As noites no hospício eram intermináveis, mas naquela semana, algo parecia diferente. Havia um movimento incomum pelos corredores, sussurros entre os funcionários que passavam pelas portas. Leatherface, silencioso em sua cela, observava cada mudança com atenção. Os poucos momentos de interação com o mundo exterior tornavam-se preciosos, pedaços de uma realidade da qual ele havia sido arrancado.
Em uma tarde, enquanto um dos enfermeiros cochilava do lado de fora de sua cela, Leatherface ouviu uma conversa que o atingiu como um golpe. Uma enfermeira mais nova falava com um tom de voz baixo e cuidadoso, mas o que ela dizia chegou claramente até ele:
"Você sabia que ele tem um filho? Dizem que o menino é bem pequeno ainda, uns três anos… E a mãe dele? Já seguiu em frente, está com outro homem agora.”
O coração de Leatherface acelerou, e ele sentiu um misto de emoções que não conseguia compreender completamente. Ele tinha um filho? Um filho com ela? A ideia parecia impossível e, ao mesmo tempo, acendia algo dentro dele que havia sido sufocado durante os anos de confinamento. A revelação causava uma tempestade em sua mente, lembranças e sentimentos que surgiam como um relâmpago, iluminando fragmentos de uma vida que ele pensava ter perdido para sempre.
Ele ficou imóvel, processando cada palavra. A enfermeira continuou a conversar, mencionando a vida que ela levava agora, um novo lar, um novo parceiro. Cada detalhe era uma punhalada silenciosa, uma confirmação de que, mesmo sem ele, ela havia reconstruído a vida — uma vida da qual ele e seu filho estavam excluídos.
A mente de Leatherface entrou em um turbilhão de memórias e raiva. Havia uma parte dele que compreendia o porquê de ela ter seguido em frente. Sabia que ele, com sua escuridão e seu passado, não poderia oferecer uma vida segura para ela e para o filho. No entanto, o instinto protetor que ele sentia por aquela pequena família queimava dentro de si como uma chama incontrolável.
Passou o resto da noite sentado no chão frio da cela, os pensamentos consumindo-o. A sensação de perda era profunda, mas misturada a ela havia um novo sentimento: um impulso feroz de recuperar a vida que ele nunca teve. Ele queria ver seu filho, conhecer o pequeno que carregava seu sangue. Sentia o desejo de, de alguma forma, ser parte da vida dele, de protegê-lo e de, talvez, reconquistar um lugar ao lado dela.
Mas as paredes do hospício eram intransponíveis, e ele sabia que qualquer tentativa de fuga poderia colocar tudo em risco. Leatherface fechou os olhos, uma determinação silenciosa tomando conta. Ele não sabia como, mas jurou a si mesmo que encontraria uma maneira de, algum dia, se reunir com o filho e a mulher que nunca conseguiu esquecer.
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Leatherface - Sob a Máscara da Escuridão
HororNÃO É BASEADO NOS FILMES - Em Sob a Máscara da Escuridão, uma jovem fascinada pelo sombrio e desconhecido acaba se aproximando de uma figura perigosa e enigmática: um homem conhecido apenas por seu rosto coberto de pele, chamado Leatherface. Num jog...