Um novo meio de ver o mundo! Penúltimo capítulo

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Quarta-feira, 03/04/2024

— Por que você não deixa o Ariel em paz! — gritou Tae-mo, sua voz carregada de fúria.

— Não é o que você está pensando! — respondeu Min-ho, tentando se explicar, mas sem muito sucesso.

— Hyung, por favor, se acalma — disse Ariel, tentando acalmar Tae-mo ao perceber sua raiva.

— Vai embora, senão eu chamo a polícia! — Tae-mo ameaçou, sem desviar o olhar de Min-ho.

— Não precisa, eu já estou indo — Min-ho murmurou, com uma expressão triste, entrando no carro e se afastando.

Quando Min-ho desapareceu no horizonte, Tae-mo soltou um suspiro profundo.

— Fiquei tão preocupado, Ariel. Vitório me ligou dizendo que você entrou no carro errado!

— Sim, foi um susto... mas já está tudo bem — respondeu Ariel, tentando tranquilizá-lo.

— Como assim “tudo bem”? Foi o Min-ho que te trouxe aqui! Ele está claramente te seguindo! — Tae-mo exclamou, indignado.

— A gente vai até a delegacia, Ariel. Precisamos pedir uma medida protetiva! — insistiu Tae-mo, determinado a protegê-lo.

Ariel o interrompeu suavemente, acariciando o rosto de Tae-mo com delicadeza.

— Não precisa, Tae-mo.

— Como assim, “não precisa”? — Tae-mo retrucou, surpreso. Ariel então contou toda a história a ele, explicando o estado de saúde de Min-ho e sua fragilidade.

— Mesmo assim, amor, precisamos tomar alguma atitude... — disse Tae-mo, tentando convencê-lo.

— Conversamos sobre isso depois — respondeu Ariel. — Agora eu preciso entrar.

— E você não tem trabalho no escritório? — perguntou Ariel, sorrindo com ternura.

— Tenho, mas você vem em primeiro lugar — disse Tae-mo, segurando sua mão com carinho.

— Fofinho, então vá logo para lá. Não deixe seus clientes esperando! — brincou Ariel.

— E o meu beijinho? — perguntou Ariel, fazendo um biquinho irresistível.

Tae-mo sorriu, e sem resistir ao charme do namorado, inclinou-se e deu-lhe um selinho carinhoso. Em seguida, Ariel entrou no prédio com um sorriso suave nos lábios.



Dentro da gravadora, Ariel mostrou a letra da música ao produtor e aos meninos da banda, seu entusiasmo transparecendo a cada palavra.

— A música é linda, Ariel! — comentou Júlio, o vocalista, admirado.

O ambiente estava descontraído, todos reunidos ao redor da mesa, até que o diretor da gravadora entrou, se aproximando discretamente por trás de Ariel.

— A música realmente é muito boa — disse o diretor, de repente, fazendo com que todos olhassem para ele.

— Bom dia, meninos! — cumprimentou o diretor, num tom amigável, mas, sem aviso, colocou a mão na cintura de Ariel de maneira invasiva, deixando-o desconfortável e tenso.

— Bom dia, senhor! — responderam os meninos, sem perceber o desconforto de Ariel.

Sentindo-se sufocado, Ariel afastou-se, murmurando:

— Eu... eu vou ao banheiro.

E, rapidamente, saiu da sala, ainda sentindo o toque incômodo do diretor. No corredor, ele parou por um momento, respirando fundo, tentando acalmar o coração que batia rápido, não de nervosismo, mas de um desconforto que lhe deixava um gosto amargo.

Enquanto se recomponha, a imagem de Tae-mo veio à sua mente, como um bálsamo. Ele sabia que seu lugar de segurança era ao lado de quem o respeitava e cuidava dele de verdade.
Segunda-feira, 08/04/2024

Vitório está muito feliz, pois recebeu uma proposta para ensinar braille para crianças, jovens e adultos em um instituto para pessoas cegas e com baixa visão. O instituto é novo e está funcionando há pouco tempo. Neste exato momento, Vitório está fazendo a entrevista.

— Então você é professor pela manhã? — pergunta a diretora da fundação.

— Sim, eu dou aula pela manhã! — responde Vitório.

— Como você trabalha de manhã, você ficará com a parte da tarde.

— Estamos atendendo uma grande quantidade de adultos que ficaram cegos há pouco tempo e ainda precisam se adaptar.

— Nossa missão é ajudá-los a se tornarem mais independentes.

— Começamos amanhã!



É de noite, e Ariel e Vitório estão tomando sorvete no shopping. Ariel está contando o quão desconfortável ficou na gravadora.

— Você devia contar isso ao Tae-mo! — diz Vitório, enquanto toma seu sorvete.

— Melhor não. Se eu contar, ele vai ficar doidinho!

— Conte, amigo, é o conselho que te dou.

— E quanto ao Paulo Vítor? Ele parou de te incomodar? — pergunta Ariel.

— Eu ignoro completamente aquele idiota, e quando ele fala comigo na escola, finjo que não é comigo!

— Fiquei muito feliz por abrirem um instituto para cegos na nossa cidade! — diz Ariel, com um lindo sorriso.

— Eu começo amanhã, e, amigo... o salário é ótimo!

— Sério?

— Sim! Muito melhor do que o da escola!

— Quero conhecer o instituto!

— Ah, e tem uma coisa... já recebi o dinheiro da indenização. Com esse dinheiro, quero ajudar instituições de caridade!

— Falar desse dinheiro me faz lembrar do que você passou naquela clínica.

— Sim! Passamos por muitas situações ali dentro!

Terça-feira, 09/04/2024

É de manhã, e Ariel está na gravadora, compondo a melodia de sua nova música no piano. Todos da banda estão encantados com o talento de Ariel.

— Você é demais, mano! — elogia o baterista da banda.

— Você merece um prêmio! — diz o diretor da gravadora.

— Não precisa, senhor! — responde Ariel, tímido.

Já são onze horas, e todos se preparam para ir embora. Ariel está na frente da gravadora, chamando um Uber, quando o diretor aparece.

— Que tal almoçarmos juntos? — pergunta o diretor.

— Não, senhor! — responde Ariel, um pouco constrangido.

— Mas você merece! Fez um trabalho incrível com essas músicas! — insiste o diretor, passando a mão pelo cabelo de Ariel.

— É apenas o meu trabalho! — diz Ariel, desviando discretamente da mão do diretor.

— Ariel! — chama o vocalista da banda.

— Quer ir embora com a gente? — pergunta o vocalista.

— Sim! — Ariel responde, sem hesitar.

O vocalista segura no braço de Ariel e o leva até a van da banda, onde finalmente ele sente um alívio.



São quatro horas da tarde, e Ariel e Tae-mo estão no consultório do terapeuta.

— Estou muito feliz com a evolução de vocês na terapia! — diz o terapeuta, com um sorriso.

— Apesar de o senhor nos separar, até que foi tranquilo! — comenta Ariel.

— Era necessário, Ariel. Se tivessem feito as sessões juntos, não teria dado certo. Além disso, fiquei surpreso ao descobrir que ambos tinham memórias distorcidas do acidente.

— Cada um construiu uma versão da história — completa o terapeuta.

O terapeuta se volta para Ariel:

— E você, Ariel? Já foi visitar seu pai na clínica?

— Ficar perto do meu pai me arrepia, principalmente depois do que ele me fez.

— Acho que é melhor não termos mais contato com ele — apoia Tae-mo. — Meu pai também prefere assim.

— Meu padrinho tem muita raiva do meu pai — comenta Ariel, desabafando.

— E suas músicas, Ariel? — pergunta o terapeuta. — Pelo que vejo, escrever letras tem sido uma boa forma de superar seus traumas.

— Comecei a escrever na faculdade, mas acabei parando por um tempo. Com a terapia, voltei a compor para acalmar os nervos.

— Um produtor viu as letras que eu postava no meu Instagram e se interessou nelas!

O terapeuta volta-se agora para Tae-mo:

— E você, Tae-mo, como está se sentindo?

— Estou me sentindo ótimo. Consegui me lembrar do acidente de Ariel. Sei que o pai dele foi o responsável.

— Muito bem, Tae-mo! Vejo que está conseguindo falar sobre o sequestro sem dificuldades. Parece confortável com isso.

— Relembrar tudo me fez reviver a dor — diz Tae-mo, com o olhar distante. — São feridas que finalmente cicatrizaram, mas que nunca vão desaparecer. Vou cobri-las, como tinta numa parede.

— E que tinta é essa? — pergunta o terapeuta.

— O amor do meu amorzinho! — responde Tae-mo, com um sorriso brilhante. Ariel, tocado, segura a mão de Tae-mo, e os dois compartilham um olhar profundo.



Após saírem do consultório, Ariel e Tae-mo vão direto para a casa de Jun-ho, para uma refeição em família. Ao chegarem, todos se sentam à mesa para jantar.

— Você parece muito alegre, Ariel! — comenta Jun-ho.

— Você também percebeu, padrinho?

— Ariel, eu não quero que me chame mais assim! Você e meu filho estão juntos. A partir de hoje, me chame de pai!

— Sim, pai! — Ariel responde, com um sorriso.

— Jantar com meus dois filhos me deixa realmente feliz!

— Faz tempo que eu não como gimbap! — diz Tae-mo, pegando o prato com os hashis e saboreando a comida.

— Que conversa é essa? — pergunta Jun-ho.

— Desde que me mudei, não tenho comido comida coreana com frequência!

— Está se afastando da culinária do seu país? — brinca Jun-ho.

— Ah, pai, estamos no Brasil! Não podemos comer comida coreana todos os dias! — Ariel responde, rindo.

— Quando vim para o Brasil, já tinha vinte anos, então nunca consegui me acostumar totalmente com a comida brasileira.

— Então o senhor veio na mesma época que meu pai? — pergunta Ariel, curioso.

— Pelo que sei, sim. Vim de uma família rica e investi em uma empresa de automóveis aqui. Já o seu pai... veio de uma família pobre, em busca de uma vida melhor.

— Meu pai nunca falou muito sobre sua origem — Ariel diz, pensativo.

— Ele é um manipulador. Me enganou direitinho! Fiz vários acordos com ele para que você e Tae-mo se conhecessem naquele encontro às cegas.

Jun-ho suspira, indignado.

— E depois ele proibiu meu filho de namorar você e ainda fez chantagem!

— Tae-mo, por que você nunca me contou isso? — diz Jun-ho, levantando a voz.

— Depois daquele encontro, o Tae-mo ficou estranho e distante — lembra Ariel, compreendendo tudo. — Mas agora sei o verdadeiro motivo.

— Nós éramos um casal proibido de viver como tal! — Tae-mo desabafa, olhando nos olhos de Ariel.

— Aquele canalha! — explode Jun-ho, furioso, mas, ao ver o carinho entre Ariel e Tae-mo, sua expressão suaviza. — O mais importante é que vocês estão juntos e se apoiando.

Os três compartilham um silêncio significativo, reforçado pelo calor do jantar em família.

Terça-feira, 25/06/2024

As músicas de Ariel ficaram prontas, e a banda está se preparando para o primeiro show. Ariel consegue despistar o diretor na gravadora, falando apenas o necessário com ele. Vitório está radiante por estar ensinando Braille no instituto e, hoje, Ariel decidiu ir até lá visitar o local. A turma de Vitório é composta por pessoas com idades entre vinte e setenta anos. Para dar um suporte maior aos alunos, o instituto conta com três professores, incluindo Vitório.

— Ariel, hoje terei um novo aluno. A diretora me disse que ele ficou cego recentemente e ainda está muito triste. — conta Vitório, com um olhar preocupado.

— E qual a idade dele? — pergunta Ariel, interessado.

— Eu esqueci, mas ele já é adulto! — responde Vitório.

— Nossa, deve ser muito difícil se tornar cego depois de adulto... — diz Ariel, com a voz triste, sentindo uma empatia instantânea pelo novo aluno.

— Realmente... — Vitório suspira, compreendendo a gravidade da situação.

Naquele momento, a diretora chega, trazendo o novo aluno.

— Oi, gente, boa tarde! — diz a diretora, entrando na sala com um sorriso, tentando aliviar o clima.

— Esse aqui é o Min-ho, e ele será o novo colega de vocês! — apresenta a diretora.

Ariel fica surpreso ao ouvir o nome.

— Min-ho? — ele repete, estupefato.

— Boa tarde, gente. — Min-ho diz com a voz carregada de tristeza, entrando timidamente.

— Boa tarde! — todos respondem, em uníssono.

— Min-ho, então você é o meu aluno? — pergunta Vitório, surpreso.

— Oi, Min-ho! — diz Ariel, com um sorriso acolhedor, tentando suavizar a tensão.

— Ariel, não sabia que você estava aqui! — Min-ho responde, envergonhado, percebendo que Ariel é alguém conhecido.

— Venha se sentar aqui, Min-ho. — Vitório diz, guiando o novo aluno até a mesa.

— Obrigado. — Min-ho murmura, um pouco desconfortável.

— Para aprender a ler em Braille, primeiro você precisa aprofundar seu sentido tátil. — explica Vitório, colocando alguns objetos sobre a mesa. — Vamos começar com alguns objetos simples, ok?

— No começo é um pouco difícil, mas depois você vai se acostumar, Min-ho! — diz Ariel, tentando encorajá-lo. Ele percebe o quanto Min-ho está abalado e sente uma profunda pena do rapaz.

Após a aula, Ariel volta para casa e não consegue parar de pensar em Min-ho. No momento em que chega, compartilha com Tae-mo sobre a visita ao instituto.

— Tomara que ele consiga se adaptar... — diz Ariel, com uma expressão preocupada.

— O bom é que a família dele está apoiando muito ele, né? Isso faz toda a diferença. — diz Tae-mo, tentando trazer um pouco de esperança à situação.

Ariel sorri levemente, mas a preocupação ainda pesa sobre seu coração. Tae-mo, percebendo isso, decide mudar o clima.

— Eu tenho um presente para você! — diz Tae-mo, tirando uma pequena caixinha do bolso.

— O que é, amor? — pergunta Ariel, já muito curioso, os olhos brilhando.

Tae-mo entrega a caixinha nas mãos de Ariel, que a abre rapidamente. Ao ver o conteúdo, seu sorriso se amplia ao descobrir o que está dentro: um lindo cordão com pedras de quartzo rosa.

— Um cordão! — diz Ariel, encantado, o sorriso se tornando ainda mais radiante.

— É um cordão de casal! — revela Tae-mo, com um sorriso carinhoso.

— É que nós somos um casal! — Tae-mo completa, olhando Ariel nos olhos com ternura.

Ariel sente o coração bater mais rápido. Ele toca o cordão e sorri, com os olhos cheios de amor.

— Coloca em mim, fofinho! — diz Ariel, em um tom doce, os olhos brilhando de felicidade.

— O seu pescoço é tão lindo... — Tae-mo murmura, enquanto coloca o cordão em Ariel. Com um gesto suave, ele dá um doce beijo no pescoço de Ariel, deixando-o sem palavras.

A sensação do beijo, a ternura do gesto, fazem Ariel se sentir completamente amado, e um calor suave toma conta de seu corpo. Eles permanecem ali, em silêncio, saboreando o momento íntimo, com o coração batendo mais forte a cada segundo. A conexão entre eles, agora mais forte do que nunca, é um laço que vai além das palavras, mais profundo do que qualquer gesto.

Quarta-feira, 26/06/2024

É manhã, e Ariel está escutando o ensaio dos meninos, completamente envolto pela melodia que ele mesmo criou. Cada verso o faz flutuar, perdido em uma doce sensação de paixão. Os meninos percebem o estado de Ariel e trocam olhares enquanto o observam, notando a expressão sonhadora e serena em seu rosto.

— Já voltou para o planeta Terra, Ariel? — provoca o baterista, rindo.

— Nossa, que engraçado... — responde Ariel, com um tom sarcástico.

— Deixa o Ariel em paz! — repreende o vocalista, rindo da situação.

Nesse momento, Tae-mo chega, interrompendo a conversa.

— Ariel! — chama ele, com um sorriso ao ver o noivo.

— Chegou cedo, amor! — Ariel responde, surpreso.

— Esse é o horário que você sai, não é? — Tae-mo sorri, aproximando-se de Ariel.

— Oi, Tae-mo! — dizem os meninos da banda, cumprimentando-o.

— Veio buscar seu coração? — pergunta o baterista, num tom brincalhão.

— Sim. Algum problema? — Tae-mo responde, com uma expressão séria.

— Calma, cara. Só tô brincando... — responde o baterista, sem graça.

— Você é muito inconveniente. — murmura o vocalista, reprovando o baterista.

De repente, a recepcionista se aproxima com um tom sério.

— Ariel, o diretor está te chamando na sala dele. — ela diz.

— O que ele quer? — Ariel pergunta, intrigado.

— Não sei. — responde a recepcionista, com um olhar indecifrável.

— Você vem comigo, amor? — pergunta Ariel, sentindo um leve desconforto.

— Claro, vamos. — diz Tae-mo, acompanhando Ariel até a porta da sala do diretor.

Ariel bate na porta e, ao ouvir o consentimento do diretor, entra.

— Posso entrar, senhor? — Ariel pergunta, mantendo o tom educado, mas um tanto apreensivo.

— Sim. — responde o diretor.

— O que o senhor deseja? — questiona Ariel, tentando disfarçar a inquietação.

— Gostaria de uma conversa particular. — diz o diretor, lançando um olhar incisivo a Tae-mo.

— Por que eu não posso ficar? — questiona Tae-mo, desconfiado.

— São assuntos de trabalho, entre funcionário e diretor. — responde o diretor, num tom controlado.

— Tudo bem, hyung. Me espera lá fora. — Ariel diz, relutante.

— Está bem. — Tae-mo responde, hesitante, antes de sair da sala.

Assim que Tae-mo sai, o clima na sala parece mudar. Ariel percebe algo estranho no ar.

— Seja rápido, pois meu noivo está esperando. — Ariel diz, tentando encerrar a conversa rapidamente.

— Você poderia evitar mencioná-lo... — o diretor murmura, com um tom perturbador.

— Vamos direto ao assunto. O que o senhor quer? — Ariel pergunta, tentando manter a calma.

O diretor se aproxima lentamente, e Ariel sente o ar ficar mais pesado.

— Não me trate assim. Isso me deixa... magoado. — ele diz, num tom que mistura arrogância e insistência. — Eu gosto de você, Ariel.

— Quê? — Ariel pergunta, a voz trêmula, enquanto um frio gélido percorre sua espinha.

— Eu falo sério. Gosto de você. — o diretor continua, avançando até estar próximo demais de Ariel.

— Sai fora! — Ariel grita, tentando afastá-lo, mas o diretor segura seu braço, determinado.

— Eu quero entregar meu coração a você. — diz o diretor, tocando os cabelos de Ariel com uma delicadeza inquietante.

Ariel sente uma mistura de repulsa e medo. Em um movimento rápido, ele dá um tapa na mão do diretor.

— Não estou precisando de transplante, muito obrigado! — Ariel responde, firme.

Quando tenta sair da sala, o diretor o puxa com força, empurrando-o contra a mesa. Ariel se desequilibra, e antes que possa reagir, o diretor o segura, impedindo-o de se afastar.

— Ninguém me rejeita! — o diretor rosna, num tom baixo e ameaçador.

— Você está louco? — Ariel grita, o pânico estampado em sua voz.

O diretor sorri de forma perturbadora e segura o rosto de Ariel com uma firmeza que causa arrepios.

— Você é tão difícil, e isso... me deixa louco. — ele murmura, deslizando os dedos pelo rosto de Ariel.

Ariel tenta se desvencilhar, mas o diretor é mais forte. Ele sente a respiração pesada do diretor e um desespero avassalador toma conta de si.

— O que o seu noivo tem que eu não tenho? — sussurra o diretor, com um sorriso distorcido.

— Sai de cima de mim! — Ariel grita, com o desespero transbordando, o coração batendo forte de medo.

Por um segundo, ele pensa em gritar mais alto, mas sabe que as paredes são à prova de som.

Compromisso com terapia(Yaoi)Onde histórias criam vida. Descubra agora