Em seus braços, a verdade

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Diana segurava a mão de Fátima enquanto ela tentava despertar, a palidez dela aumentando ainda mais a ansiedade de Diana. Incapaz de esperar, Diana saiu do banheiro rapidamente e encontrou Robson conversando com Hugo na mesa.

— Robson! — chamou ela, quase gritando. — A Fátima passou mal, está desmaiada no banheiro!

Robson olhou para ela, sem pressa, como se não fosse nada alarmante.

— Ah, deve ser exagero — respondeu, com desdém. — Ela sempre faz um drama...

Hugo franziu o rosto, levantando uma mão em alerta. — Robson, parece que foi sério! Ela pode estar machucada.

Só então Robson mudou o semblante, fingindo uma preocupação tardia. — Tá... talvez eu deva ver, mas com certeza não é nada demais.

Diana perdeu a paciência. Com o rosto vermelho de indignação, ela disse, quase gritando:

— Se você é um inútil e não pode fazer nada, eu vou! Alguém precisa ajudar a Fátima!

Diana chamou um dos funcionários do restaurante e pediu ajuda, que prontamente localizou o enfermeiro do restaurante. Eles foram até o banheiro junto com Hugo e Robson, que seguiam sem muito entusiasmo.

Quando entraram, viram Fátima acordando, ainda tonta, deitada no chão. O enfermeiro se aproximou, abaixando-se ao lado dela.

— Senhora, você está se sentindo bem? Vamos verificar a sua pressão, tudo bem? — ele perguntou, gentilmente.

Fátima assentiu, ainda sem forças para falar. O enfermeiro rapidamente pegou o equipamento de pressão e, ao medir, franziu o rosto.

— Sua pressão está baixa. A senhora tem se alimentado bem? melhor é descansar. Essas tonturas são sinais de que seu corpo está exausto.

Robson cruzou os braços, tentando parecer relaxado, mas sua expressão mostrava certa inquietação.

— Bem, ela realmente está numa dieta agora. Precisa se esforçar, não é? — comentou, com um tom cínico.

Diana explodiu. — Dieta? — Ela virou-se para ele, o olhar incrédulo. — Robson, você está ouvindo o que o enfermeiro disse? Ela precisa se alimentar, não se privar!

— Diana, você está exagerando. Só quero que ela se cuide. O que tem de errado em querer que minha esposa fique em forma?

Hugo observava a cena em silêncio, claramente desconfortável. O enfermeiro também parecia sem graça, mas decidiu se afastar, percebendo que a situação ia além de um simples atendimento.

Diana avançou, agora sem esconder a raiva. — O problema, Robson, é que você está acabando com ela! Olha só pra Fátima. Está fraca, mal consegue ficar em pé, e você continua insistindo nessa obsessão de aparência! Ela não é um troféu seu!

— Ah, me poupe, Diana. Você fala como se fosse tão perfeita — ele retrucou, mas sua voz vacilou.

Fátima, ainda deitada, levantou os olhos para Robson, sem forças para reagir, mas dolorosamente consciente da discussão.

Diana não recuou. — Sabe de uma coisa, Robson? Você é um covarde! Um covarde que precisa diminuir os outros para se sentir melhor. E Fátima não merece isso. Se você não consegue perceber o quanto está machucando a própria esposa, então... então talvez ela seja melhor sem você. E Robson, a Fátima precisa de ajuda, precisa descansar. Não vou deixar que você a faça passar por isso aqui, como se nada tivesse acontecido.

Robson rolou os olhos, tentando parecer indiferente, mas claramente desconfortável com a insistência dela.

— Eu acho que você está dramatizando demais, Diana. Fátima só precisa... se cuidar melhor. Dieta é difícil no começo, mas ela sabe que é para o bem dela.

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