Os meses se passaram desde que a mulher e seu filho decidiram viver na casa de Leatherface. A antiga residência, marcada por terror e sangue, agora abrigava uma atmosfera estranha, uma mescla de amor e sombras. A mulher fazia o possível para manter uma rotina normal, tentando ignorar as lembranças macabras que permeavam cada canto daquele lugar. As paredes, cobertas por máscaras grotescas e ossos de suas vítimas, pareciam absorver risadas e momentos de felicidade, mantendo viva a memória de um passado que nunca poderia ser esquecido.
As manhãs começavam com o sol filtrando pela janela, iluminando os rostos inocentes da mãe e do filho. O menino sentava-se à mesa, ansioso pelo café da manhã que sua mãe preparava. Leatherface, embora envolto em sua própria escuridão, tentava se juntar a eles, mesmo que suas tentativas fossem desajeitadas e tímidas. Ele observava, de longe, enquanto a mulher falava suavemente com o filho, desejando que ele fosse o pai que o garoto merecia.
Os dias se passavam entre risos e tentativas de normalidade, mas, nas sombras, o desejo de Leatherface por sangue e violência nunca o abandonava. A batalha interna entre o amor que sentia por sua família e seu impulso incontrolável se tornava cada vez mais intensa. À noite, quando a casa se silenciava e mãe e filho estavam adormecidos, ele saía, levando consigo a serra elétrica, em busca de suas vítimas.
Leatherface se movia como um espectro pela floresta, camuflado nas sombras da escuridão. O desejo de matar pulsava em suas veias, um chamado incontrolável que o atraía para o coração da noite. Ele caçava aqueles que se aventuravam perto de sua propriedade, saciando a frustração e a dor que sentia, mesmo enquanto lutava para ser um homem melhor.
A mulher, percebendo a ausência do pai, tentava manter a vida do filho em uma rotina saudável. Contava histórias sobre um mundo melhor, repleto de esperança e amor, enquanto ignorava os ecos distantes da violência que Leatherface perpetuava na floresta. Às vezes, se perguntava se havia realmente uma maneira de salvá-lo do passado sombrio que o seguia como uma sombra.
Certa noite, ela decidiu fazer uma surpresa para o filho. Preparou um jantar especial e decorou a mesa com flores, na esperança de criar um momento memorável. O garoto estava animado, e Leatherface, ainda vestindo sua máscara, entrou na sala, curioso. Ele se sentou à mesa, observando os dois com uma expressão que misturava ansiedade e amor. A comida estava deliciosa, e eles riram e conversaram, tentando esquecer a escuridão que cercava a casa.
Porém, a tranquilidade foi interrompida quando Leatherface começou a ter visões das vítimas que havia matado. Os rostos distorcidos e os gritos ecoaram em sua mente, e a batalha interna tornou-se insuportável. Ele se levantou abruptamente, fazendo a mesa tremer sob seu peso. A mulher olhou para ele, confusa e assustada, enquanto o filho parava de rir, sentindo a tensão no ar.
“Pai, está tudo bem?” O garoto perguntou, sua voz trêmula. Leatherface olhou para o filho, e a dor em seu coração aumentou. Ele queria ser o homem que seu filho merecia, mas a sombra de seu passado o puxava para baixo.
Em um momento de desespero, Leatherface se afastou da mesa, correndo para a floresta, incapaz de controlar os demônios que o atormentavam. Ele sabia que precisava encontrar alguém, alguém para saciar o desejo que o consumia. As árvores pareciam sussurrar seu nome, e ele se deixou guiar por seus instintos.
Enquanto isso, a mulher e o filho continuaram à mesa, o silêncio pesando sobre eles. O garoto, sem entender completamente, começou a chorar. “Mamãe, por que ele está assim?” A mulher segurou a mão do filho, tentando encontrar palavras de conforto, mas nenhuma delas parecia suficiente.
As horas se passaram, e Leatherface voltou, mais uma vez coberto de sangue e envolto em sombras. Ele se afastou, ciente de que havia quebrado a promessa de ser um pai melhor. A mulher olhou para ele, a dor refletida em seus olhos. “Você não pode continuar assim. Não pode deixar essa vida te dominar,” ela implorou, tentando alcançar o homem que amava.
Leatherface, incapaz de responder, se afastou novamente, sentindo a escuridão tomar conta dele. Ele sabia que suas ações estavam colocando em risco a vida da mulher e do filho, mas não conseguia parar. O desejo de matar era mais forte do que ele.
Na manhã seguinte, a mulher percebeu que Leatherface havia desaparecido novamente. O peso de sua ausência era quase insuportável, mas ela se forçou a se concentrar em seu filho. Era tudo o que tinha, e não iria deixar que a sombra do pai o afetasse. Contudo, a realidade de que Leatherface ainda estava em seu caminho era impossível de ignorar.
Enquanto isso, Leatherface vagava pelas florestas, caçando suas vítimas, a adrenalina pulsando em seu corpo. Ele não estava apenas buscando sangue; estava tentando encontrar uma parte de si mesmo que parecia perdida. Em cada ato de violência, havia uma mistura de amor e desespero, uma luta para se reconectar com o que havia sido antes de se tornar o monstro que agora era.
Em uma tarde fatídica, enquanto caminhava pela floresta, Leatherface encontrou um grupo de jovens acampando. Os risos e a alegria deles o atraíram, mas também o provocaram. Lembranças de sua própria infância inundaram sua mente, e a dor de não ter uma vida normal se tornou insuportável. Com um grito ensurdecedor, ele se lançou para a matança, a serra elétrica em mãos, liberando toda a raiva e frustração acumuladas.
No entanto, em sua mente, havia uma voz, uma lembrança da mulher e do filho. O conflito interno estava em seu clímax. Enquanto atacava, ele pensava no que estava perdendo. Cada golpe que desferia o afastava mais de sua família, mais de sua chance de redenção.
Mais tarde, quando o sol começava a se pôr, Leatherface voltou para casa, sua roupa manchada de sangue, mas seu espírito mais pesado do que nunca. Ele sabia que estava em uma espiral de autodestruição, e as consequências de suas ações estavam se acumulando.
Ao entrar na casa, encontrou a mulher e o filho esperando por ele. O filho estava sorridente, mas a mulher olhou para ele com preocupação. “Onde você esteve?” ela perguntou, a voz tremendo.
Leatherface não pôde responder. Ele queria dizer que estava tentando ser melhor, que estava lutando para mudar, mas as palavras falharam. Em vez disso, ele se virou e foi até a sala, onde as máscaras e os ossos se tornaram um lembrete sombrio de seu passado.
Ela o seguiu, colocando a mão em seu braço. “Precisamos conversar,” disse, a firmeza em sua voz ecoando a determinação em seu coração.
Leatherface olhou para ela, e, pela primeira vez em muito tempo, sentiu um vestígio de esperança. A mulher estava ali, disposta a lutar por eles. Mas, ao mesmo tempo, ele sabia que a luta que enfrentava era maior do que ele poderia imaginar.
“Eu não sou quem você pensa que eu sou,” ele finalmente conseguiu murmurar, a dor em sua voz ecoando nas paredes da casa. “Sou um monstro, e isso nunca vai mudar.”
A mulher balançou a cabeça. “Você pode mudar, se quiser. Não é tarde demais. Eu e nosso filho estamos aqui para você.”
Mas, no fundo, Leatherface sabia que a escuridão nunca o deixaria completamente. Ele tinha uma batalha a lutar, e a cada dia essa luta se tornava mais difícil.
As semanas se passaram, e a mulher tentava manter a esperança viva, mas Leatherface estava em um ciclo sem fim de violência e arrependimento. As manhãs eram felizes, mas as noites eram preenchidas com gritos e sombras.
Ele sabia que precisava fazer uma escolha. A cada vítima que ele levava, mais longe se afastava da possibilidade de uma vida normal. A história estava longe de acabar, e o futuro se tornava cada vez mais sombrio.
Em uma noite chuvosa, Leatherface se encontrou novamente na floresta, sua mente dividida entre o amor e o desejo de matar. Ele sentia que estava à beira de um precipício, pronto para decidir se se entregaria completamente à sua natureza sombria ou lutaria por uma chance de redenção.
E enquanto a tempestade rugia ao seu redor, ele olhou para as árvores e sussurrou para si mesmo: “A história não acabou. Algo mais está por vir.”
Com isso, ele se virou, a serra elétrica em suas mãos, pronto para enfrentar o futuro, mesmo que isso significasse mais dor e violência. A luta interna continuaria, e a linha entre amor e horror se tornaria cada vez mais tênue.
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Leatherface - Sob a Máscara da Escuridão
TerrorNÃO É BASEADO NOS FILMES - Em Sob a Máscara da Escuridão, uma jovem fascinada pelo sombrio e desconhecido acaba se aproximando de uma figura perigosa e enigmática: um homem conhecido apenas por seu rosto coberto de pele, chamado Leatherface. Num jog...