles estavam mentindo— definitivamente havia mais nessa história.

O mistério em torno das suas ações me consome, e uma inquietação se instala no fundo da minha mente. O que realmente aconteceu? O que mais eles não me contaram?

Eu apenas aceitei aquela mentira deles, sem mais questionamentos.

— E agora, qual é o plano de vocês dois? Como vão esconder isso? — pergunto, a ansiedade se acumulando em meu peito.

Lyle responde, seguro:

— Não há suspeitos. Então é só negar, negar e negar.

Eu estava prestes a falar, mas recebo uma ligação. Era o detetive Jack Thompson.

— Merda — murmuro, olhando para o telefone antes de atender, um frio na barriga.

— Oi, Detetive Thompson, o que o senhor quer a essa hora? — digo, tentando manter a voz firme.

Lyle e Erick me observam, apreensivos e em silêncio, enquanto o detetive responde do outro lado da linha.

— Olá, Sofia. Espero que você já tenha ido à procura de um advogado, porque vamos remarcar outro interrogatório com você, depois de amanhã.

Sinto um peso se instalar no meu estômago enquanto escuto suas palavras. Desligo o celular lentamente, como se o ato de desconectar fosse também uma tentativa de desligar a realidade que me cerca.

— O que ele falou? — Lyle pergunta, a urgência na sua voz.

— Vão embora — falo, sentindo a gravidade da situação se intensificar.