A tensão entre Hugo, Fátima e Diana já estava prestes a explodir. Hugo se aproximou delas com o rosto contorcido de raiva.
— Então é isso? — ele começou, o tom carregado. — Tudo o que eu desconfiei, tudo o que eu perguntei, você... você tava mesmo me traindo? E com a Fátima?
Hugo olhou para Fátima, e a expressão em seu rosto não esconde a raiva.
— Você! Você destruiu o meu casamento, a minha família! — ele acusa, a voz quase sufocada de ressentimento.
Fátima, confusa, tenta se afastar.
— Hugo, para! — ela pede, com o coração acelerado. — Isso não é só minha culpa, você não entende nada!
Antes que pudessem continuar, Robson chega de repente, cruzando os braços ao observar a situação.
— Que barraco é esse? — ele pergunta. — Dá pra ouvir vocês gritando lá do palco!
Hugo se vira para Robson, o rosto contorcido de desprezo.
— Pergunte à sua esposa! — ele diz com ironia. — Ela é a melhor pessoa pra te explicar.
Sem dar chance para mais perguntas, Hugo se afasta, deixando Robson encarando Fátima com desconfiança. Diana tenta se despedir de Fátima rapidamente.
— Depois a gente se fala — ela diz, sussurrando, com um olhar de desculpas.
Ela segue Hugo, que já está saindo furioso. Fátima tenta disfarçar, mas Robson a encara, exigindo respostas.
— Agora vai me contar o que tá acontecendo? Qual é o problema deles?
Fátima busca manter a calma e enrolar Robson.
— Hugo está apenas estressado... nada além disso. Coisas de casal, você sabe.
Robson não parece convencido, mas decide deixar pra lá e balança a cabeça.
— Certo... desde que isso não vire um problema pra nós.
No estacionamento, Hugo abre a porta do carro com violência. Diana corre para impedi-lo.
— Hugo, não vai dirigir assim! Vamos conversar, mas por favor, não dessa forma!
Ele se senta no banco do motorista, ignorando-a, e Diana entra logo em seguida, aflita.
Enquanto ele dirige, os dois discutem.
— Conversar? — ele explode. — Agora você quer conversar? Não pensou em conversar antes de destruir a nossa vida com... com essa sua aventura?
— Hugo, para com isso! — Diana responde, tentando manter a voz firme. — Não é simples, eu... eu não planejei nada disso.
Ele ri, amargo.
— Não planejou? Ah, então foi pura "casualidade", né? Eu fui o último a saber?
Ela hesita, mas não responde. Hugo acelera, fazendo com que ela segure o cinto com força.
— Para de dirigir assim, por favor! — Diana grita.
Quando chegam em casa, Hugo sai do carro sem dizer nada, batendo a porta com força. Diana o segue, o coração ainda disparado. Eles entram, e a discussão não demora a recomeçar. O tom das vozes de ambos começa a subir, até que Bruna, que estava no quarto, desce as escadas assustada.
— Pai! Mãe! O que está acontecendo? — Bruna pergunta, com os olhos arregalados.
Diana tenta manter a calma para não preocupar a filha.
— Não é nada, Bruna. Vai pro seu quarto, por favor.
Mas Hugo, fora de si, a interrompe.
— Não é nada? NADA? Conta pra nossa filha o que você andou fazendo, Diana! A sua safadeza!
Bruna, sem querer, deixa escapar um segredo que mantinha escondido:
— Ele sabe de Fátima?
Um silêncio tenso recai sobre a sala. Hugo, agora em choque, encara Diana e Bruna.
— Então a Bruna sabia? — ele fala, tentando controlar a fúria. — Ela sabia de tudo isso e só o otário aqui não?
Diana, desesperada, tenta se aproximar dele.
— Hugo, calma! Por favor, não é assim...
Ele se afasta, puxando o braço de maneira agressiva.
— Não se atreva a encostar em mim, Diana! Nossa filha já sabia de toda essa sua... essa sua sujeira! E eu? Eu era o único corno que não sabia?
Diana tenta responder, mas as palavras travam na garganta. Bruna, abalada, tenta intervir.
— Pai, para, por favor! Não é culpa dela!
— Você não tem noção do que tá falando, Bruna! — ele rebate, a voz carregada de decepção. — Ela mentiu pra você também! Fez você esconder isso de mim, como se eu fosse um idiota!
Bruna começa a chorar, e Diana se desespera, sem saber o que fazer para acalmar a situação.
— Hugo, basta! — ela grita. — Você está assustando nossa filha!
Mas Hugo se vira para Diana com uma expressão amarga.
— Eu espero que esteja feliz. Porque conseguiu destruir tudo.
Ele sobe as escadas, e Diana cai no sofá, sentindo a culpa esmagá-la, enquanto Bruna corre para o quarto.
Já na casa de Fátima, o carro dela e de Robson se aproxima, e eles escutam os gritos vindos da casa ao lado. Fátima sente um aperto no coração ao ouvir a discussão intensa entre Hugo e Diana.
— Você disse que não era nada — Robson comenta, desconfiado. — Mas isso aí tá longe de ser só "estresse".
Ele a encara, colocando Fátima contra a parede.
— Fala a verdade. O que você tá escondendo?
Fátima busca uma desculpa, tentando manter a postura.
— Eles estão com problemas de casal, Robson. Isso não é da nossa conta.
Robson balança a cabeça, impaciente, mas decide não insistir. Ele suspira, dando um sorriso cínico.
— Certo... bom, vou deitar. E vê se não ataca a geladeira de madrugada.
Robson tira a camisa, exibindo os músculos e dando uma risada autossatisfeita.
— Olha pra mim, Fátima. Olha bem e vê se você merece....— ele diz, se gabando.
Fátima desvia o olhar, irritada com a atitude infantil de Robson, e se joga no sofá. Ele segue para o quarto, enquanto ela fica ali, a mente tomada pela preocupação com Diana.
O tempo passa, mas Fátima não consegue parar de pensar no que Diana estaria passando. Finalmente, o celular vibra. Ela pega o aparelho e vê uma mensagem de Diana.
**Diana:** "Não aguento mais, Fátima. Tudo isso é demais..."
**Fátima:** "Sinto muito por tudo que você está passando. Como posso te ajudar?"
**Diana:** "Só queria estar aí com você agora. Não consigo respirar direito nessa casa, não consigo dormir."
**Fátima:** "Se precisar, eu saio agora e vou aí. Ou... você quer vir pra cá?"
**Diana:** "Não sei. Hugo não vai me deixar em paz, e Bruna tá arrasada."
**Fátima:** "Eu tô aqui, Diana. Não importa o que aconteça, você tem a mim."
A conversa continua, com Diana desabafando e Fátima escutando, dando o apoio que só ela poderia oferecer. Fátima sente uma conexão profunda com Diana, e cada mensagem troca entre elas é uma promessa silenciosa de que, independentemente do que o mundo fizesse, elas sempre estariam juntas.
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Minha DOCE vizinha
FanfictionEm um momento onde a luta pela liberdade é constante, Diana e Fátima, vizinhas e casadas, se tornam aliadas em suas batalhas pessoais. Enquanto Diana vive sob o domínio de um marido possessivo, ciumento e luta para criar sua filha em um ambiente seg...