Leatherface - Sob a Máscara da Escuridão

Capítulo 4: A Fúria Silenciosa

Ela havia retornado à casa em outra noite fria e sombria. Com a confiança de quem já conhecia aquele caminho, percorreu os corredores escuros até encontrá-lo, em pé no mesmo lugar, como se estivesse à espera dela. O olhar de Leatherface seguia seus movimentos, e, dessa vez, ela sentia algo diferente entre eles: uma compreensão, um pacto sem palavras.

Ela não se orgulhava do que fizera. Havia contado a ele sobre as pessoas que a machucaram, os antigos fantasmas de sua vida. Ao mencioná-los, havia uma leveza, uma ironia em seu tom, mas também uma dor que se escondia por trás de cada palavra. Ele não demonstrou nada enquanto ela falava, apenas a encarou com o mesmo olhar intenso e silencioso.

Porém, ao final de seu relato, ele fez algo inesperado: aproximou-se dela e colocou a mão em seu ombro. Um toque firme, quase protetor, como se dissesse que entendia, que estava ali. Ela não esperava mais que aquilo fosse além, mas, na noite seguinte, enquanto vagava pelos pensamentos, o nome de um deles surgiu no rádio da cidade. Noticiaram que um homem fora encontrado morto, de maneira brutal e violenta.

O choque inicial a deixou em silêncio, mas logo vieram outros nomes. Eram eles. Cada um daqueles que a atormentaram no passado estava desaparecendo um a um, como se um predador invisível os caçasse nas sombras. Ela percebeu, então, o que ele estava fazendo.

Quando retornou à casa naquela noite, ele já a aguardava, ainda coberto de vestígios dos atos que cometera. Seu olhar era frio, mas havia uma satisfação sombria, uma calma brutal que contrastava com a tempestade que havia dentro dela. Ele havia feito aquilo por ela. Sem palavras, sem pedidos ou promessas. A mão que uma vez a tocara com gentileza agora estava manchada de sangue em seu nome.

Ela se aproximou devagar, sem medo, mas com uma nova intensidade em seu olhar. Não tentou questionar, não precisou de explicações. Eles eram ligados por um entendimento mudo, pelo mesmo lado sombrio que os unia, e, naquela noite, soube que ele era tanto um anjo vingador quanto uma maldição que não conseguiria mais deixar para trás.

Enquanto o observava em silêncio, algo dentro dela mudou. A escuridão dele a atraía de uma maneira irreversível, e ela sentia que havia atravessado uma linha que jamais poderia recuar.