As paredes brancas e frias do hospício refletiam uma luz pálida e inquietante, tornando o ambiente tão opressivo quanto as memórias que rondavam a mente de Leatherface. Ele estava confinado em uma cela pequena, sem nada além de uma cama de metal e uma luz constante que nunca apagava. O mundo lá fora havia se tornado um borrão, mas o vazio dentro de si parecia crescer, trazendo à tona fragmentos de lembranças confusas.Ele estava sozinho, sem sua serra, sem ela, sem seu filho. O silêncio do hospício era pesado, interrompido apenas por sussurros ao longe e o som ocasional de gritos abafados de outros pacientes. O confinamento exacerbava sua agitação, e os guardas mantinham distância, temerosos e vigilantes, conscientes da força e do perigo que ele representava.
O tempo parecia não existir ali. Leatherface já não sabia se era dia ou noite. Cada segundo arrastava-se como uma eternidade enquanto ele repetia os mesmos movimentos, andando de um lado para o outro, a mente vagando em um labirinto de pensamentos. A imagem dela e do filho surgia em sua mente, e o desejo de protegê-los se transformava em uma dor que o consumia. Era uma angústia que ele não sabia expressar, mas que o fazia querer gritar até que as paredes rachassem.
Os médicos o observavam de longe, tomando notas sobre seu comportamento. Eles viam um homem preso na própria brutalidade, mas, em seus olhos, havia também algo mais — uma tristeza profunda, um sofrimento que ia além da violência que ele carregava. Ninguém compreendia o peso da solidão que ele sentia, a dor de estar separado de sua família. Para eles, ele era apenas mais um caso, uma mente violenta que precisava ser contida.
Uma vez, uma enfermeira se aproximou para entregar a refeição, e ele a encarou fixamente, quase com desespero. Ele estendeu a mão para a bandeja, mas seu olhar permanecia vazio, perdido na tentativa de encontrar uma maneira de se comunicar. Não com palavras, pois nunca as teve, mas com a expressão de quem deseja retornar para aqueles que ama. A enfermeira recuou, o medo evidente em seus olhos, e ele percebeu que ninguém ali poderia entender sua dor.
As noites eram as piores. Quando o silêncio caía sobre o hospício, ele era engolido por visões sombrias — flashes de momentos, de risos e do toque suave de seu filho recém-nascido. Em sua mente, a casa no Texas ainda existia, um lugar onde ele havia sido mais do que apenas um monstro. E cada lembrança o fazia querer gritar, tentando preencher o vazio que se espalhava dentro dele.
Certo dia, ele ouviu sussurros nos corredores, rumores sobre sua família. Mesmo sem compreender completamente, sabia que o mundo continuava, que ela e o filho seguiam com a vida. Isso lhe dava um tipo de esperança, mas também o corroía por dentro. A distância o torturava, e ele sentia o desespero de estar preso enquanto eles viviam sem ele.
No escuro do hospício, Leatherface se perdeu entre a sombra e a memória. Sua vida ali não era uma vida — era um eco do homem que um dia tentou ser, mas que agora estava reduzido a um prisioneiro de seus próprios demônios. E enquanto os dias passavam, ele sabia que, embora seu corpo estivesse preso, sua mente e coração continuariam lutando pela única coisa que ele havia conhecido como verdadeira: o amor que ainda guardava, silencioso e intocado, no fundo de sua alma partida.
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Leatherface - Sob a Máscara da Escuridão
HorrorNÃO É BASEADO NOS FILMES - Em Sob a Máscara da Escuridão, uma jovem fascinada pelo sombrio e desconhecido acaba se aproximando de uma figura perigosa e enigmática: um homem conhecido apenas por seu rosto coberto de pele, chamado Leatherface. Num jog...