A brisa da noite soprava suavemente enquanto a mulher caminhava pela estrada isolada que levava à casa de Leatherface. O filho, segurando sua mão, olhava ao redor com curiosidade, sem entender a gravidade do momento. Nervosa, ela se sentia dividida entre o medo e a determinação de apresentar o pai ao garoto. Era um passo arriscado, mas dar ao filho a chance de conhecer seu pai, mesmo que ele fosse um monstro, parecia mais importante do que tudo.
Ao chegar à casa, hesitou ao ver a construção deteriorada, cercada por árvores altas que pareciam ocultar segredos sombrios. O odor de sangue seco e carne podre emanava do lugar, e o coração dela disparou ao perceber que estava prestes a entrar em um mundo de horrores.
Respirando fundo, ela segurou a mão do filho e decidiu que precisava seguir em frente. “Está tudo bem, meu amor,” disse, tentando transmitir confiança ao garoto, que a olhava com olhos grandes e inocentes. “Vamos conhecer seu pai.”
Leatherface, que estava na casa observando, sentiu seu coração disparar ao perceber a aproximação deles. O cheiro familiar do ambiente era sufocante, e as memórias de suas vítimas o cercavam como sombras. Ele estava dividido entre o desejo de se esconder e o impulso de se mostrar. Com um movimento hesitante, abriu a porta, revelando o interior escuro e macabro.
A cena que se desenrolou diante deles era aterradora. A sala estava repleta de máscaras grotescas penduradas nas paredes, algumas feitas de pele humana, outras de materiais estranhos. Ossos de diferentes tamanhos e formatos estavam espalhados pelo chão, criando um tapete macabro que contava uma história de horror. O sangue seco manchava o chão, e a visão era de um pesadelo.
Ela parou, o olhar fixo na figura colossal que era Leatherface, a máscara distorcendo suas feições. O odor do ambiente a envolveu, e um nó se formou em seu estômago. “É... é você,” murmurou, reconhecendo o homem que havia amado um dia, agora transformado em uma visão aterradora.
“Pai!” O menino exclamou, sua voz uma mistura de curiosidade e medo, puxando a mãe para trás. Ele não sabia o que pensar, e Leatherface percebeu a confusão no rosto do filho.
Leatherface tentou se aproximar, mas a mulher se pôs à frente, protetora. “Por favor, não! Ele é apenas uma criança,” implorou, sentindo a tensão no ar. “Ele não entende o que você se tornou.”
As palavras dela foram como um golpe para Leatherface. Ele queria se comunicar, mas as palavras falharam. Em vez disso, ele se agachou, colocando a serra elétrica de lado e levantando as mãos em um gesto de rendição. Ele não queria assustá-los; queria mostrar que, apesar de tudo, ainda havia amor e um desejo de conexão.
O menino observava atentamente, a curiosidade começando a superar o medo. “Você é meu pai?” Ele perguntou, a inocência em sua voz cortando o silêncio pesado.
Leatherface assentiu lentamente, a máscara ocultando suas emoções. Queria que o garoto soubesse que, embora suas ações fossem sombrias, o amor por ele era real. A mulher olhou para o filho e depois para o homem que havia escolhido como pai, lutando com as emoções que a situação evocava.
“Você pode ficar, mas apenas por um momento,” disse, decidida, mas cautelosa. “Não quero que nada aconteça com ele.”
Leatherface, pressionado pela situação, deu um passo para trás, permitindo que a mulher e o filho entrassem. O interior da casa estava em silêncio, mas a atmosfera carregava uma tensão quase palpável. O menino olhava ao redor, admirando as máscaras grotescas e os ossos que decoravam as paredes, sem compreender totalmente a história que elas representavam.
“Você mora aqui?” O menino perguntou, quebrando o silêncio, e Leatherface sentiu uma onda de ternura ao ver a curiosidade em seu filho. Ele acenou, tentando manter a calma, apesar da pressão que sentia. A mulher observava, com um misto de apreensão e esperança.
A conexão era frágil, mas havia ali um fio de esperança. Leatherface queria se aproximar, abraçar seu filho, mas sabia que a distância era necessária para não assustá-lo. Ele apenas olhava para o menino, uma mistura de amor e dor em seu coração.
“Eu sou seu pai,” finalmente conseguiu dizer, embora as palavras saíssem de forma abafada e distorcida através da máscara. O menino, no entanto, não parecia ter medo. Ele olhou nos olhos de Leatherface, um reconhecimento sutil se formando.
“Eu sempre soube que você existia,” o garoto respondeu, sua voz suave, e Leatherface sentiu um calor inesperado em seu peito. Era como se o menino pudesse ver além da máscara, além do terror, e enxergar o homem que ainda lutava por redenção.
A mulher, observando tudo, percebeu que havia uma chance. Mesmo com todas as dificuldades, medos e sombras, talvez ainda houvesse um caminho a seguir. A presença de Leatherface não era apenas um retorno ao passado, mas uma oportunidade de construir algo novo. A esperança começou a florescer, ainda que frágil, mas iluminando a escuridão que cercava aqueles três.
E ali, naquela casa isolada e macabra, Leatherface, sua ex-mulher e o filho começaram a escrever um novo capítulo de suas vidas, um capítulo onde o amor ainda poderia ser encontrado nas sombras, mesmo em meio ao horror e à dor que cercavam a vida de Leatherface.
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Leatherface - Sob a Máscara da Escuridão
TerrorNÃO É BASEADO NOS FILMES - Em Sob a Máscara da Escuridão, uma jovem fascinada pelo sombrio e desconhecido acaba se aproximando de uma figura perigosa e enigmática: um homem conhecido apenas por seu rosto coberto de pele, chamado Leatherface. Num jog...