Dulce e Paco chegaram ao apartamento dele depois de um jantar elegante e repleto de trocas de olhares. Assim que cruzaram a porta, Paco a puxou para perto, os lábios dele tocando os dela com uma mistura de desejo e urgência. Dulce retribuiu, sentindo o corpo esquentar ao toque dele, enquanto as mãos de Paco percorriam suas costas, puxando-a cada vez mais para si.
Ele a guiou até o quarto, e ambos se entregaram, explorando cada toque e cada olhar, numa noite em que a tensão e a cumplicidade se misturaram intensamente. Paco era cuidadoso, mas havia uma paixão crua em cada movimento. Dulce, por outro lado, se deixava levar, aproveitando cada segundo e, ao mesmo tempo, mantendo na mente o propósito daquela noite.
Quando Paco finalmente pegou no sono, ela permaneceu ao lado dele por mais alguns minutos, sentindo o peso das emoções e a adrenalina de sua missão. Assim que ele respirou mais fundo, sinalizando que estava em sono profundo, Dulce se levantou com cuidado e saiu do quarto em direção ao escritório.
Ela andou pelo apartamento em silêncio, encontrando uma pequena sala com um armário de arquivos e uma mesa desorganizada. Em uma das gavetas, havia uma pasta volumosa, etiquetada com um nome familiar: Hospital San Rafael. Esse era o hospital onde Alfonso trabalhara antes de se tornar sócio do hospital atual, que fechara de maneira repentina, envolto em rumores e suspeitas.
Dulce puxou o documento e se deparou com uma lista de pacientes do San Rafael que haviam falecido em circunstâncias estranhas, sem causas esclarecidas, mas todos internados pouco antes do fechamento do hospital. O nome que mais chamou sua atenção era de uma mulher chamada Marcela Torres. Ao lado do nome, havia um endereço numa cidade pequena chamada San Miguel de las Cruces, localizada no interior, longe do alcance das grandes cidades e do hospital atual.
Determinada a descobrir mais sobre o que unia Alfonso a essas mortes e o que poderia levar ao fim do hospital, Dulce fechou os documentos com cuidado, saiu sem fazer barulho e deixou o apartamento antes de amanhecer, tomando todas as precauções para não ser vista.
No dia seguinte, ela partiu em direção a San Miguel de las Cruces, pronta para conhecer Marcela Torres e obter as respostas que tanto procurava.
...
Dulce chegou a San Miguel de las Cruces, uma cidade pequena e esquecida no tempo. As ruas eram estreitas, e as casas, antigas e desgastadas, pareciam guardar histórias que ninguém queria lembrar. Depois de algumas perguntas aos moradores locais, ela finalmente encontrou o endereço de Marcela Torres. Com um suspiro, ajustou os ombros e bateu à porta.
A porta rangeu ao se abrir, revelando uma mulher em uma cadeira de rodas com olhos severos e uma expressão endurecida pelo tempo e, claramente, pela desconfiança.
— O que você quer? — perguntou a mulher, com a voz rouca e olhar desconfiado.
— Oi, eu sou Dulce Maria, e queria conversar sobre o que aconteceu no Hospital San Rafael — respondeu Dulce, tentando manter o tom firme, mas amistoso.
Marcela estreitou os olhos, com uma risada amarga.
— Conversar sobre o quê? Você vem até aqui, do nada, dizendo que quer falar do San Rafael, como se fosse um assunto leve? Você é jornalista? Agente do governo? Quem foi que te mandou?
— Ninguém me mandou. Eu só quero entender o que aconteceu. Sou residente em um hospital que... tem algumas ligações com o San Rafael — Dulce hesitou. — Eu só quero respostas.
Marcela bufou, balançando a cabeça com desdém.
— Respostas? Você vem do nada, quer saber de histórias que ninguém deveria lembrar, e ainda acha que vai receber respostas? Isso é uma piada? Vaza daqui, garota. Vai procurar confusão em outro lugar.
Sem dizer mais nada, Marcela bateu a porta com força. Dulce permaneceu ali, atordoada, sem ter certeza do que fazer. Não queria voltar de mãos vazias, então decidiu se sentar na calçada, em frente à casa, e esperar. A tarde se arrastou até o anoitecer, e a cidade, cada vez mais silenciosa, foi se iluminando com as poucas luzes dos postes.
Quando Dulce já estava quase perdendo as esperanças, a porta da casa de Marcela se abriu novamente. A mulher, agora menos irritada, sinalizou para ela entrar. Dulce se levantou rapidamente e entrou na casa.
Marcela olhou para ela com um olhar ainda cauteloso e sentou-se novamente.
— Agora, o que você quer saber?
Dulce respirou fundo, com a sensação de estar perto de algo importante.
— Você conhece Alfonso Herrera? — perguntou, tentando ler a expressão de Marcela.
Marcela franziu o cenho e balançou a cabeça, indiferente.
— Nunca ouvi esse nome — respondeu secamente.
Dulce hesitou, mas então tirou uma foto de Alfonso e a mostrou. No instante em que Marcela viu a imagem, seu rosto se contorceu de horror, e um grito de pânico escapou de seus lábios.
— NÃO! Não... não fala esse nome perto de mim! — Marcela gritou, afastando-se o máximo que sua cadeira permitia.
— Mas... o que houve? Qual nome? Como ele se chamava?
Marcela apontou o dedo para a porta, tremendo.
— Ele era Armando Carrillo! Esse era o nome que usava naquela época. Não quero mais falar sobre isso! Esse homem é o diabo em pessoa... sai daqui agora!
Antes que Dulce pudesse protestar, Marcela fez um gesto definitivo para a porta, olhos ardendo de raiva e pavor.
Dulce saiu em silêncio, o coração acelerado e a cabeça cheia de perguntas.
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No Digas Nada
ФанфикAnahí, uma médica renomada e temida por sua competência e exigência, domina o hospital com sua presença imponente e sua experiência impecável. Quando Dulce Maria, uma residente recém-chegada, é designada para trabalhar diretamente sob sua supervisão...