Para Billie Eilish, sobreviver ao último ano na Highgate Academy tem sido uma luta diária. Carregando as marcas de um passado familiar conturbado e enfrentando os ataques de Nate e Vitória, ela faz de tudo para se tornar invisível. Até que s/n, a no...
O dia do evento finalmente chegou. Era nove da manhã, e a escola estava toda decorada, um clima de festa e expectativa preenchendo cada canto. Todos estavam bem arrumados, e eu via grupos de alunos rindo, posando para fotos, com músicas tocando ao fundo. Cada detalhe parecia cuidadosamente planejado para que o evento fosse inesquecível — e, se tudo desse certo, seria mesmo, mas de uma forma completamente inesperada.
Ajeitei minha roupa e respirei fundo, tentando parecer calma, embora por dentro estivesse uma pilha de nervos. Meus olhos buscaram por Billie no meio das pessoas, mas sem sinal dela. Resolvi dar uma volta pela escola, e, quando cheguei perto dos banheiros, a vi entrando. Antes que eu pudesse me convencer a deixar para lá, meus pés já estavam me levando na direção dela.
Entro no banheiro e a vejo parada ali, ajustando o cabelo no espelho, totalmente deslumbrante. Era o estilo dela, mas de uma forma que parecia mais intensa, como se ela tivesse se preparado exatamente para esse dia, talvez até sem perceber o impacto que teria. Seu cabelo caía de um jeito casual, e o brilho nos olhos mostrava mais do que beleza; mostrava quem ela era, única. Por um instante, me senti completamente boba, admirando cada detalhe. Ela se encosta na parede do banheiro e seu olhar parece distante.
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Me aproximei lentamente, minha voz saindo quase em um sussurro:
— Você tá... muito linda, Billie. Achei que você não viesse pra eventos assim...
— Eu não vinha. Mas talvez pensei que... Seria bom sair da rotina em casa. E, obrigada... Você que tá linda. Na verdade, bem mais do que imaginei.
Me aproximei de Billie, tentando ao máximo me manter calma, mesmo que por dentro estivesse em frangalhos. A maneira como ela desviava o olhar e se encostava na parede só fazia meu coração bater mais rápido, e eu sabia que precisava tentar me conectar com ela, por mais arriscado que fosse.
— Então... você pensou em mim antes de vir pra cá? — pergunto com um sorriso esperançoso, meus olhos fixos nos dela.
Billie passa a mão pelo cabelo, claramente desconfortável, tentando disfarçar.
— Talvez... — ela murmura, desviando o olhar, suas bochechas ganhando um leve tom rosado. Eu dou um passo à frente, reduzindo a distância entre nós, tentando quebrar a barreira invisível que ela ainda insistia em manter.
— Sabe... pensei em você também. Fiquei imaginando como você viria, se usaria aquele seu colar que eu adoro... — minha voz sai suave, quase um sussurro, mas com a intenção clara de que ela sentisse a sinceridade em cada palavra.
Ela levanta os olhos para mim, uma faísca de curiosidade se acendendo em seu olhar, mas ainda hesitante.
— Eu nem sei por que você está me dizendo isso agora... — ela tenta disfarçar, mas vejo que suas mãos estão ligeiramente trêmulas.
