Escolhas?

228 25 15
                                    



A luz do dia invadia lentamente o quarto de Diana, trazendo um calor suave que envolvia o ambiente. Diana já estava acordada, deitada ao lado de Fátima, observando-a dormir serenamente, o rosto de expressão tranquila após a noite intensa que haviam compartilhado. Um sentimento de paz envolvia Diana, como se todo o peso do mundo tivesse desaparecido, substituído pela certeza de que o que sentiam era real.

Decidida a tornar o início daquele dia especial, Diana desceu silenciosamente para a cozinha e preparou um café da manhã simples. Poucos minutos depois, ouviu passos suaves atrás de si, e Fátima apareceu à porta, com um sorriso meio envergonhado e os cabelos ainda desalinhados.

— Bom dia — Fátima disse, sua voz suave.

Diana sorriu, puxando uma cadeira para ela. — Bom dia, linda. Achei que poderíamos começar o dia com calma, só nós duas.

Enquanto comiam, a conversa fluía leve e natural, como se elas estivessem em um mundo onde mais nada importava. Mas, aos poucos, Fátima começou a se sentir inquieta, a realidade pesando sobre os ombros.

— Eu não sei o que fazer agora, Diana — confessou ela, o olhar perdido. — Ontem foi... incrível. Mas não sei o que significa para o futuro.

Diana segurou a mão dela, transmitindo segurança. — Significa que nós somos importantes uma para a outra. Vamos entender isso no nosso tempo, sem pressa.

O toque estridente do celular de Fátima interrompeu o momento. O nome de Robson brilhava na tela, e Fátima sentiu o estômago revirar. Diana assentiu, mostrando apoio, e Fátima atendeu.

— Onde você está? Já passou da hora de você estar em casa — disse Robson, sem disfarçar a irritação.

Fátima respirou fundo, tentando soar calma. — Eu dormi na casa da Diana. Precisei de ajuda, você sabe o que aconteceu ontem.

Ela desligou e encarou Diana, dividida entre a culpa e o desejo de permanecer ali. Diana a puxou para um abraço firme.

— Eu estou com você, Fátima, aconteça o que acontecer. Você merece ser feliz, mesmo que precise enfrentar medos para isso.

Pouco depois, Hugo apareceu na cozinha, sonolento. — O que houve aqui? — perguntou, olhando curioso para as duas.

Diana respondeu com naturalidade. — Só uma conversa sobre a vida.

Após um breve adeus, Fátima saiu da casa de Diana. Quando entrou em casa, Robson estava na sala, os braços cruzados, o olhar severo.

— Onde você estava? — perguntou, com o tom frio e desdenhoso.

Fátima, tentando manter a calma, respondeu: — Na casa da Diana, eu desmaiei, Robson. Precisei de apoio, e ela estava lá para mim.

Ele a olhou com desdém. — Você acha que passar a noite fora resolve alguma coisa?

Ela ergueu o rosto, encarando-o com firmeza. — Eu só queria um momento para respirar, Robson. Me sinto sufocada.

Ele cruzou os braços com expressão de incredulidade. — Sufocada? Por quê? Estamos bem, é só você que insiste em complicar.

O peso das palavras de Robson caiu sobre ela, e Fátima percebeu que estava cansada de justificativas e culpa. Com o coração acelerado e lágrimas contidas, ela respirou fundo.

— Eu só quero ser feliz, Robson. Não consigo mais fingir que está tudo bem.

Ele a olhou, a expressão fria suavizando por um instante. — E o que você quer, então? Acabar com tudo?

Fátima o encarou, sentindo-se mais forte do que nunca. — Eu quero encontrar quem eu sou. E isso é algo que vou fazer com ou sem seu apoio.

Fátima sabia que o caminho à frente não seria fácil, mas finalmente estava pronta para enfrentar tudo que viesse.

Minha DOCE vizinha Onde histórias criam vida. Descubra agora