O silêncio na clareira tornou-se quase ensurdecedor. Leatherface, parado diante de sua ex-mulher e do filho, sentia a tensão crescendo em seu peito. A serra elétrica em sua mão pulsava como um coração, o zumbido constante lembrando-o de sua verdadeira natureza. Ele olhou para o menino, que estava com o olhar fixo e assustado, os olhos cheios de lágrimas, e sentiu uma onda de dor.“Quem é você?” O garoto repetiu, agora com um tremor na voz, recuando lentamente em direção à sua mãe. Para ele, aquele homem era um estranho, um monstro que surgira das sombras. Leatherface desejou que o menino pudesse entender, que ele pudesse ver além da máscara, mas as palavras nunca vieram. Ele não sabia como se comunicar de outra forma, a não ser por meio do terror que havia criado.
A mulher se colocou entre Leatherface e o filho, seu instinto materno a levando a proteger a criança. “Não se aproxime dele!” ela gritou, sua voz carregada de medo. O amor e a proteção pela criança superavam qualquer vestígio de sentimentos que ainda pudesse ter por Leatherface. “Você não é mais o mesmo! O que aconteceu com você?” (na verdade ele sempre foi assim, só que agora tá pior)
As palavras dela eram como facadas em seu coração. Leatherface se lembrava de quem ele era antes de se tornar o monstro, de quando eles eram uma família. Ele desejava que pudesse voltar no tempo, que pudesse ser o homem que ela amou, mas o passado era um fardo pesado que o seguia a cada passo.
“Eu sou seu pai!” Leatherface tenta falar, mas apenas um grunhido guttural escapou de seus lábios, uma manifestação de sua frustração e dor. A mulher olhou para ele, seus olhos arregalados de terror e incredulidade. Ela não podia acreditar no que estava vendo. O homem que ela conhecera, que a amara, agora estava perdido em um abismo de violência e loucura.
O garoto, por sua vez, continuava a recuar, buscando abrigo na mãe. “Por favor, mamãe, vamos embora!” ele implorou, o pânico em sua voz aumentando. A cena se desenrolava como um pesadelo, e Leatherface sentia seu controle se esvair. Ele não queria machucar seu filho; queria que ele soubesse que ainda havia amor ali, uma conexão que poderia existir se apenas as palavras não tivessem falhado.
Mas a mulher, protegendo a criança, não permitiria que Leatherface se aproximasse. O desespero a consumia, e a raiva a fazia querer lutar. “Você não pode fazer isso! Você não pode continuar assim!” Ela balançou a cabeça, os cabelos caindo sobre os olhos. “Não somos mais uma família!”
As palavras dela o cortaram mais profundamente do que qualquer lâmina. Ele olhou para a criança, a expressão inocente transformada em medo, e percebeu que não era apenas um estrago em sua vida que estava causando; era a vida do filho que estava em jogo. O peso de suas ações se instalou em seu peito, mas a raiva e o desejo de controle ainda borbulhavam.
Leatherface hesitou, a serra elétrica balançando levemente em suas mãos. Ele estava perdido em um mar de conflitos, preso entre o amor que sentia e a dor que infligia. Ele queria que o filho o reconhecesse, mas a única imagem que ele oferecia era a do terror.
A clareira parecia estar em suspensão, o tempo congelado enquanto Leatherface se debatia com suas próprias demônios. As sombras dançavam ao redor, e a serra, que deveria ser uma extensão de seu poder, tornou-se um símbolo de sua impotência. Ele queria fazer justiça, queria recuperar o que perdera, mas a realidade era que tudo o que ele poderia fazer agora era observar o que sua vida se tornara.
Então, no meio daquela tormenta emocional, Leatherface decidiu que não poderia deixar que a história terminasse assim. Ele precisava encontrar uma maneira de se conectar com seu filho, de mostrar que, apesar de sua natureza, ainda havia um resquício do homem que ele fora.
Mas antes que pudesse decidir seu próximo passo, um som de sirenes distantes começou a ressoar na floresta, quebrando o silêncio pesado. A presença da polícia se aproximava, e Leatherface sentiu a pressão aumentar. Ele sabia que não tinha muito tempo. O que faria a seguir determinaria seu destino e o do filho.
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Leatherface - Sob a Máscara da Escuridão
TerrorNÃO É BASEADO NOS FILMES - Em Sob a Máscara da Escuridão, uma jovem fascinada pelo sombrio e desconhecido acaba se aproximando de uma figura perigosa e enigmática: um homem conhecido apenas por seu rosto coberto de pele, chamado Leatherface. Num jog...