Leatherface - Sob a Máscara da Escuridão

Capítulo 1 : Sob a Máscara

Era tarde da noite, e o céu estava coberto de nuvens pesadas que escondiam as estrelas. Uma leve brisa cortava o ar, carregando o cheiro de madeira úmida e terra, misturado com um resquício de ferrugem. Ela respirava com dificuldade enquanto caminhava pelo corredor escuro da antiga casa abandonada, o coração disparado pelo pânico e pelo fascínio inexplicável que sentia.

Ela não sabia como tinha parado ali. Tinha ouvido histórias sobre o homem misterioso, de rosto coberto e uma força quase sobre-humana. Diziam que ele era implacável, que ninguém jamais escapava ao cruzar seu caminho. Mas o que a prendia não era só o medo. Havia algo no desconhecido que a atraía, algo que falava com o lado sombrio que ela mantinha bem escondido. Era um fascínio por aquilo que ela não compreendia, uma atração pelo proibido.

Os passos dela ecoavam pelas paredes antigas, e, quando virou o corredor, seus olhos se arregalaram ao vê-lo. Lá estava ele, parado no meio da sala escura, segurando sua serra característica, os ombros largos e postura firme. A máscara de pele cobria seu rosto, revelando apenas os olhos - frios e distantes, mas com uma centelha que ela não conseguia decifrar.

Ela congelou, o corpo tenso, mas sem conseguir desviar o olhar. Aquele momento deveria ser puro terror, mas algo dentro dela queimava. Ele a encarou, e a tensão no ar era tão densa que parecia palpável. Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Contra toda lógica, ela deu um passo à frente, quebrando o silêncio.

"Por que esconde seu rosto?" A pergunta escapou de seus lábios antes que pudesse pensar, a voz baixa e carregada de curiosidade e algo mais, algo que ela não queria nomear.

Ele inclinou a cabeça para o lado, a expressão oculta sob a máscara. Havia uma ameaça em sua postura, mas também um mistério. Ele permaneceu em silêncio, observando-a com aqueles olhos que pareciam espreitar sua alma.

A coragem dela foi recompensada com um gesto. Ele abaixou a serra, e por um instante, parecia vulnerável, como se escondesse mais do que apenas um rosto. Ela deu mais um passo à frente, sentindo o coração bater com uma intensidade que nunca experimentara.

"Não precisa se esconder de mim..." murmurou, a voz quase um sussurro. Ela sabia que aquilo era perigoso, mas não conseguia parar. A cada passo, ela mergulhava mais fundo em um abismo de desejos proibidos.

Sem aviso, ele deu um passo à frente, fechando a distância entre eles, e ela mal teve tempo de processar antes de sentir as mãos dele em seus ombros, a respiração pesada contra seu rosto. Não havia palavras entre eles - apenas a compreensão sombria de duas almas danificadas, perdidas na escuridão uma da outra.

E, no silêncio da noite, sob o olhar frio do desconhecido, ela percebeu que o que sentia era mais do que fascinação.